quinta-feira, 24 de março de 2011

Governo demissionário.

Face ao "chumbo" previsível do PEC 4 que  ocorreu na Assembleia da República, o Primeiro Ministro apresentou o seu pedido de demissão ao Presidente da República, que o aceitou, foi-nos confirmado ontem, depois da lenta agonia que foi o desempenho deste governo.
 Vamos ter eleições legislativas no próximo mês de Junho.
E daí?
Daí, nada, NADA, o desencanto grassa.
Pessoalmente, sinto-me na pele daqueles tratadores de répteis venenosos, que ocasional ou frequentemente são picados. A picada, não sendo letal, imuniza, obriga o organismo a criar anti-corpos para o veneno e, em última instância, dessensibiliza.
Os políticos e a política em geral, aborrecem-me, cansam-me, entediam-me, mas não me perturbam, o que é grave.
 É gravíssimo que uma cidadã consciente caia, facilmente, na tentação de não querer saber, de apenas sentir desprezo pelos protagonistas desta triste encenação.

 Como se nada tivesse acontecido, hoje, como todas as manhãs,  fiz a minha caminhada.
O dia estava incerto, de sol coberto e descoberto, mas o mar, esse estava assim, imperturbável, mais calmo que nunca, glorioso na sua imensidão de lago, indiferente às intrigas palacianas, às "tricas" e ao "mais do mesmo" que receio bem, nos espere em Junho.






Durante os 60 minutos do percurso, ocorreu-me que algo tem de mudar drasticamente.
Infelizmente, é destas circunstâncias que se moldam as ditaduras.
Não forçosamente, lembraram-me.
Lembraram-me da inspiradora figura de Nelson Mandela, recentemente herói de todos nós no filme Invictus.
 Ele, que após uma vida de cárcere, gerou a ideia de um país, onde as diferenças se atenuaram em nome de um interesse superior, chamado Nação.
Precisávamos de alguém assim!

Beijos,
Nina