terça-feira, 9 de abril de 2013

Quando chove ...

... e faz frio, acendo todas as velas que tenho em casa.
É um sol artificial, bem sei, mas acalenta-me a alma


Numa mesa junto à lareira, o coração da sala, tenho este castiçal  leve, quase transparente, repleto de pingentes de vidro, sustendo uma quantidade de velinhas que têm o tempo de vida sincronizado com o serão.

Acendo-as todas e a nostalgia foge!

O fogo da lareira é uma excelente companhia. Para além de aquecer o ambiente, crepitando, anima o mais deprimido. Adoro acender a fogueira e, no verão, sinto saudades desta companhia.

No parapeito da janela, mais um monte de velas.
Da rua, olhando, pensarão que há festa, quando, afinal, apenas há vida, vida em festa, cada dia que passa, cada dia que chega.

Assisto a uma segunda rodada de nascimento de orquídeas.
Não sei que lhes deu ... em vez de repousarem os nove meses da praxe, não! Decidiram reflorescer para júbilo dos meus olhos.


E esta mesa nunca, mas nunca está arrumada.
Todas as noites, antes de dormir, escolho jornais e revistas, uns para o lixo, outros esperando leitura,  arrumo caixas, componho almofadas.
Para tudo recomeçar no dia seguinte, sinal que estamos num espaço vivo que nos serve, recusando a artificial perfeição da capa de revista.

Durante o fim de semana, quando frio, as tardes são passadas aqui.
É o momento dos chás e do bolo.
Recomeçando a rotina semanal, o bolo então maravilhoso, delicioso e irresistível, jaz abandonado, semicomido, semidegustado.




Durante a semana todos se lembram das normas, da dieta, dos malefícios do açúcar e cada quarta feira, quando despacho as sobras, ameaço ter sido este o último bolo que fiz... para, no próximo fim de semana, esquecer as ameaças e correr para a cozinha, preparando um outro.
É que sem bolo não há fim de semana.

Beijo
Nina