quarta-feira, 31 de julho de 2013

E quando o dia chega ao fim ...

... impõe-se uma pausa.
Uma mesa e um jantar.
O almoço até pode ser improvisado, comido a correr, às vezes a andar, qualquer coisa que encha o estômago.
Mas o jantar, o jantar, não!
O jantar exige tempo e disposição, comido sem pressas, com muita conversa, com vagares de quem durante o dia "deu o litro".
Lá, em Vlinic, a comida era excelente, a preços moderados, inferiores aos dos restaurantes portugueses.



Muitos legumes, um peito de frango e uma espécie de croquete envolvido em bacon.
Pouco sal e muitas ervas.
Excelente!

Gelados.
Sempre um final de jantar fantástico.

A pausa para jantar é a cereja no bolo de um dia de descobertas.
Descobrir os saberes e os sabores de cada povo, um desafio e um ensinamento.
Aprendo sempre com estes momentos. Às vezes não passam de combinações inusitadas, mas acaessíveis, que até registo para em casa repetir.

Beijo
Nina


terça-feira, 30 de julho de 2013

Vilnius

É a capital da Lituânia.
Uma cidade encantadora, repleta de tesouros de arte.



Começa-se a visita da cidade velha entrando por esta porta, a Porta da Alvorada ...

... que sobre ela suporta uma capela ...

... que, de janela escancarada ...

... expõe uma imagem  de Nossa Senhora, tida, aqui, como particularmente milagrosa.
A imagem é belíssima.
 Esta é a primeira. Seguem-se dezenas de outras, Católicas e Ortodoxas, todas maravilhosas no seu esbanjamento de artifícios barrocos.



Não as nomearei. Aliás, na minha memória não estão catalogadas.
São tantas e tão lindas.

Esfusiantes de luz ...

nas suas nuances pastel ...

... nos seus arcos e arcadas sobrepostos.

Esta é a Catedral ...

... especialmente notável,  com a Torre do Campanário, especialmente bela, especialmente única.
 As ortodoxas não se mostravam compatíveis com a fotografia. Proibiam explicitamente. Numa, porém, em que a proibição não era visível, registei a medo o colorido interior.


Igual às católicas.
Igual como reduto de fé.
Só mudam alguns intervenientes.
Chamam a Vilnius a capital do barroco.
Percebi porquê.

Beijo
Nina

domingo, 28 de julho de 2013

Mar na montanha!


Não é bem mar ...

... é um lago!

Cruzado por dezenas de barcos ...

... e nas suas margens, a praia.
 Não é bem montanha, é um planalto, cruzado por rios, semeado por lagos.


Com pontes, portas e comportas, estradas aquáticas super ocupadas.


Água transparente, céu azul e espelho de água.

Não admira que aqui aterrem, às dezenas, polacos sedentos de mar.


Com o seu estranho e impronunciável nome, situa-se ao norte da Polónia, a caminho da Lituânia e eu chamo-lhe, apenas,  Paraíso.

Beijo
Nina

sábado, 27 de julho de 2013

zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz


Avião às 6, check in às 4, alvorada às 3!
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz!!!!
Uma canseira! Taralhouca, bêbada de sono, não entendo nada.
zzzzzzzzzzzzzzz, zzzzzzzzzzzzzzz, zzzzzzzzzzzzzzz!
20horas. Quero uma cama. e silêncio. E escuro.

Num jardim de Varsóvia ...


... quente ...

... como só conseguem ser os países de eternos e gélidos Invernos.


Quando chega o calor, é inferno.
São lindos estes imensos verdes. Lindos e vividos e aproveitados com avidez.
E eu, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz! Morta de sono!
Amanhã, composta, recomposta e refeita tratarei de me misturar nesse profundo verde.

Beijo
Nina

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Malas!

