sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Feridas ...


... feridas abertas, ali, em plena luz do dia, inesperadamente, surgem, brutais.

Apesar da sua localização geográfica tão próxima, devo admitir que, quando a guerra eclodiu nos Balcãs, chegou-me aos ouvidos como algo abstrato, incompreendido, oculto por nomes estranhos como Bósnia e Herzgovina, sons sem referência, desprovidos de vida , de gente. 

Hoje, confesso-o envergonhada.

Era uma briga lá para os lados da Jugoslávia envolvendo cristãos e muçulmanos, coisa  mal compreendida que esperávamos que, tal como surgira, parasse.

Acontece que não parou.
Arrastou-se por 20 anos e, ainda hoje, existem territórios ocupados por tropas pacificadoras estrangeiras.

No norte, em Zagreb, o conflito apenas se infiltrou. As consequências, essas,  contudo, persistem. 


Deixando a capital, para sul, numa curva da estrada, o testemunho ...

...mudo, mas estonteante ...

... pela violência atroz que sugere ...

... e faz questão de perpetuar...

... para memória futura, para que as novas gerações não esqueçam.
Aqui viveu e morreu gente.
Estas, as suas casas.
Estas, as suas vidas.

A natureza, sábia mãe protetora da perpetuação da espécie, na curva seguinte, completa a lição:

Luminosa, pujante de vida, indiferente às tricas estúpidas que só o homem é capaz de criar.

Exibe pedaços de céu ...


... pedaços de vida...

... lições a tomar ...

... para que nunca se esqueça o importante ...
... que é estar vivo. Aqui e agora.

Beijos
Nina