segunda-feira, 30 de julho de 2018

Quase nada ...




Quase nada acontece neste período de plenas férias e o próprio movimento aqui no blogue caíu a pique, com raras e escassas visitas. É sempre assim nesta época do ano, quando outros afazares se impõem. Por aqui o tempo continua muito, muito chato, absolutamente impróprio para férias na praia. O céu mostra-se nublado e sol nem vê-lo. No entanto a praia, aqui ao lado,  está cheia, porque quem para agora programou férias não tem outra opção.
Dizem os entendidos que o calor a sério chega quarta-feira - a ver vamos.

De modo que embora esteja em casa, a motivação para publicar - confesso - é pequenina, quase nula.
Vou, seguramente, reduzir o ritmo das postagens para quando o ambiente voltar a ser propício.

Do fim de semana deixo algumas imagens coloridas e surpreendentes de Águeda:



Sábado!
Dia de sol e calor ... por lá, interior!

Decidimos passar por Águeda onde há muitos anos não parávamos

A parte antiga da cidade está bonita, com as suas ruas exclusivas para peões, "tapadas" com chapéus de sol



Depois de um café e de um bolinho de amêndoa típico, percorremos a sombra colorida destas ruas que se revelaram uma surpresa muito agradável.

Gostei e recomendo.

Beijo
Nina

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Lilás ...


Estando longe de ser a minha cor preferida, inesperadamente cobri-me de lilás.

Tinha comprado, na Primavera, uma blusa lilás, porque achei piada ao tecido - fininho e quase transparente - e ao modelo solto e quase quimono.
Na altura pensei que poderia combinar com branco, numa composição pouco ou nada habitual em mim.
Acontece que a Primavera foi fria, chuvosa e longa e o Verão completamente estranho, com manhãs de nevoeiro, tardes ventosas e noites gélidas.
Daí que, a blusa lilás nunca teve vez.

Ontem, organizando uma gaveta, dei com ela (esquecida) muito amarrotada e com aspeto imprestável, sugerindo ter-se tratado de compra precipitada e sem préstimo, como às vezes ocorre.
Nada me culpabiliza mais do que concluir que "comprei mal".
No caso, recusei a sentença e tratei de, ainda hoje, vestir lilás.


Cá está ela!
De tão transparente exigi um púdico top - descobri-o, bem enroladinho na respetiva "secção - por que carga de água é que eu, algum dia haveria de comprar um top lilás?
Não sei! Sei apenas que foi útil.

Combinei com calças brancas e mules roxas que tenho há muito mais de 10 anos


Pareceu-me bem, uma combinação bastante harmoniosa

Às vezes, o difícil é isso mesmo - construir o conjunto, combinar o quê com o quê. Por isso acontece que face a um roupeiro repleto se conclua - com a maior desfaçatez ... - "... não tenho nada que vestir".
É ou não é?

Por isso, ouvi repetidamente o conselho, de que, sempre que se consegue um conjunto feliz se deve fotografá-lo - foi o que fiz!

Longe de mim a ideia de investir o quer que fosse neste "boneco" que me parecia completo.
Porém ...



Quis o destino que me tentasse ...






 Encontreei, sem procurar , este casaco de malha compridão e não resisti!


Veio completar o conjunto ...

E eu que nem gosto particularmente de lilás nem das suas declinações estou encantada com o resultado!

Será que sugiro a Quaresma, a Paixão ou o Senhor dos passos?

Oxalá não!

Beijo
Nina




quarta-feira, 25 de julho de 2018

Para terminar ...

 Para terminar a narrativa do fim de semana prolongado na Provença, trago as imagens do último dia, domingo 15 de Julho, dia em que se realizou a final do Campeonato do Mundo de futebol entre a França e a Croácia.
O ambiente estava elétrico, ao rubro , desde manhã bem cedo. Vivêmo-lo em Marselha, entre aficionados mascarados com as mais loucas fantasias e um infernal coro de gaitas e apitos.
Eu, que torcia (intimamente, é claro) pela Croácia soube, com certeza absoluta, que seria estraçalhada se me atrevesse, louca, a manifestar a minha preferência.
Essa preferência tem a ver com ressentimentos passados, sim, mas também com o meu hábito de, em qualquer circunstância, apoiar os mais fracos e sonhar com improváveis resultados - costela bem portuguesa, já que nós próprios, contra ventos e marés, vamos, de vez em quando , comentendo essas proezas.