Refiro-me às de viagem, às que é suposto encher de uma forma racional, às que mantêm comigo uma incontornável relação de amor/ódio.
É que não nos entendemos.
Precisamos uma da outra, mas não nos entendemos.
Em suma, não sei fazer malas.
Já li tratados, conselhos, avisos... em vão. Nada resulta.
Levo tralha a mais, que regressa amachucada, imprestável, pronta para a lavandaria ou para a máquina.
Levo tralha a menos. Passo frio de rachar por falta de um agasalho. Apanho molhas monumentais, por falta de guarda-chuva.
Compro sapatos para me acudirem em aflições de chuvadas diluvianas.
Compro roupa fininha, assada no calor tropical que, inusitadamente, de propósito, na hora em que chego, incendeia os países nórdicos.
Sempre, mas sempre, se alguma coisa tem que correr mal, corre no momento da minha chegada.

Já fiz malas por cores.
Tudo a combinar com tudo. Tudo em declinações de bege e branco.Tudo insuspeito.
Nem assim!
Ou está demasiado calor, ou demasiado frio.

Aprendi - foi essa a última aprendizagem - que o esquema é , deve ser outro:

Jeans, escuros, sempre jeans. Casando com t-shirts lisas que se mudam diariamente.
Um agasalho, tipo sweater, um impermeável, um guarda-chuva, ténis e sandálias, um par de cada.

Assim me organizei. Cega, sem pensar em combinações, sem pensar em ocasiões especiais de jantares elegantes.
Nada.
O princípio é estar limpa e confortável.
O bom gosto, o estilo fica para depois.
Na mala, metade de metade da tenda que costumo carregar.
Se faltar, para uma ocasião especial, algo insubstituível, olha, azar, compro!

Sinto-me rebelde, hippie e liberta.
É bom!
A ver como corre.

Beijo
Nina

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Tricotando


Esta manhã, chovia. Não uma chuvada de inundação, não! Uma chuvinha miúda, que caía de um céu cinzento. Frio, não. Não estava frio. Ainda assim, a chuvinha fina exigia braço tapado.


Lembrei-me deste casaco em tricô.
Fio de algodão, agulha muito grossa ...

... e o resultado é uma quase renda.

Excelente para o Verão. Quase tapa, quase agasalha, como se necessita.

Visto de perto descobre-se o grau de dificuldade:
Zero!

A isto se resume o modelito:
Um retângulo grande, que colocado à volta do tronco o envolva, mais que o necessário, em sobreposição excessiva.
Calcula-se, ( a olho, pois então!), o local das cavas.
Aí nascerão 2 fendas que, no final, receberão as mangas.

Este, é meu há muitos anos.
Veio de Santiago do Chile (sim, Angélica, de Santiago!) e é o ovo de Colombo dos tricôs, na sua absoluta simplicidade e look exótico.

Veste muito, muito bem. Compõe o mais simples visual. Ideal para o Verão. Faz-se com uma perna às costas.
Nenhuma desculpa para não pegar imediatamente nas agulhas.
Vou pôr mãos à obra!

Beijo
Nina






quarta-feira, 24 de julho de 2013

E as regas?

Consegui contornar a obrigação da rega diária das plantas de exterior graças a este dispositivo:

Um relógio, uma mangueira e muitas saídas de água!
Foi a melhor aquisição que poderia fazer.
Programado para regar 1 ou 2 vezes por dia, à hora escolhida, não falha, sendo de uma comodidade inexcedível. Acabaram-se as preocupações com hora de rega e com disposição para a fazer, que, admito, às vezes a preguiça impera.
Assim, não há que pensar. Certinho, como relógio que é, dispara o sistema de rega gota a gota, sem lapsos, sem equívocos.

A mangueira viaja sobre vasos e floreiras ...

saciando sedes e necessidades ...

... na conta certa.
Um descanso, no dia a dia e nas férias.
Principalmente nas férias!

O pior são as plantas de interior.
As pobrezinhas não aguentam ausências superiores a uma semana. Por isso, sempre ou quase sempre, conto com uma ajuda amiga que garante a subsistência das minhas meninas.
A não ser que a tal ajuda amiga se encontre ausente e distante.
Então há que agir.

