terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

VOLUNTARIADO

Todas as manhãs, desde que não chova, faço uma caminhada de uma hora, junto ao mar, já que tenho o privilégio de viver numa cidade debruçada sobre o oceano e numa zona habitacional muito próxima da praia. Adoro o local onde vivo por muitos motivos, mas principalmente , por este.

Anémona

Esta escultura, da autoria de uma artista nórdica, é composta por círculos de metal com perímetros diferentes, ligados entre si por rede de pescador. Quando foi inaugurada, não foi bem recebida pela opinião pública, porém, actualmente constitui uma referência e tocada pelo vento norte que quase sempre se faz sentir, ganha vida própria e sugere, efetivamente uma anémona.
É aqui que começo a minha caminhada.
Existe, sobre as dunas, muito perto do mar e longe do tráfego automóvel, uma espécie de passadiço, que circunda um antigo forte, atualmente convertido em museu militar, de onde se olham as ondas e as gaivotas,se  respira e se medita.
É muito, muito bom!


Forte de São João
(vulgarmente conhecido por Castelo do Queijo)

Hoje, por sorte, não chovia e lá repeti o ritual.
Lembram-se que, na semana passada, dei conta de um temporal terrível que assolou a costa norte do país?
Só hoje foram visíveis os estragos. O areal estava repleto de detritos.


Poluição devolvida pelo mar

No meio da lixeira, vislumbrei duas senhoras que, de luvas calçadas revolviam o lixo:





Por me parecer estranho, abrandei o passo e fotografei-as, percebendo então qual a busca em que estavam empenhadas: catavam cápsulas, tampinhas de garrafas com que enchiam sacos. Trata-se de uma campanha, em que as próprias crianças estão envolvidas, com o objectivo de reunirem o maior número possível de tampinhas.Seguidamente, estas serão entregues num organismo apropriado que, em troca, oferece cadeiras- de- rodas para deficientes.
Claro que, no cotidiano, eu separo o lixo; claro que sou sensível à saúde do planeta; mas serei tão sensível a ponto de vasculhar o lixo como faziam aquelas senhoras? Honestamente, receio que não.
É que eu, reconheço, não tenho espírito de voluntariado, com a minha vidinha tão organizada, tão cheia de interesses, tão egoísta, em suma.
No entanto, conheço pessoas que fazendo voluntariado em variadíssimas áreas,  proclamam:
FOI O VOLUNTARIADO QUE ME SALVOU.
Estranhamente, o voluntariado é, para estas pessoas imensamente gratificante.
Dizem que tapa buracos na alma.
Dá que pensar,não dá?
Beijos, Nina

5 comentários:

  1. É de fato um grande espírito de doação. Eu nunca fiz voluntariado, tentei certa ocasião numa casa de jovens menores recolhidas da rua onde se prostituíam, me ofereci para ensiná-las a fazer coisinhas que pensava ser do interesse delas como pulseirinhas, colares e outras bijuterias. Me disseram que não queriam porque isso não dava dinheiro, preferiam os marinheiros, estes sim, davam dinheiro com o qual elas poderiam compram centenas de pulseirinhas. Talvez eu tenha escolhido as pessoas erradas, não sei, mas o chute na cara foi tão violento que virei minha cabeça para o outro lado e lamento o dinheiro que pago de impostos para prover esses abrigos que me deixaram a impressão de somente servir como pousada até o próximo navio a ancorar no porto.
    Você me perguntou sobre o biscornu. É uma palavra francesa que significa sem forma, bizarro. Na verdade são dois quadrados idênticos pregados de maneira inversa, o que lhe dá aquela forma. Bjs

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  2. Que passo maravilhoso, o voluntariado e magnifico.
    Ale

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  3. Olá Nina!
    Essas duas senhoras deram um grande exemplo!
    Aqui do outro lado do oceano, a visão que tenho em minhas corridas matinais é da represa de minha cidade! (sorrio)

    “Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
    Gostaria de lhe convidar para que comentasse a minha crônica “Dois copos com águas”. Ok?
    Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com

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  4. Oi prazer em conhecê-la! Não entendi nada sobre o comentário que deixaste em meu blog,rsrrsrs, mas quem chega lá é sempre bem vindo! Bjs.

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  5. Só passei para falar da omolete, pois acho que quem a comeu é que se deve pronunciar: DIVINA!

    Beijossssssssss

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