quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O assédio

É o título da última obra que li, do autor espanhol Arturo Perez- Reverte.
Não posso dizer que a sua leitura me tenha agradado.
Infelizmente, não agradou.

Deste escritor li, há tempos," A rainha do sul", um romance absolutamente empolgante.
Tanto gostei que continuei a apostar no autor e, ao primeiro livro, seguiu-se" O cemitério dos barcos sem nome", um romance com fundo histórico, medianamente interessante.

O que se passa é que o o autor foi jornalista antes de se tornar escritor.
Suponho que por isso a tentação pelo rigor dos factos seja irresistível, o que torna maçudas as suas produções que, apesar da minha opinião, são best sellers.

Mas voltemos ao Assédio, título deste texto, roubado do último trabalho de Reverte.
A ação do romance desenrola-se em Cádiz, cidade situada no extremo de uma península, no sul de Espanha, na Andaluzia.
A trama desenvolve-se durante as invasões napoleónicas à Península Ibérica, onde, apenas Cádiz, resistiu aos invasores, até à derrota definitiva dos mesmos.

A história é quase interessante, no que diz respeito à ficção, mergulhando, infelizmente, num poço de tédio, quando o autor  resolve aprofundar a capacidade de disparo dos canhões franceses.
São páginas e páginas de descrições técnicas insuportáveis.
O que é uma pena, porque o enredo imaginado tem um certo encanto.

Toda esta introdução vem a propósito da minha chegada, hoje mesmo, de Cádiz.

É uma cidade muito interessante, com uma parte antiga preservadíssima e um cenário de fundo de tirar o fôlego: o mar mais azul, mais plano, mais envolvente que imaginar se possa.
Neste mar mergulha, ao entardecer, um sol majestoso, que pinta o mundo de rosa.
Assim:

Ao fundo, a cidade nova.

E quando o crepúsculo avança, a metamorfose é total.

Os primeiros candeeiros acendem-se e então, definitivamente, o mundo é uma esfera mágica de cores sobrenaturais.


Até que a noite cai, doce, profunda, apaziguadora.

Na manhã seguinte, o mundo é de novo branco e azul, as cores de Cádiz.
Perdemo-nos, então, nas suas ruas e ruelas, nos seus parques e encantos e, levantando os olhos, encontrámos, invariavelmente, forte e doce, implacável e sedutor, mas sempre apaixonante, o céu de Cádiz.



Beijos
Nina