Estava calor, um calor tropical e, estacionando no Vieux Port, passeámos pelas suas frescas margens


Trata-se duma zona moderna, muito interessante em termos arquitetónicos, com edifícios nas cemndo das águas


No centro, ninguém!
Estavam todos (urrando) na outra margem, frente a uma tela gigante onde assistiriam ao jogo


Não si, não lembro que edifício é este. Sublinho a profusão de bandeiras francesas antecipando a glória final

O belo porto tranquilo como nunca ...

... na expectativa do início do confronto

Existe um curioso edifício sem paredes, cuja particularidade consiste em ter um teto em espelho ...


.. que baralha a nossa percepção - aquela mancha branca com chapéu amarelo, ao centro, do lado esquerdo, sou eu

De novo ...


... o mundo de pernas para o ar!



Na entrada do metro, alguns, poucos, raros francveses indiferentes ao desafio prestes a começar


Começou!
E quase de imediato explodiu a gritaria!
Foi golo da França!

Tratámos de fugir à confusão rumando ao aeroporto.
Lá chegados, apitos ensurdecedores!
Afinal não houvera surpresa!
Ganhara o previsível, o mais forte, o melhor.

Viajaríamos na Ryanair, companhia lowcost que anda nas bocas do mundo pelas piores razões - greves, conflitos com os trabalhadores, incumprimento de horários. Esperávamos não ser afetados pelo clima instável.
Tínhamos voo às 22h30m. Às 23h30m continuávamos no aeroporto - esclareça-se, um barracão sem a menor comodidade destinado aos voos lowcost.
Às 23h45m, finalmente embarcámos, depois de termos sido conduzidos para um corredor  onde, em fila, em pé, esperámos cerca de 1 hora.
Chegámos ao Porto com 2 horas de atraso.
Muito mau!

Definitivamente, não compensa!
Apenas em situações em que não exista opção voltarei a voar na Ryanair - que, como todos os dias prova e comprova, persegue o lucro fácil,  a todo e qualquer custo.

Assim como faço questão de enaltecer a qualidade, assim também me sinto no direito de denunciar o logro, o péssimo serviço.

Beijo
Nina

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Gorges du Verdon



Assim, com este nome, aparece designado no mapa esste local - Les gorges du Verdon - que mais não são do que precipícios impressionantes no fundo dos quais corre o rio Verdon. Quando os classifico como "impressionantes" asseguro que não estou minimamente a exagerar e garanto que são absolutamente imperdíveis como magnífico espetáculo da natureza.
Só no Peru, vi algo semelhante, precipícios inconcebíveis, sobre os quais voavam e planavam condores.

Estes, as Gorges du Verdon, localizam-se relativamente perto dos campos de lavanda de Valensoles que mostrei AQUI e por isso, as aconselho vivamente a quem fizer este percurso.





A foto não faz justiça à realidade ...

O fiozinho prateado é precisamente o rio Verdon

Ao longo da estrada que corre ao longo do precipício existem 6 ou 7 pontos de paragem com parque de estacionamento e, em cada um deles, o espetáculo é avassalador

Não vi condores, mas vi águias enormes sobrevoando estas gargantas. Tive sorte porque além das águias, tive direito ao silêncio, um silêncio respeitoso perante a grandeza inconcebível da natureza.

É como visitar um museu. Só que muito, muito melhor. Porque esta  obra de arte é irrepetível.

Beijo
Nina

domingo, 22 de julho de 2018

Aix-en-Provence


Partindo do Porto num voo da Ryanair (de que mais tarde falarei ...) chega-se em 2 horas a Marselha.

No aeroporto recolhemos o carro previamente alugado e, sempre com a ajuda do GPS (absolutamente indispensável) dirigimo-nos a Aix-en-Provence, viagem curta, mas atribuladíssima, já que a cidade se encontra perfeitamente esventrada, rasgada por sulcos, fendas, catacumbas, num processo de obras medonho.

Atingir o hotel foi tarefa desgastante, já que batíamos de frente com estradas cortadas e pontes fechadas. Só a ajuda generosa e misericordiosa de uma jovem francesa que, no seu próprio carro nos indicou o trajeto, nos valeu, numa tarefa que a dada altura nos chegou a parecer impossível.

