segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

1050 - Onde para o sol?


Ontem, domingo, vi o sol, o que prova que ele não desapareceu de vez.
Estava frio, mas não chovia e o céu mostrou-se azul.
Foi lindo, quase comovente!
Passeei  na margem do Douro, vi gaivotas e patos  e, por momentos, até eles me pareceram sorridentes!

Esta manhã, porém, nasceu assim, lavada em lágrimas!
Sol nem vê-lo!
Apenas chuva, chuva , chuva.
 Saí. Tinha de ser. Saí e regressei a casa para almoçar.
Deixei-me ficar por aqui, onde a Primavera parece querer dar um ar da sua graça, tudo porque a casa aquecida sugere amenidades.

Obedientes, cíclicas, as flores desabrocham.

Narcisos perfumados, em cacho, caprichosamente todos rosados, que os bolbos mal catalogados confundem as cores.

Orquídeas, essas numa infinita paleta colorida.

Interessante verificar que a sua fragilidade é apenas aparente. Florescem como um relógio e quando uma começa abrir, todas as outras lhe seguem o exemplo.
Gostam de luz e de pouca água. São seres bravios, resistentes,  que enchem o meu dia de beleza.

No peitoril das janelas, lá estão elas, altivas e vistosas.

Adultas com muitos, muitos anos, ciclicamente, independentemente, explodem em cor.

Uns raminhos de begónia roubados, fazem-lhes companhia. Acho que convivem pacificamente e se desafiam na arte de me surpreender.

Daqui nascerá um vaso pujante que, adulto, viajará para a minha selva privada, jardim encantado em que tudo se compromete a crescer desmesuradamente

Digo que é da luz, da orientação a sul, da temperatura amena, mas há quem duvide ...

... há quem pense que sou eu, senhora de segredos que não compartilho.
Mentira. Elas são apenas felizes naquele espaço verde.
Apenas!

Beijo
Nina