quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Alice no país das maravilhas


Pareceu-me que cheguei lá, ao tal país, ao tal reino encantado, incongruente e absurdo.
Eu, sou a Alice!
Uma Alice espantada!
Possuída pelo nonsense!

Uma casa rosa!
Informe, disforme, enfeitada com gigantescas esferas douradas ... ou serão mesmo de ouro?

Nas esquinas nascem torres e os pilares, esses são enfeitados com contas gigantescas de colar imaginado.

As janelas duplicam-se, triplicam-se, multiplicam-se num corropio imparável.




Juraria que cúpulas e mais torres desabrocharam face aos meus perplexos olhos.


Até as borboletas, de tão grandes, de tão lindas, invadiram as mais lógicas proporções, destruindo-as!

(Quase) vi a Rainha de Copas e a Branca também!
O Chapeleiro Louco, esse, ultrapassou-me numa esquina. Juro!

E aí sim, em Magdeburgo, o meu pensamento viajou.
Ao edifício rosa chamam  Hotel das Artes.
Não acredito!
Estive no reino de Alice.

Beijo
Nina

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Ich bin ein Berliner...

Berlim é um caso à parte entre todas as (belíssimas) cidades alemãs.
E é-o pela carga histórica que comporta.

Após o final da II Guerra Mundial, quando à antiga URSS coube o domínio da parte oriental da Alemanha, iniciou-se uma nova contenda, a Guerra Fria.
Do encontro dos vencedores resultou a divisão da Alemanha  que perduraria até  1989, ano em que foi derrubado o Muro de Berlim.

Churchill, Truman e Stalin ...
Tão amigos que nós éramos!


A contrução do Muro de Berlim viria a agudizar a tensão existente.
Foi então que apareceu um príncipe, um paladino, um herói que ainda hoje, muitos anos após a sua morte,sobrevive,  perdurando como mito:
John F. Kennedy!
O presidente sedutor!
O estadista!
O herói americano!
O sedutor, o sedutor, o sedutor ...


Da sua visita a Berlim, em 1963, do discurso inflamado que produziu, para a história ficou a declaração genial

-Ich bin ein Berliner!
(Eu sou um berlinense)

Com esta declaração, Kennedy incluia-se na Berlim Ocidental, um enclave no território comunista, cujos habitantes temiam a ofensiva e ocupação russa.

-Ich bin ein Berliner!
Isto é, como todos os cidadãos livres, onde quer que se encontrassem, também J.F. Kennedy enfatizava o seu apoio a Berlim Ocidental.

Foto da época.
O check poin Charlie, local de passagem entre as duas Berlim.

Neste ponto, existe hoje um museu notável.
Documenta os truques  utilizados para fugir da parte oriental para a ocidental.
Não é um museu "bonito"
É um museu épico.
Que emociona e arrepia perante a coragem quase absurda de quem punha em risco a vida para alcançar a liberdade.

O mapa da divisão ...
... que terminou, como sempre acabam por terminar, esmagadas pela própria brutalidade, as decisões despóticas e irracionais.

Este não foi, bem sei, um post que permita viagens ao pensamento.
Acontece que, às vezes, é preciso focar o julgamento, focar o raciocínio e ... vá lá! ... suspirar e repetir:
-Ich bin ein Berliner!

Beijo
Nina












terça-feira, 27 de agosto de 2013

No reino das Tildas

É verdade, existe.
Ganhando cada vez mais seguidores, ou deverei dizer  devotados súbditos?


Encontrei este Clube, no meu piso preferido na grande cadeia de armazéns alemã, Karlstadt.
Esse piso é o das linhas, das lãs, dos fios, dos botões, das rendas, dos tecidos e afins.
É um reino encantado, onde o "meu pensamento viaja".
São mesas e mesas ...

...rolos e rolos de tecidos ...

... cada um mais sedutor do que o outro, numa oferta de ilimitadas possibilidades.

É o Clube das Tildas!

Beijo
Nina

domingo, 25 de agosto de 2013

Berlim!

Não foi para mim novidade, mas continua sendo uma revelação pelas surpresas que esta incrível cidade seguramente proporciona.

