segunda-feira, 28 de maio de 2012

Transparências


Quando comprei esta saia  não hesitei, foi paixão à primeira vista.
Experimentei-a na loja e pareceu-me bem.
Foi, já em casa, que percebi a dimensão da impossibilidade de a vestir.
Apesar de me chegar aos pés, tinha duas aberturas que quase atingiam a cintura e o forro, mais não era que um panito com 25 cm de altura.
Impossibilidade absoluta de usar tal coisa noutro local que não a praia.
Ficou, portanto, ali num canto, esperando que eu ganhasse coragem para a forrar.
Na Feira dos Tecidos, de que permanentemente falo, encontrei um forro na mesma cor e, depois de muito pensar, lancei-me na aventura de costurar uma espécie de saia.
Não ficou nada mal, garanto , de tal modo que hoje já usei a minha bela nova, decente e recatada saia em rosa salmão.



Apesar das texturas serem diferentes, o forro funciona perfeitamente.

Propositadamente, deixei-o mais curto que o exterior, num jogo engraçado de opaco/transparente.

Esta saia,  uma belíssima peça em crochê (que pode ser vista  aqui ) constituía um atentado,  na sua forma de rede completamente transparente, uma arma letal, bem pior do que não trazer nada vestido.
Agora, com o seu bem comportado forro bege, transformou-se e, se o bom tempo se mantiver amanhã, vou usá-la sem problemas.
E, já que estava com a mão na massa, máquina de costura montada e todo o circo que a acompanha, ainda cortei, a pedido, as mangas compridas desta camisa, que assim ganhou um ar mais veraneante.

Foi só seguir as risquinhas sem medo ...

... dobrar uma bainha e pespontar.
Resumindo:
-Costurar vai do começar;
-Não ter medo é essencial;
-A perfeição atinge-se com a repetição;
- O ótimo é inimigo do bom, por isso, há que ser indulgente e aceitar que nem tudo fica imaculadamente perfeito;
- Persistir é fundamental;
- Coisa mais gratificante ainda está para ser inventada;
-O que se poupa é coisa a não desprezar!

Beijos
Nina