Antes de sair, rego-as exageradamente, abundantemente, deixando que alguma água se acumule no cachepot ou no prato que as sustem. Ainda assim, é pouco.

Então, recorro a um truque que minimiza os prejuízos.

O gargalo de uma garrafa cheia de água é enterrado na terra ...
... e, aos poucos, vai libertando a água armazenada.
Não sendo uma garantia 100% eficaz, proporciona um período de tempo alargado que permite a sobrevivência das bichinhas até que mão amiga lhes acuda.

Enquanto não chegam as férias, acumulo garrafas que serão utilizadas neste contexto.
Já aplico o truque há muitos anos e, embora, infelizmente, não possa garantir a ausência de baixas - sempre, uma ou outra mais frágil, acaba por sucumbir -  as perdas são muito minimizadas.

Depois, em Setembro, Outubro, o ciclo reinicia-se, com plantas novas, tratamento das antigas e imensa expectativa numa futura radiante floração que nunca falha.
Tenho p'ra mim que as plantas pressentem quando são amadas!

Beijo
Nina

terça-feira, 23 de julho de 2013

Nasceu o novo bebé real ...

... roubaram-me o iPAD, o sol voltou, descobri novas dicas culinárias.

Assim feita a resenha do dia, desdramatizo o choque que foi o roubo do meu iPAD.
Foi mais uma coisinha que ocorreu entre as mil que constituiram o meu dia. De gente viva. De gente sujeita a dissabores. pois, como dizia o outro, estar viva é uma atividade de altíssimo risco.

Então, foi assim ... numa distração de poucos minutos, o meu iPAD foi roubado, na mesa do shopping onde tomava café.
Culpa minha que facilitei e, já se sabe, "a ocasião faz o ladrão".
Foi um choque, um desgosto.
Nem é pelo valor monetário implicado. Nem é , em primeiro lugar, pelo dinheiro. Não! É pela agressão, pela invasão, pela violação dos meus direitos. Deixou-me imensamente incomodada, sumamente perturbada. Confesso, que 24 horas volvidas, não recuperei ainda do choque e, incrédula, alimento disfarçadamente a ilusão de que tratou de um equívoco que será esclarecido.
Tola!

Mas o mundo prossegue, indiferente, o seu curso.
E nasceu o bebé. O primeiro filho de William e Kate.
Deixei, sem esforço, que o acontecimento me animasse.
Em Inglaterra, é o delírio.
Fico feliz pelos pais, por todo um povo, pelo mundo que agradece notícias felizes.

Entretanto, depois de quase três semanas de brumas, o dia nasceu azul, com sol aberto, sorridente e definitivamente estival.
Muito bom! Muito bom que se cumpram as permissas esperadas. Verâo é sol e calor. Não são dias sombrios e tristes.
Há que aproveitá-lo.
A praia está cheia.
Divirtam-se.

Eu, ainda aguardando as férias, mantenho as rotinas.
Almoços e jantares caseiros, horários, compras e tudo o mais que uma família necessita para subsistir no dia a dia.
Para o almoço de hoje, Cozido à Portuguesa. Excelente na sua absoluta simplicidade.
Sempre sobra muito. Não há como evitar. E as sobras sempre são sujeitas a uma espécie de restyling, em feijoada, ou no que a imaginação de momento determinar.
E o caldo, aquele rico e suculento caldo? Que destino lhe dar?

Verto-o em frascos ...

... que etiqueto ...
... e frio com eles.
Será utilizado em arrozes, massas, sopas, molhos e o que mais calhar, que isto de cozinhar é um processo vivo em permanente descoberta e reinvenção, nunca concluído, nunca fechado, como prova o exemplo acima citado.

Beijo
Nina

domingo, 21 de julho de 2013

Foi tão bom...

