quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

A minha praia


Sei que sou uma privilegiada  vivendo muito perto do mar!
Habituei-me de tal forma à sua presença que tenho a certeza  que me seria imensamente difícil viver longe dele.
Vivo perto , como disse, e da janela avisto-o, ao fundo,
Tenho-o como tão certo, como tão garantido que deixo passar dias, às vezes semanas, sem dele me aproximar, sem o  aproveitar... uma pena. um desperdício!

Ontem, com aquele  dia de sol esplendoroso , de manhã, fui até à praia, até ao passadiço que liga extensa distância em quilómetros.
Estacionei.
Na orla marítima vários autocarros de turistas - parecera-me franceses - olhando o mar. Se calhar, pensei, para eles, este é um espectáculo  único, diferente ou mesmo uma experiência nova !
Certo é que valia a pena olhar, mas de longe, de um local seguro.
É que o mar estava bravo e ameaçador, com ondas alterosas que rebentavam na praia com imensa violência.


Há quem arrisque e se aproxime, há quem pratique o turismo da catástrofe, como já ouvi chamar-lhe ...

É que a segurança é enganadora e ondas desgarradas, fortíssimas, já este ano fizeram vítimas ...

Numa praia do norte, um grupo de pessoas praticava um ritual religioso, na areia, perto do mar.
De repente, uma onda avançou sobre elas e arrastou 4.
3 conseguiram salvar-se, mas uma mulher desapareceu e creio que até hoje o corpo não foi encontrado.

Quando caminho junto ao mar tenho bem presente as precauções a tomar .
Assim sendo, a caminhada transforma-se numa actividade revigorante para o corpo e para a cabeça.

Sem trânsito, sem bulício, sem pressa, envolvida pela voz do mar e fustigada pelo vento, termino a caminhada com as hormonas da felicidade na sua plenitude.
É uma sensação boa que perdura pelo resto do dia.

Por isso me considero afortunada, gozando deste SPA natural, mesmo aqui à porta.

Beijo
Nina