segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Surpresas ...


Desde que me tornei viajante "profissional" programo cada detalhe das minhas andanças sem recorrer às agências de viagem. Foi assim que descobri o Booking.com, grande site que, a preços sem concorrência, garantem estadia em qualquer parte do mundo.
Já se sabe que, marcar por fotografia envolve os seus riscos.
Já se sabe que quem quer ceder instalações, doura a pílula.
Já se sabe!
E já tenho enfiado grandes barretes  com a prática.

Porém, nada que se compare ao que ocorreu em Split, belíssima cidade na costa Croata.

O eleito foi o HOTEL VILLA VICE ( é favor reter o nome...), um 4 estrelas com todos os "efes" e "erres".
Pois bem, foi assim:
Chegámos noite cerrada.
No GPS (invenção abençoada!!!) introduzimos as coordenadas e por duas ou três vezes a vozinha maviosa declarou:
"Chegou ao seu destino!"
Como assim? Como pode ser esta rua escura , ladeada de casa antigas, também elas escuras e às escuras,  ser o meu destino?
Não pode!
Repetido que foi o percurso,( ou deverei dizer a via-sacra?), concluímos que o VILLA VICE (repito, retenham o nome!) era ali, no meio de nada, no nº 12.
Batemos.
Esperamos.
Uma porta abriu-se.
Os maridos desapareceram.
Ao longe vozes.
Saí. 
Fui averiguar.

Nas traseiras, num jardinzeco, a porta de uma garagem aberta.
No interior uma cama King Size e os maridos dispostos a assinar não sei o quê.
Fiquei parva.

O que é isto?, perguntei.
-A bedroom, respondeu-me um croata encorpado!

Um quarto? Só se for por ter uma cama!
Onde está o hotel de 4 estrelas que encomendei e paguei antecipadamente?
-Aqui!, respondeu-me, ofendido, o proprietário do palácio.

Depois do devido raspanete aos tontos dos maridos, acedemos a instalarmo-nos no interior da "mansão" (a troco de uma quantia suplementar), num "apartamento" com cozinha e tudo, e um quarto tão exíguo que nas minhas pernas subsistem as nódoas negras provocadas pela cama (king size, atenção...) que atafulhava a área .

Argumentar que o pacote não passava de um Bed and Breakfast encapotado, foi tarefa impossível.

Lá ficámos e graças à extraordinária capacidade de adaptação do ser humano, até conseguimos três noites de sono repousado e este pequeno-almoço servido no quarto.

Do episódio, para além das nódoas negras já mencionadas, subsiste o cómico de uma situação caricata.


O certo é que, à hora combinada, num tabuleiro surgia o dito breakfast.

Numa manhã visitámos a cidade onde  o imperador Diocleciano construiu um magnífico palácio e o seu mausoléu ( de 295 a 305 DC).
Este, seria transformado, no século XVII, pelo Bispo John de Ravena, numa catedral dedicada à Assunção da Virgem Maria.

Linda, branca e elegante...

Com uma torre que se eleva acima de todas as contruções ...

... cujos degraus contei, um a um, até ao topo!

Pelo caminho, meio morta, a deitar os bofes pela boca, fui ainda presenteada pelo badalar dos sininhos.
Ainda estou um pouco surda!

Mas valeu a pena.
Vejam!

Seguiu-se a travessia, num destes ferries, de toda a baía.

Ainda intramuros, a cidade desenvolve-se em ruelas, arcos e arcadas ...

...que, por momentos, nos transportam à Idade Média.

Do barco, a cidade murada exibe-se assim ...

...e assim ...

... até que se avista a ilha de Brac ...

... por onde deambulámos ...
Conclusão:
O monumento magnífico atrai turistas numa corrente contínua.
Os locais servem os turistas.
Os locais exasperam-se.
Os turistas impacientam-se.
Uma manhã é tempo mais que suficiente para Split!
Avisei!

Beijos
Nina