domingo, 28 de agosto de 2011

BRUCE WILLIS



Eu sei que o nome provoca controvérsia, sempre que à memória nos acode um troglodita imune a balas, explosões e facadas, que, quase de mãos nuas, extermina os maus, provocando enxurradas de sangue e ossos partidos, capaz de escalar vertiginosos arranha-céus, escapulir do inferno das chamas mais vorazes, apenas, muito levemente chamuscado.
Eu sei tudo isso e também me cansam as peripécias inverosímeis e bacocas.

Mas, acontece que eu conheço outro lado da figura...
Um lado suave, comedido, terno, até.
Encontrei-o no  "The sixth sense", um filme de 1999, nomeado para seis óscares.
Lembram-se dele, do Sexto-sentido?
A história de um menino, Cole Sear, interpretado pelo genial Haley Joel Osment, que falava com espíritos, atividade que o aterrorizava.
Bruce Willis era um psicólogo infantil que tentava atenuar o tormento da criança, aconselhando-a a não recear os mortos e, até, a interagir com eles.
Ao aproximar-se o final do filme, surge a terrível revelação:
A criança falava com um psicólogo, também ele já morto, que se movimentava entre os vivos, inconsciente do seu estado.

Mas, a que vem este rewind temporal?

Numa quente tarde de um domingo em Dresden, na zona nobre da cidade, junto ao Castelo Residencial, sobranceiro ao rio Elba, sob uma cobertura compacta de copas de árvores, passeavam estas figuras, deslocadas do seu tempo, sem consciência dos olhares curiosos de visitantes do século XXI, mergulhados em diálogos inaudíveis, com olhos e acenos, apenas, para os seus iguais:














Ainda hoje, acalmada que foi a minha inicial excitação, perduram no meu espírito ténues résteas de dúvida sobre a natureza destas personagens que tão majestosamente me ignoraram.
Talvez não me vissem.
Talvez esperassem apenas por Bruce Willis.

Beijos,
Nina