domingo, 26 de maio de 2013

Na noite de sexta-feira ...

O meu céu estava assim:

Era o crepúsculo, aquela hora mágica que antecede a noite.
O firmamento pintou-se de rosa.

Imensa, branca, luminosa e perfeita, esta lua cheia!
Gostei tanto que fotografei.
E no fundo de mim cresceu a alegria inocente de um sábado que se avizinhava, pleno de promessas de sol e de horas amenas.
Assim foi.
Ainda melhor do que esperava.
Pela manhã, cedo, bem cedo, rumamos ao norte. A Cerveira, claro!
Para além da festa da feira, abraçaria amigos. Amigos de uma vida com quem, sempre, reparto momentos únicos.
Mas, primeiro a feira.
Animadíssima, de encontrão garantido.
Ainda assim, excelente.
Queria fios para bordar, empolgada com o desafio do bordado livre, lançado pela Nina, minha amiga brasileira, sempre solícita, sempre atenciosa.
Depois, na zona das plantas, tentei-me:

Com esta suculenta, enfeitada de flores amarelas ...
...e a perfumada lavanda (alfazema) de aroma irresistível.
A minha relação com suculentas foi, até há pouco tempo, fria e distante. Até que encontrei, aqui, neste mundo encantado, amigas apaixonadas pela sua cultura.
Podem ser tão fascinantes, que, a bom ritmo, já juntei cinco variedades e mais, muitas mais virão.
A alfazema/lavanda, é daquelas plantinhas que, por detrás de um aspeto insignificante,escondem uma alma portentosa ... assim como algumas pessoas!

Vieram, pois, cá para casa e, neste momento, enfeitam uma das varandas.

Terminado o banho de multidão no recinto da feira, fez-se hora de encontrar os amigos, com direito a abraços, muitos abraços e beijos e sorrisos e conversas incompletas e interrompidas e muito, muito prazer à mistura.
Qual Jacinto da Cidade e as Serras (de Eça de Queirós), fomos levados a almoçar numa varanda coberta de um insignificante restaurante de aldeia.
Tal como Jacinto, repito, foram ohs!de espanto, salivação incontida, de prazer puro:

Assim como quem dá as boas vindas, sobre a mesa, um arranjo de flores frescas, colhidas do quintal/jardim!
Um mimo, um afago que predispõe à felicidade simples ... que, como toda a gente sabe, é a melhor, é a única a merecer esse nome.

Famintos, sem pudor, engolimos a canja de galo "pica no chão" (caipira ), perfumada, dengosa, irresistível ...

... que antecedeu um inenarrável arroz de cabidela!
Comemos tanto!
Sem limites, sem vergonha, distantes do socialmente correto.
 Com pena minha, esqueci de fotografar a sobremesa, uma imensa travessa de aletria, amarelinha, cheirando a canela, ostentando à superfície uma emaranhado desenho que a D. Augusta realizou, utilizando o negro perfumado do pó de canela.
Foi pena não ter fotogrado.
Em minha defesa argumento que a gula se sobrepôs ao raciocínio.
E foi muito bom!

Despretenciosamente, assim como que se tratasse da mais banal das ocorrências, as orquídeas, em cacho, debruavam todo o perímetro da varanda.

Eu quero uma casa no campo!
Quero muito!

Depois, da horta dos meus amigos, retirei alfaces e couves e coentros, numa atividade de total e absoluta felicidade.

Tudo lavado!
Várias águas!
Depois, é picar os coentros e congelá-los em saco estanque para uso futuro.

E o mesmo se aplica às alfaces.
Só que estas não é possível congelar.
Estão lavadíssimas, em sacos fechados, prometendo muitas saladas.

Às couves, o mesmo tratamento.
Serão sopas ou fundos de tartes, ou arrozes, ou ...
Logo se verá!
Foi tão bom, tão pleno, que não houve jantar.
Uma sopinha e uma fruta bastaram!
Um sábado perfeito!
E, agora reparo que, num pequeno texto, repeti, inevitavelmente, por diversas vezes, a palavra Felicidade!

Beijo
Nina