domingo, 12 de fevereiro de 2012

Num abrir e fechar de olhos ...

Foz do Douro.
Esta foto foi tirada há precisamente um ano!
.


... um ano passou.
Há, exatamente, 365 dias atrás, publiquei o meu primeiro post, porque sim, porque me apeteceu, sem prever como se desenrolaria a aventura.

Viajava,até então, silenciosamente pelo mundo dos blogues e, quando quis intervir com comentários, fui obrigada a seguir o procedimento habitual de registo e abertura de conta.
Fi-lo em Dezembro, mas só em Fevereiro, no dia 12 publiquei o meu primeiro texto.
A esse primeiro, mais de 300 se seguiram.
Para eles recebi  5 891 comentários, não deixando, conscientemente, nenhum sem resposta.
O meu perfil foi visualizado por 9 983 pessoas e as páginas visualizadas atingiram o número de 51 547.

Tendo desdobrado o blogue inicial em dois, criando, por uma questão de arrumação, uma secção exclusivamente dedicada à culinária, registo, neste momento, em cada um deles os seguintes seguidores:
O meu pensamento viaja, 484
Na cozinha da Nina, 196.

São apenas números, bem sei, mas que refletem muitas horas de dedicação e imenso prazer com um feed back que jamais pensei atingir.

Depois, o que acontece é que, quantos mais comentários chegam, mais assuntos aparecem para publicar, numa interacção que não se esgota.
Dá trabalho,sim, mas dá alegrias inesperadas, desafios que nunca pensei abraçar (Oh! p'ra mim a costurar!) e, acima de tudo, dá origem a uma cadeia de amizades que não permite nunca que nos sintamos sós.

Telefonei, no início da tarde a uma amiga, uma grande amiga, que não vejo há 7 anos, por motivos que não importa referir.
Telefonei-lhe, repito, para marcar um encontro para amanhã, coisa rápida, dar um muito grande, muito forte abraço, tomar um café e conversar um pouquinho.
Quando lhe telefonei percebi a sua imensa e genuína alegria, por me ouvir, por me rever amanhã, mas também porque " o fim de semana é muito grande, muito solitário!", segundo as suas próprias palavras.
Esta minha amiga está divorciada há anos, é mãe de 3 filhos adultos e com vida própria e sei que, neste momento, está só, no que diz respeito à esfera de afetos.

Se depende tão intensamente de um par para que o fim de semana não lhe pese, parece-me sinal de uma grande debilidade e parece-me excessivo conjeturar que a sua própria felicidade é da responsabilidade de uma segunda pessoa e não dela própria.

Agora que nos reencontramos não faltarão oportunidades de falarmos sobre o assunto.
De uma coisa tenho a certeza:
Num qualquer momento, dir-lhe-ei:
- Amiga, inicia um blog!

A todos os que me seguem, me enviam comentários, ou apenas me lêem esporadicamente, devo  um profundo agradecimento, pelos minutos das suas vidas que gastam comigo, pelos incentivos que me dirigem, pelo carinho com que me acolhem e que nada tem de virtual.

Beijos
Nina

No mundo verde ...

movimento-me com razoável desenvoltura, excepto num detalhe.
Não me entendo com bonsais.
Já matei vários, afogando-os em regas excessivas que alternei com secas prolongadas, num esquizofrénico jogo de (in)decisões que sempre acabaram mal.
Para quem, como eu, tem a petulância de se assumir com "dedo verde", estes fracassos deixam-me perplexa e estranhamente desinibida.
-A culpa é deles, tem que ser deles, seres estranhos que requerem atenções inalcançáveis.
Mas, como acho piada àquela amostra de árvore, acabo por aceitar a sua volatilidade e, por isso, insisto .
Já cá tenho outro.
 Um ficus anão que trouxe de Espanha, há um mês.
A primeira manifestação de hostilidade por parte da criatura foi largar, uma  a uma todas as folhas.
e, da noite para o dia, à sua volta formou-se um  minúsculo tapete de folhas secas.
Foi o primeiro aviso de que o calvário se repetiria.




Calmamente, como quem aceita um inelutável destino pré-definido, mudei-o de  poiso e saltou para a cozinha.
Aí, num ambiente naturalmente humedecido pareceu revigorar.
Gostei.

Comecei, então, a terapêutica do borrifo.
Todos os dias a extravagante criatura era sujeita a  duas ou três sessões de borrifo.
E, para meu espanto, a moribunda reagiu.
Pequenas folhinhas verdes começaram a despontar nos caules despidos.
Será esse o segredo?
Tão simples e tão bem guardado...
Há que borrifá-los.
Será que descobri, por puro acaso, o segredo, se não da vida eterna, da longevidade dos bonsais?
Perante o ar prometedoramente saudável, já arrisco umas fugazes estadias na sala, onde, se exibe, vaidoso.




Entretanto, comprei mais jacintos.
Não lhes resisti.
Prometem flores rosa e encontram-se bem mais desenvolvidos que os irmãozinhos ontem regatados.

Em grupo, espreitam numa janela ensolarada.
Prometem delícias ...




... desafiados pelas orquídeas que já floriram, vaidosas ...

...enquanto outras começam a despontar.


Será uma vigilância diária atenta.
Palpita-me que dentro de dias se consumará a festa.
Teremos flores , muitas cores, muitos odores.

Beijos
Nina