Se eu fosse dia, seria sábado. O meu dia. O melhor da semana. O dia!
Ao sábado, nada pode correr mal. Ainda que chova. Ainda que faça frio. Ainda que não saia de casa.
Ao sábado, basta-lhe ser sábado para ser doce, para ser cenário de cenas felizes. Para ser bom.
Ontem foi tão, tão bom!
Revi amigos queridos, do peito, de toda a vida, de quem, desconfio, já nasci amiga, a querer muito, muito bem.
Almoçámos. Um arroz de robalo dos deuses, dos céus, dos anjos e de toda a corte celestial.
Aprendi o como, um detalhe único que faz toda a diferença e, se não temesse por aqui me perder em detalhes de cebola e alho picado, revelaria já o segredo da abelha. Ficará, porém, para outro depoimento.
Foi tão bom, tão cheio de cumplicidade, de intimidade repartida, de gargalhadas felizes, de abraços apertados.
Daí que não entendo muito bem quem proclama multidões de amigos. Não entendo, eu talhada para gostar das pessoas, para me ligar às gentes, de peito aberto, em comunhão solidária de amor fraternal.
É que, as ligações profundas, quase primitivas, de tribo que sobrevive por solidariedade implícita, quase carnal, essas ligações são  ocasionais, ocorrem   de vez em quando, mas quando ocorrem são imperecíveis.
A gente adivinha laços, pressente coincidências, vislumbra identidades, assim como que se tratasse de uma espécie de paixão. E depois, sem complicar, longe de questionar, aceitamo-nos, ficamos amigos para a vida, para além da vida, se é que para além da vida existe outra vida.
Não fosse por outro motivo, este seria suficiente para tornar o dia de ontem tão bom.

Acontece que os deuses estavam favoráveis concedendo outras benesses.
O jantar foi lindo.
Descomplicado, simples e lindo.
Com sardinhas frescas, das gordas, que passadas por brasas pingam no pão.
Maravilha!
E depois, isto:


O  copo que acompanha conversa amena, interminável, intíma, foi bebido neste cenário, junto ao rio, na noite serena e luminosa.
 Na minha cidade - a mais linda, a mais, de todas as cidades - as noites são assim, uma festa, um esplendor.
Termina quando terminar, e, enquanto dura, afaga os sentidos, embriaga na sua beleza sem par, induz a percepção de que a vida é bela e merece ser vivida.

Beijo
Nina

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mosquitos


Venho falar de mosquitos.
Apenas. Não de moscas, não de melgas, não de formigas, não de aranhas nem de aranhiços.
De mosquitos. Apenas.
O realce que lhes concedo é diretamente proporcional à fobia, ao horror, ao ódio de estimação que lhes  dedico. Não por acaso, como explicarei.
Trata-se de um caso de amor não correspondido que, como todos os casos de amor não correspondido se transforma em pesadelo em obsessão fatal, como no filme. Os mosquitos amam-me, idolatram-me, insistentes, assediam-me, na mesma medida em que eu os enxoto, me esquivo, me escondo, me resguardo. Em vão.
O amante não correspondido insistente, inclemente, persegue, tornando-se, infalivelmente, predador, acossador perigoso que, face a barreiras e obstáculos, aguça o engenho, em sofisticadas manobras persecutórias, porque "ama", na sua forma torta de amar.
Assim são os mosquitos.
Eu cubro-me, tapo-me, besunto-me de repelente, perfumo-me com infalíveis loções protetoras.
Em vão.
O assediador(a) não desiste. Cria anticorpos face aos repelentes, descobre atalhos impensáveis para a minha pele.
O amante rejeitado , focaliza, diabólico, os sentidos no alvo, um único alvo a perseguir.
Assim também os mosquitos.
Estamos em grupo, homens e mulheres, braços ao léu, pernas nuas, pele oferecida, manjares gratuitos.
Pois bem, o que fazem os mosquitos? Atacam-me a mim, só a mim, unicamente a mim que assim fui promovida pelos amigos e familiares à mais eficaz forma de repelente de mosquitos presente no comércio.
É muito triste.
E muito irritante.
E muito doloroso.
Após a(s) picada(s), uma tumefação vermelha, comixenta, incomodativa, inestética surge, com ar de queimadura e/ou agressão.
Nada a fazer!
Limito-me a odiá-los cada dia mais, com um ódio profundo que cresce a cada investida, a cada zoeira noturna nos meus ouvidos, a cada suspeita paranóica de que "está aqui um mosquito!"
Daí o fechar de janelas esbaforido quando o dia se aproxima do fim, que, dizem os entendidos, é quando, em chusma covarde, os monstros atacam.
Ok! Estou a ficar um bocadinho paranóica ...