Cheguei a Berlim de comboio, vinda de Varsóvia.
Desembarquei na incrível Hauptbahnhof, a moderníssima estação central que, por momentos, sugere um espaço do século XXII, toda em metal, toda em vidro, cruzada e recruzada por dezenas de comboios que ininterruptamente chegam.



Eram 16 horas e estava muito calor.

Aqui tudo é ultra moderno, cheirando a poder e a muito dinheiro.

Esperta, espertíssima ... reservei um hotel a 100 metros da estação.
Um   descoberto no site www.booking.com, com classificação de muito bom, não hesitei.   .
Com a mala de rodinhas deslizando pela calçada, entrámos.
No tugúrio!
Na verdadeira espelunca!
Um edíficio novo, no centro da zona mais barulhenta da cidade.
Uma ilha. De um lado, os comboios.
Do outro, o trânsito infernal.
Do outro, obras.
Sem ar condicionado, exigia janelas abertas.
Mas como?
O barulho era ensurdecedor.
De janelas fechadas, abafava-se, destilava-se em sauna de mais de 30 graus.

O pequeno almoço, prometia, na avaliação feita por anteriores clientes, ser agradável, bom, variado, a tender para o excelente.
Foi?
Não!
Foi péssimo.
Com mesas que não eram limpas após o uso, por manifesta falta de pessoal e os alimentos, aos montes, em montanhas, eram de baixíssima qualidade.
Aguentei. Não tinha escolha, mas odiei. Não recomendo. Deixo o aviso:
Passem ao largo, longe, o mais longe possível!
Foram 2 noites para esquecer. Felizmente, nisso sou boa. Posso ser péssima a eleger hoteis, mas em esquecer os dissabores, repito, sou boa!
Já comecei a deletar e por essa razão não tenho a certeza do nome do dito...  Meinninger!? Será? Por aí...

Contudo, Berlim não é isto.





Berlim é um espetáculo.







Pensem em museus! Tem!



Pensem em excelentes percursos a pé! Tem!
Pensem em parques! Tem!
Pensem em restaurantes e esplanadas! Tem!




Pensem em compras! Tem!



Pensem em música nas ruas! Tem!
Pensem no que pensarem! Também tem!



Tem até esta senmhora que nos inferniza a vida!


Só não tem o nosso mar, as nossas praias, numa gloriosa e justiceira lei das compensações.




A isto,(desgraçados!) chamam praia!

Deus é justo!

Beijo
Nina

sábado, 24 de agosto de 2013

Os meninos adoram!

... mas como sou menina não acho a menor piada a este brinquedinho:


Bugatti, de seu nome, estava exposto na avenida principal de Berlim - Unter den Linden - custa não sei quantos trilhiões de Euros e vi lágrimas de emoção brilhando nos olhinhos fascinados de todos os meninos (barbados)

Entrei, arrastada, para ver de perto, para sentir o magnetismo da máquina, a magia da obra prima, o sublime perfume da perfeição...
Olhei mais para os espectadores embasbacados, babando,comovidos,  do que para o carro!


Esta a sua ficha, o seu B.I., o seu ADN!

Semanas volvidas, continuo a ouvir falar da máquina, escutando, compreensiva e benevolente os suspiros, os "ais" de adoração, de amor não correspondido.
Quanto a mim, prefiro sapatos.

Beijo
Nina

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Circulando


Ainda que as belezas locais sejam avassaladoras, não há bela sem senão!
As estradas nos países Bálticos são muito deficientes, com nenhumas ou pouquíssimas autoestradas.
Acontece que, para se ver um país com olhos de ver, apenas circulando de automóvel se chega aos locais que só os locais conhecem, locais vedados ao turismo em massa,.
Daí que a nossa opção foi o automóvel, conseguido num "rent a car" no aeroporto de Varsóvia.
Feita a viagem até Tallinn, a capital mais a norte, regressámos a Varsóvia, devolvemos o automóvel, e aí permanrcemos 2 dias, calcorreando a cidade.

A etapa seguinte era Berlim, a bela, a estonteante Berlim.
600 Km nos separavam.
Recorremos ao comboio, ao moderníssimo, confortabíssimo e rapídissimo comboio que, em 5 horas, com algumas paragens, venceu os 600 Km.
Foi uma excelente opção.

