quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Arroz de Pato



Adoro arroz. Acho até que em mim vive uma chinesa,
E gosto muito de pato. De todas as maneiras - assado com laranja, magret - que mais não é que o peito grelhado e fatiado - coxas com mel e laranja e arroz de pato. Estas são as formas que conheço e domino.
Porém, o pato, esse bicharoco corpulento, é um bluff!
Parece imenso, mas, depois de cozinhado, fica quase um passarinho - descontando o exagero da comparação.
Ainda assim, um pato é suficiente para um almoço ou jantar de seis comensais, se for preparado em arroz.
Este é um dos meus pratos fetiche, um super prato, para receber amigos, sem se necessitar de permanecer na cozinha quando chegam os convidados.
Não há nada mais deprimente do que uma anfitriã que deixa a sala para terminar o jantar, apresentando-se, à mesa, descabelada e cheirando a refogado.
Muitas, muitas vezes incorri nesse pecado. Era cozinheira e dona de casa de primeira viagem, sem discernimento para eleger a ementa correta. Hoje, muitos desastres volvidos, raio a perfeição - sem falsa modéstia.
Escolho pratos que podem ser preparados antecipadamente e, quando os amigos chegam, fico na sala, como se na cozinha reinasse  uma cozinheira profissional.
Para o efeito, repito, o ARROZ DE PATO é simplesmente perfeito.

Tem as suas coisas, que tem!
Exige umas tantas voltas, que exige!
Mas, no fim, é um sucesso garantido.

Faço assim:
Começo por cozer o pato em água temperada com sal, pimenta em grão, 1 cebola onde se espetam 4 cabeças de cravinho e 1 folha de louro.
Ao mesmo tempo cozo 1 orelheira de porco.


Depois de cozido e frio, retiram-se todas as peles, todos os ossos, deixando inteiras as pernas e coxas.
Corta-se a orelheira em pedaços e reserva-se.


O líquido da cozedura será utilizado para fazer o arroz.
Esse líquido encontra-se  CARREGADO de gordura. Não queremos essa gordura. Não queremos entupir as nossas preciosa artérias, pois não?
Oh! dilema terrível!
Vamos, então, colocar esse líquido no frio.
O que acontece?
A gordura congela à superfície e é só retirá-la com uma colher. Lixo com ela!


Cá está o líquido precioso da cozedura, muito bem temperado e (quase) totalmente desprovido de gordura!


Depois, não tem que saber ...



Frita-se cebola picada, alho e tomate ...

Até ficar transparente

Acrescenta-se cenoura ralada e refresca-se com um pouco de vinho branco.

A seguir, entra o pato e a orelheira.
A água da cozedura é utilizada na proporção clássica - 2 medidas de líquido para uma de arroz.



As pernas inteiras são dispostas à superfície - dão um ar mais suculento ao prato e, como se sabe, os olhos também comem.

Pode concluir-se a cozedura no fogão ou no forno ...

É para lá que se leva a panela, com muito queijo ralado ...


Quando o queijo derreter ...
Está pronto!

Temos pois os seguintes passos:

- Cozer e desossar o pato;
- Desengordurar  o líquido da cozedura;
- Fazer o refogado base para o arroz;
- Juntar as carnes;
- Juntar o arroz;
- Gratinar o queijo;

Podemos (e devemos) antecipar os primeiros quatro passos, deixando os dois últimos para 30 minutos antes de servir o jantar.

Que será um sucesso, com a cozinheira linda e perfumada.

Beijo
Nina