Beijo
Nina


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Compras!

Só precisava de arranjar uma prendinha para uma amiga que fez anos na semana passada. Uma amiga que tem tudo. Daquelas mesmo difíceis de presentear.
Felizmente que nós, mulheres, sempre temos umas necessidades inesperadas ... um colarzinho, uma bolsa, uma écharpe e por aí fora, tudo neste capítulo.
Fui à Zara!
Já em saldos, mas ainda aprumada, sem pilhas de trapos imprestáveis, jazendo onde quer que seja, vítimas da loucura desenfreada do mulherio. Está, portanto, em saldos, mas arrumadinha, convidativa.
Comecei por encontrar umas calças brancas, numa seda pesada, lindas de morrer. E, o mais incrível, no meu número, não no número da minha amiga. Chamei-lhes minhas.
Depois foi um casaco em tons de azul, impecável, super original, modernaço, prometendo combinações fantásticas com jeans ou brancos.Tinha que ser meu. Não o larguei.
A seguir, apaixonei-me por uma saia de seda pingona, comprida, num tom nude indescritível, a minha cara. Veio comigo.
AH! e uma camisa branca que, como se sabe, camisas brancas nunca são de mais.
Mesmo ao ladinho, um blazer de corte masculino, em linho, azul bebé. Uma perdição, que já que é para pecar, que seja por uma boa causa.
Tudo a menos de metade do preço marcado na etiqueta.
Um negócio da China!
Paguei!
E a prenda para a minha amiga?
Não encontrei NADA!!!!
A sério, nada se adequava a ela.
Em desespero de causa, entrei na UTERQUE, essa loja de bom gosto insuperável, e, aí, achei o que procurava, uma incrivelmente bonita echarpe de linho selvagem em tons bege, que também poderia ser minha... mas não será, prometo.
Regressei carregada de sacos.
Só queria uma prendinha para a minha amiga querida. A sério.
A sensação de pecado, confesso, foi ÓTIMA!

Beijo
Nina

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Tão estáveis que nós somos!


Se bem me lembro, ainda há uma semana atrás,  bufávamos de calor, procurávamos sombra e água fresca, destilávamos esbaforidos, jurávamos que assim não, que era horrível que os 40 graus eram simulacro de inferno.
Que antes o frio, que o frio se atacava com casacos, que o frio era mais saudável, que viesse o frio, ai quem me dera que arrefecesse!


Pronto! O santinho escutou as preces.
Lá ao fundo é o mar! Onde? Não se vê por causa do nevoeiro, fresquinho, fresquinho, como suplicámos, que o santo é camarada.
Isto ao pé do mar, na praia repleta de encasacados banhistas e ranchos de crianças enregeladas.
Há ainda, um ventinho cortante, do norte, a cereja no topo do bolo.
 Caminhando para o interior, coisa pouca, o sol brilha resplandecente.
Só na praia é que não!
Na praia está mesmo frio.
Acho que o santo entendeu tudo ao contrário e eu, que ainda não estou de férias, nem me importo muito.
 Já quem apostou no Julho ardente, saiu-se mesmo mal.

Com calor de rachar ou um friozinho chato, o certo é que estamos já em modo férias.
Não faço compras, tentando despejar arcas e frigorífico antes de abalar.
A jardinagem, parada, que é certo e sabido a ocorrência de baixas após a ausência estival.
Ainda assim, o manjericão antecipou-se, despontando verde e viçoso.
A ver se entretanto o gasto, que cheira que é um regalo.