Eram 16 horas.
Deixada a bagagem no hotel, saímos.
Com fome, com muita fome.

Foi então que:


Oh! My God!

e ...


Oh! My God!!!!
...de novo!

Beijo
Nina

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Era uma vez um palácio!


Dos testemunhos do passado, gosto, particularmente, de edíficios que mantêm intactos os interiores, onde se pressente o deambular de personagens de outros tempos.
Eu, montada na minha imaginação prodigiosa, pressinto-os, quase adivinho os seus suspiros!
Pois bem, em Varsóvia, mergulhei nesse mundo de fantasia delirante.

Na entrada da cidade velha há uma praça.
Nessa praça, o Castelo real de Varsóvia, antigo Palácio real, com quase sete séculos de existência.

Sucessivamente devastado por suecos, alemães e russos, reconstruiu-se, renasceu das cinzas, recolocando no seu devido espaço, pedrinha por pedrinha.

Entrem!


Mergulhem na sumptuosidade deste espaço.

Aqui, tudo é extraordinário!

Como documenta esta sala branca e dourada, sublinhada por magníficas colunas em precioso mármore.

O olhar perde-se nos incríveis tectos pintados ...

... nos murais coloridos, no piso precioso do soalho.


Esta é a Marble Room, a sala de mármore, espantosamente bela, espantosamente rica.

E aqui, as personagens que o ocuparam, eternizam-se em pinturas.

Nesta sala, um jogo de espelhos, multiplica o espaço até ao infinito ...

E aqui o trono do rei.
Sempre o ouro, sempre o precioso, sempre o escandalosamente belo.

Em verde, ao fundo, o leito real ...

... e a capela das orações diárias.

Notável!
Ainda mais se considerarmos que todo o edifício foi destruído e delapidado.
Após o final da segunda guerra mundial, das cinzas, renasceu, assim, belíssimo, para espanto dos olhos de quem está disposto a deixar-se envolver pelo ambiente, a sentir o espírito do local e a adivinhar, na onda da fantasia, que personagens de outrora, por lá alegremente circulam.

beijo
Nina

sábado, 17 de agosto de 2013

Varsóvia

Deixando para trás as Repúblicas Bálticas, passámos dois dias em Varsóvia, a vibrante capital da Polónia.

No centro da cidade, o antigo, com laivos soviéticos, divide território com o extremamente moderno, torres de vidro que se elevam em altíssimas construções.

O comércio é variado, mas, infeluzmente, não escapa à globalização, como prova esta vitrine  HM que se repetiu em todas as cidades por onde passei.
 É esta globalização que me dá vontade, uma vontade imensa, de fazer, ou mandar fazer as minhas próprias roupas, assim fugindo à farda coletiva.

A cidade é enorme.
Percorrê-la a pé é possível, mas exige tempo e pernas.
Para os menos afoitos, a carroça puxada a cavalos é uma solução.

Varsóvia foi ,- a história recente documenta-o - vítima de incríveis ultrages.
Os nazis encarregaram-se do extermínio em massa de judeus.
No gueto onde foram confinados e mais tarde aniquilados, figura agora este monumento para que o massacre não seja jamais esquecido.
Ainda hoje a sua visão provoca um arrepio de horror.

Porém, a cidade é muito mais alegria do que tristeza.
Aqui, junto às muralhas que primitivamente a circundavam, a vida fervilha, num clima de festa e juventude.

Numa praça central reunem-se esplanadas e restaurantes e sempre, mas sempre, se ouve música ao vivo.

Difícil é selecionar detalhes da cidade velha ...

...toda ela ...

...encantadora.

Estava muito, muito calor!
Cada um refrescava-se como podia, na praça principal, junto ao castelo.

Preferi fugir para o fresco do ar condicionado de um restaurante.
Aí, rezando, comi este rizzotto de camarão que, ainda hoje, me faz salivar.

Varsóvia é isto!
Mas, é muito mais do que isto!
Varsóvia é linda e jovem e antiga e culta e moderna!
Vale uma, vale todas as visitas!

Beijo
Nina