quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Organizada a casa...

... urgia tratar de mim.
O meu look hyppie, cigano, de trunfa ao vento, amarelecida pelo sol e pelos banhos de mar, revelava-se incompatível, com o quotidiano de uma cidadã de classe média, que preza o bom gosto e não descura a aparência.
Sim estou a falar de mim , de melena solta, amarelada, desidratada, sugerindo a juba indomável do rei da selva.
Como cresceu este cabelão durante um mês!
Em comprimento e, tragicamente, em volume.
Daí que o chapéu, é  adereço incontornável se me afasto do cabeleireiro.
E, é por demais evidente, que férias e cabeleireiro são incompatíveis, até porque, " ninguém nos conhece" podendo nós, portanto, exibir, calmamente, na maior descontração, a mais completa pinderiquice.

Posto, porém, que as férias já lá vão, fui ao cabeleireiro.
Sou,  como disse, cabeleireiro dependente, uma vez que a natureza (e a herança genética do meu paizinho ...) me dotou com uma farta e indomável cabeleira.
Acontece também que, tal como a minha aversão ao supermercado, detesto, se possível, ainda mais, o cabeleireiro.
Não tenho paciência para o ritual.
Marcações, "só para festas...", o que equivale a dizer que a passagem pelo salão pode variar, em tempo, de 1 hora à tarde toda.
Quantas vezes já entrei e, horrorizada, saí de seguida.
Hoje, não foi o caso.
Os deuses da sorte bafejaram-me e, encontrei a responsável mergulhada na leitura.

Depois de uns comentários ocasionais, ouvi o veredito:
"Este cabelo está um lixo!
Vamos tratar dele!"

E começou a epopeia:
- Primeiro a cor.
E, diante de mim surgiram três malgas, três pincéis e três mistelas mal cheirosas, que foram aplicadas mecha a mecha, protegidas por papel de alumínio.
- Depois de retiradas, a lavagem, o banho (?), a hidratação, sempre com o pescoço dobrado para trás, provocando-me faíscas de dor lancinantes ... mas "não pode mexer!!!"
- Seguiu-se o corte, momento em que me sinto mais vulnerável, à mercê de tesouras afiadas e dos azeites da cabeleireira, actividade intercalada pelas minhas súplicas, de "... não corte mais!".
O pavimento sugeria um campo de batalha semeado de escalpes.
A tortura terminou quando "ela" decidiu que " já chega!"
- Finalmente a secagem.
"Lisinho", imploro, como todas as mulheres dotadas de caracóis que fazem morrer de inveja "as" de cabelos lisos, porque, se há verdade universal, é que NENHUMA mulher gosta do seu próprio cabelo.
Também nesta fase capital da operação, a decisão foi da "artista" que, achando-me " clássica" optou por uns leves retoques.

Ficou assim:




Limpinho, muito mais curto e brilhante.
A cor "tem de ser retocada dentro de 2 meses" e, para a semana, lá estou de novo, para "lavar e secar, se faz favor!"

Beijos,
Nina