E-lo, perfumado e apetitoso.
 Entretanto, com muitos, afazeres, muita saída, mal tenho tido tempo para fios e agulhas.

Ainda assim, dei por concluído o segundo esquema de desenho livre.
Não sei ainda onde serão aplicados e quando assim é, quando não sinto o clique, o melhor a fazer é esperar calmamente que a inspiração chegue ...que sempre chega.

É assim todos os anos!
 Período que antecede as férias é tempo de  desassossego, de pinhas de decisões, resmas de providências que não casam com horas de tranquila rotina.
No ar, numa constante agitação, nem ao blog tenho dado o tempo que necessita e exige.
Outra calmaria, muito em breve, virá.

Beijo
Nina

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Verão é cor...

... e comida leve e fruta variada e saladas e pratos frescos e descomplicação, que há que aproveitar o tempo fugaz de sol e calor, na rua, na praia, numa esplanada junto ao rio, numa espreguiçadeira no terraço.
Nesta altura, o meu terraço vira jardim, com passarinhos e tudo.
À vontade, ignorando a minha presença, saltam de ramo em ramo e - cúmulo da desfaçatez - tomam banho nos pratos onde pinga a água da rega.
Um encanto!

Na cozinha, mal paro.
Se é para preparar uma refeição, preparo logo três ou quatro, na onda de despachar o calor que não se aguenta.

Sopas, poucas ou nenhumas.
Invisto em saladas, com muita folha verde, muita cor do que na gaveta dos vegetais se oferece. E, se me lembro, ainda acrescento fatias de fruta, nozes e azeitonas, e queijos, sem regra, livremente.

Ou melão!
Por que não melão em vez da sopa?
Com fatias finas de presunto, um pitéu!
Ou simples, em toda a sua suculência.


Muito doce ...

Bem fresco ...

... é uma entrada magnífica, digna do Verão.
Na tarde de domingo, em intervalo de outros afazeres, cozinhei.
Feijoada e Bacalhau à Gomes de Sá.

Da Feijoada, nada posso acrescentar face às milhentas maneiras de a cozinhar. Acho que de cada vez que é preparada, o é de maneira diferente, ao sabor das disponibilidades, do humor, da imaginação de quem a prepara. Seja como fôr, é, para mim, sempre, um prato muito bom, um prato que conforta e apazigua estômagos e disposições.

É por isso que acho que as pessoas em regime permanente são um bocadinho mal dispostas, um bocadinho agrestes, um bocadinho incivas de mais! Parece-me ...

Nasceu, portanto, uma grande panela de feijoada. Já foi provada, aprovada e aplaudida.
Oh! grande invenção!

Com a mão na massa e avental ao pescoço, fui-me ao bacalhau, uma embalagem daquelas já desfiadas, salgadas e sem espinhas.
Coloquei o bicho de molho e, sem pensar, parti para a homenagem ao senhor Gomes de Sá.
É um prato simples, mas muito saboroso que nada perde em ser preparado antecipadamente.

Quando, no início do blog, manttinha aberta A Cozinha da Nina, ( fechada porque não dava conta de tamanho encargo ...) publiquei esta, a receita que sempre sigo, com uma ou outra variação, que disciplina cega não é comigo:

INGREDIENTES

3 postas grandes de bacalhau demolhado
750 g de batatas
3 cebolas médias
2 dentes de alho
3 ovos cozidos
Salsa, louro, pimenta e azeitonas descaroçadas q.b.

PREPARAÇÃO

Coze-se o bacalhau e, depois de escorrido, divide-se em pedaços, retirando toda a pele e espinhas.
Separadamente, cozem-se as batas em água temperada com sal, que, depois de cozidas, se cortam em pequenos cubos.
Aloiram-se as cebolas cortadas às rodelas e os alhos picados, em bastante azeite.



