quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dia dos Namorados!


- Estou mesmo furiosa! 
O meu marido deu-me uma rosa branca!
Acho que ma deu a pensar na "outra" ... , declarou a minha cabeleireira enquanto me esfregava a cabeça com demasiado vigor.
- Ah! respondi, sem saber o que dizer e pedindo a todos os santos que me retirassem daquele filme de horror, onde, nem como figurante, queria participar.



Cabelos repetidamente arrepelados, a que respondi com um "ai"  apenas murmurado, tratou a irritada profissional capilar, de abrir o chuveiro, a fim de ser retirada a imensa espuma do champô.
Relembro que por aqui, embora hoje tenha brilhado o sol, está muito frio.
Localizemo-nos, portanto:
-Está muito, muito frio!
Pese embora esta condicionante, a irada criatura lançou-me um jacto de água gelada que quase provocou em mim uma síncope.
O "Aiiiiiii!" foi, então, audível!
Quase saltei da cadeira e senti ímpetos de fuga.
 É que a minha vida estava em jogo!
Concluí que a coisa não se resolveria com paninhos quentes.
Pedi calma!
Franzi a testa!
Apaguei o sorriso!
-Vamos conversar?, sugeri.
-Não faz sentido que tire tal conclusão. Coitado do seu marido que se esforçou para lhe ser agradável! Repare que ele poderia, simplesmente, não lhe oferecer nada ... e afinal, as rosas são consensuais, agradam a toda a gente!
- Não, ele fez de propósito para me irritar. Ele sabe que odeio rosas!
-Odeia rosas? Como é possível alguém odiar rosas? perguntei a medo.
- Odeio rosas desde que nos casamos, esclareceu-me. 
Eram as flores preferidas da defunta, da mulher  de quem ele enviuvou, há 25 anos!
-Ah!, limitei-me a responder, cada vez mais assustada.

Ainda bem que hoje não me lembrei de cortar o cabelo.
 Imagine-se esta fúria de tesouras em punho!

Adoro o dia dos namorados!

Beijos
Nina