sábado, 2 de fevereiro de 2013

Vintage ou antiquado?


Vamos lá saber como rotular a vestimenta!
Isto, estes trapos ( que, por muito que me custe, mais não são do que trapos ligados entre si ...) são um glorioso exemplo de vintage ou meros bagulhos antiquados, esquecidos no fundo do armário?
Estabeleçamos, pois, critérios de avaliação:
Primeiro: idade



Têm idade para ascender ao estatuto de vintage?
É que essa é, disso estou certa, característica fundamental!
Para ser vintage é imprescindível que tenha anos, vários, de preferência, muitos! Não existe essa coisa de vintage jovem, recente, novinho e folha.
Ora, quanto a isso, estou tranquila.
O vestido tem mais de 10, talvez mais de 15 anos!
Teste superado.


Segundo: qualidade
Qualidade de tecido, de corte, de estilo!
Presumo com sejam itens a cumprir.
No caso, o tecido parece-me bom. Saia numa seda pesada e corpo em malha que, por absoluta falta de uso, não apresenta nem sombra de borboto!
O corte é caprichado, no que à saia diz respeito. Tão caprichado que já sofreu a acção de uma costureira que, a meu pedido rectificou a bainha. É que o modelito quase me chegava aos pés em bicos caprichosos, fazendo-me sentir Cinderela de luto, sem príncipe e sem baile.
O corpo, uma luva, o que não será grande achado, uma vez que, feito em malha se adapta obedecendo apenas à natureza da sua fibra.


Terceiro: escola

Presumo que para ser vintage, terá tido que fazer escola, impondo tendência. No caso , sendo um LBD, nada no mundo da costura teve ou terá, algum dia, sido marcador  mais forte de tendência.
LBD sigla sagrada, é o little black dress em toda a sua majestade.
Que, como dizia o outro ..."com um simples vestido preto, eu nunca me comprometo!"
Conclusão:
Só posso ser um exemplo vivo do mais puro vintage!
E esta?
Eu que, pela manhã, hesitei, tolamente (vejo-o, agora)  em envergar a fatiota, estou num ímpeto quase imparável de sair por aí  em exibição eufórica do achado resgatado das profundezas obscuras e esquecidas do meu armário.
Eu, fiquem sabendo, sou/estou vintage!
Nem mais!

Beijo
Nina

P.S.
O casaco em couro preto (também ele vintage, of course ...) acompanha-me desde os tempos da faculdade.


Todo esse pelo sobreposto visível,  é do mais puro e total material sintético!
As botas, absoluta e orgulhosamente demodés, porque são de qualidade, velhas e marcaram uma época, não podem, e claro, deixar de ser um refinado exemplo  vintage.

E por aqui me fico, no que a descrição do vestuário diz respeito, evitando escondidos e íntimos detalhes que se divulgados, sabotariam o rótulo do conjunto.