sexta-feira, 26 de abril de 2013

Cães



O Continente!
São seres  adoráveis e admiráveis!
Tomáramos nós,  homens, seres superiores, reis da criação, ter metade das suas qualidades.
E penso, neste instante, na fidelidade ... para não mencionar a lealdade, o amor incondicional.
Daí que, "quanto mais conheço os homens,  ..."

Conheço um destes bichinhos, mínimo, mínúculo, rafeiríssimo, o CONTINENTE, nome em absoluto contrate com o seu tamanho.
É Continente porque vive num café com esse nome.
Tadinho!
Mas tem casa, alimentação e proteção... e o "tadinho" não poderia ser mais carinhoso.
Quando aqui no Algarve, este café é local do meu  expresso matinal, da pausa para jornais e leituras.
Aqui, no Continente, conheci o Continente, nas últimas férias.
Pequenino, com ar de brinquedo de corda, aproxima-se e cheira os intrusos. Cumpridor zeloso  das suas funções de "cão de guarda".
Comecei, então, a trazer-lhe um mimo, um biscoito, um pedaço de queijo, de fiambre, o que calhava.
Pois esta manhã, já sem recordar a existência do cachorro, avancei no parque de estacionamento e, pelo canto do olho, o que vi? O Continente, disparado, de orelhas no ar e cauda abanando, numa correria na minha direção, melhor dizendo, na direção do meu carro.
O Continente reconheceu-me, reconheceu até o carro!
Lembrou-se de mim!
Dos mimos que lhe ofereci!
E foram saltos, lambidelas,. agitar frenético de cauda, numa explosão de alegria comovente.
Já a recepção dos proprietários foi muito mais contida, distante,  mesmo indiferente, de acordo com as normas  sociais civilizadas.
Este gostar sem disfarce é, no mínimo, tocante.
Só os cães amam assim, sem limite, sem condições, sem decoro!

beijo
Nina