terça-feira, 15 de abril de 2014

1091 - Formigas!


Nunca gostei de formigas!
Formigas, são, desde sempre, muito mais que uns insignificantes,  irritantes e invasivos insetos pretos ... Como se tal fosse pouco!
Formigas são aquelas criaturas intoleráveis, que La Fontaine, um dia, nos apresentou!
Aquelas criaturas virtuosas e chatas!
Aquelas sujeitas que se esquecem de viver - como se viver se limitasse a trabalho, trabalho e mais trabalho - ascendendo ao estatuto de ser sem mácula que pode desprezar a pobrezinha da cigarra.
OK! A cigarra era uma doidivanas, mas ninguém merece ser deixado morrer à fome e ao frio!
Nem o mais desalmado preguiçoso dos seres!
Nunca simpatizei com as formiguinhas virtuosas e trabalhadoras  - sejam elas insetos ou não! 
Mas isso são outras conversas!
Pronto!
Esta é, em abstrato, a minha posição sobre as formigas.

Vamos, agora ao concreto:

A minha cozinha de móveis brancos, tem tampos de armários e pavimento em granito preto, cinza e branco!
(Espero que comece a fazer-se luz acerca do meu ponto de vista e motivo deste texto)

Pois bem, neste pano de fundo, as formigas, se existirem, passam despercebidas, certo?
Errado!
Ontem, eu vi, eu juro que vi, tampos e pavimento em ,movimento!

Cruzes!
O que é isto? - perguntei-me.
Eram formigas. Formigas aos montes. Formigas enlouquecidas e destemidas! Formigas  dispostas a tudo para levar a sua avante!
Não pude crer no que os meus olhos viam!
Como? Por quê? Para quê?
De onde surgira tal exército?
Como agir?
Como atuar?
 É que na cozinha as estratégias de defesa são escassas.
Impossível recorrer a inseticidas ou formicidas  que não quero atacar a família!

Então, depois de uma primeira investida com água quente e detergente, apliquei a técnica do fermento.
 É assim:
-Por onde passam as bichas, desenham-se carreirinhas de fermento ( o utilizado nos bolos está muito bem!), que, garantem os entendidos, as invasoras fogem para outras paragens.
Enchi a cozinha de fermento. Enchi-me de esperança. E aguardei.

Quando regressei ... encontrei nuvens de fermento e milhares de formigas sorridentes que, aos pares, contornavam, felizes a armadilha.
Um fracasso!
Um truque falhado!
Uma dica inútil!
Um bluff!

Encaremos o inimigo de frente.
Retirei tudo, mas mesmo tudo e lavei escrupulosamente todas as superfícies.
A cozinha está um brinco. Um teatro anatómico.Um laboratório. Um bloco cirúrgico.
Como?

Com vinagre. 1 litro de vinagre e muita paciência e alguma esperança.
A mortandade foi terrível!
Mereceram! Fizeram por isso! Puseram-se a jeito!
Quem mandou desafiar os meus ascos mais profundos|? Quem?

À cautela, comprei armadilhas para formigas!
Isso mesmo! Armadilhas! Letais!
As fulanas entram, ficam contaminadas, regressam ao formigueiro e ninguém escapa!
(Não me reconheço! Eu própria me receio!)
Vá ... é só com formigas. Em tudo o resto sou bem menos perigosa.

Beijo
Nina