Vai-se mexendo para que não queime e acrescenta-se o bacalhau, uma folha de louro e as batatas, refogando levemente.
Retira-se do calor e dispõe-se o preparado numa travessa que se enfeita com o ovo cozido, as azeitonas e a salsa picada.
Pode esperar no forno, de calor muito baixo, para ser servido, ganhando o prato um sabor mais intenso.

A salsa que, antes de levar à mesa, enfeita de verde o prato, vem daqui, da horta da varanda.

Durante meses, destas floreiras, retirei coentros, cebolinho, hortelã, alecrim, manjericão e salsa, aos molhos, em excessos de quem não usa sal como tempero.
Agora, missão cumprida, só a salsa e o alecrim subsistem, resistentes.
As restantes ervinhas feneceram, dormem o sono do Verão, para, em Outubro renascerem, verdes e viçosas.

Lavadinhas, picadas, serão as fines herbes dos elegantes franceses.
Vão colorir e perfumar o bacalhauzito!
À sobremesa, fruta, variada, colorida, perfumada, que não há como o Verão para tudo ser mais doce, mais suculento!


Pêssegos, nectarinas, ameixas ...
Há lá remate melhor para refeição estival?

E, na cozinha, sobre a mesa, a taça cheia, repleta, bojuda, perfumada, oferece-se ao passante.
E, ao longo do dia, vamos petiscando, uma ameixa agora, outra depois, e cerejas e uvas e morangos, numa orgia de cores e sabores inebriante.

Verão é assim, simplicidade sempre.

Beijo
Nina





sábado, 13 de julho de 2013

JU!

Conhecemo-nos quase desde os primeiros passos do blog e foi uma espécie de amor à primeira vista.
Gosto muito, muito da Ju!
Da sua sensibilidade, do seu estilo de vida, dos seus gostos e preferências  tão próximos dos meus.
Admiro a sua capacidade, a sua perícia ao concretizar desafios que a seduzem.
Enfrenta-os levando o barco a bom porto como perita, de uma forma admirável.
De longe tenho admirado os seus feitos, suspirado enternecida face às maravilhas que nascem das suas mãos.
E assim me apaixonei pelas suas meninas, as suas Tildas, cada uma mais bonita, mais incrivelmente perfeita que a anterior.

Pois bem, ganhei a minha princesa, a minha Tilda, a Nina, assim batizada pela progenitora.

Chegou ontem às minhas mãos depois de uma viagem intercontinental  complicada.
O importante é que chegou.
Linda, airosa, vestida de azul, como eu gosto, num vestido decotado que sugere Marilyn Monroe.

Não veio só.
Acompanhou-a um coração azul, cravejado de pintinhas brancas, como se de estrelas se tratassem.
 E um agulheiro delicioso que sugere bolo irresistível.
E botõezinhos mimosos, de fadas, ou de princesas.
 E agulhas.
E um perfumado, imaculado, colorido pano de prato.
Tudo saído das mãos da minha amiga Ju.
Tudo por ela congeminado.
 Tudo por ela tocado.
Em horas de trabalho, de investimento, apenas porque me quis agradar.

OH! E os olhinhos?
E o carrinho de linhas enfeitando o penteado?

E o capricho do vestido decotado que remata, petulante, sexy, em nó atrás do pescoço?

Ao lado, o simbolismo do coração que, sem palavras, assegura que a maior riqueza é a dos sentimentos.


O agulheiro recebeu rendas e laços e recortes e um azul coração, nada tendo sido deixado ao acaso...

... nem mesmo o porta agulhas. Até ele foi adoçado com o carinho das mãos que o tocaram.

O pano de prato, com o seu remate de frutos coloridos é um carinho só, um desafio, uma inspiração que tentarei repetir.

Ju, não sei como exprimir a alegria profunda que o teu gesto em mim provocou.
O carinho não se agradece, pois não?
Deixo o meu abraço, forte, apertado com laços que vencem a distância, que vencem um tempo.
Um dia, talvez, to possa dar pessoalmente.

Beijo
Nina