segunda-feira, 3 de novembro de 2014

1236 - Rosas Brancas



Chove, chove tanto!
Metade do país encontra-se em alerta laranja, o que equivale a tempestade.
Por aqui, perto do mar, a inclemência é assustadora e sair de casa, ainda que de carro, impensável.
Estou, pois, por aqui, sem grande empolgamento, sem projetos importantíssimos inadiáveis, como sempre são os meus projetos.

Cirandando, dei de caras com esta taça, bonita, húngara de nacionalidade, pousada sem graça no canto de  uma mesa de apoio e , sem saber como nem por quê, acendeu-se a lampadinha das ideias, das tais inadiáveis e importantíssimas...

Com esta miserável tesoura de poda - que clama, infeliz, por aposentação - cortei os caules de umas quantas rosas brancas ...

... artificiais, infelizmente, daquelas que só sabem acumular pó!
Ainda assim, bem bonitas e quando a poeira chegar logo se vê o que fazer, que eu cá não quero, não gosto e não posso fazer projetos ad aeternum!

Sem medo, cortei os caules! Ficaram curtinhos, que essa era a intenção...

... e compus o arranjo ...

... nascendo na taça triste, -  linda, mas triste, como frequentemente ocorre -um novelo de rosas brancas, concluindo então que menosprezar os impulsos nem sempre é sinal de sensatez.
Às vezes,  a inércia, a reflexão ponderada, limita-se a matar à nascença felizes projetos.
Numa palavra, limita-se a ser chata.

Beijo
Nina