Aix-en-Provence é um excelente quartel-general para quem pretender conhecer a Provence, além de ser uma cidade encantadora se não "destruída" pelas malditas obras.

Enfim, acomodados, decidimos jantar no centro.

Tempos houve em que me acanhava no momento do pedido e, se se tratasse de uma pizaria (como foi o caso) acabava por pedir uma pizza inteira sabendo ntecipadamente que nem metade comeria.
Atualmente, sem embaraço, encomendo apenas uma para dividir 



... a qual, como as imagens comprovam, chega e sobra


Depois de uma boa noite de sono, iniciámos o percurso, sempre com a preocupação de evitar as auto-estradas - que são muito práticas, mas por onde não se vê nada além de carros.

Temos, portanto, que neste tipo de passeio se deve privilegiar as estradas secundárias para, de verdade, conhecer o país real.


Aqui, por exemplo, ladeando a estrada, surgiu este magnífico moinho ...



... em funcionamento pleno e perfeito estado de conservação








Moinhos deste tipo não são frequentes. Acho até que são verdadeiras raridades.
Este é apenas um exemplo das preciosidades a descobrir se evitarmos as auto-estradas.
Depois as descobertas continuam - são aldeias perdidas no tempo, espaços cuidados repletos de flores que convidam a parar, para um café, uma bebida fresca ou apenas para olhar.

Assim se deve descobrir um país.

Beijo
Nina


















quarta-feira, 18 de julho de 2018

Observando


Desde que seja possível organizar livremente uma viagem, essa é sempre a modalidade que escolho, quero com isto dizer que, eleito o destino, compro a passagem aérea, reservo hotéis e um carro que apanho no aeroporto e lá vou, com a sensação plena de férias em liberdade.
Melhor ainda é optar pelo automóvel a partir de casa, desde que o tempo disponível o permita. Então a liberdade é quase absoluta.

Desta vez, voámos até Marselha e daí seguimos a rota da lavanda previamente estudada e estabelecida.

O quartel general - o hotel onde pernoitámos todas as noites - situava-se nos arredores de Aix-en- Provence e provou ser uma excelente escolha.

No primeiro dia, saímos de Aix-en-Provence em direção a Gordes ...


Esta surpreendente cidade bege, pendurada na encosta de um monte ...


Estava calor, muito calor e as ruelas estreitas ofereciam sombra e uma brisa encanada muito agradável

É uma cidade muito antiga ...

... que nem por um momento cedeu à selvagem tentação do urbanismo moderno.

Por isso, percorrendo estas ruinhas sentimo-nos perdidos algures no passado


As portadas de madeira adequam-se ao clima de extremos - calor sufocante no Verão e frio polar no Inverno


Vêem-se muitos turistas, diria mesmo que só turistas e que os locais se encontram ocupados em atividades que servem esse mesmo turismo.
Muitos franceses, muitos estrangeiros e muitos, muitíssimos orientais.


Longe vai o tempo em que nos cruzávamos com grupos de japoneses de máquina fotográfica em punho, disparando avidamente em todas as direções.
Distinguiam-se à légua por muitos motivos, sendo que um dos mais marcantes era o vestuário terrivelmente desatualizado, principalmente notório nas mulhers.


Hoje tudo mudou. Mudou para melhor.




As mulheres denotam uma preocupação muito particular com a moda. Não que sempre me agrade, que sempre "faça" o meu género ... que não faz, mas devo reconhecer  que ali há preocupação, há modernidade, há estilo.
Esta jovem chamou imediatamente a minha atenção ...



... com  o esquema monocromático, o incontornável chapéu - espertas, sabem que o sol não perdoa e que apressa incrivelmente o envelhecimento da pele -  e a sobreposição de camadas ...

Duas gerações - fácílimo encontrar as óbvias diferenças.


Esta (japonesa?) está espetacular!
Muito branco, sobreposições e capeline imensa ...




Sapatos cómodos e casamento de cores perfeito.
Adoro a saia compridona e semitransparente.



Tratou-se de um desfile muito interessante ...




Não conheço o Japão, mas tenho ouvido relatos acerca das suas mulheres, moderníssimas e verdadeiras fashion victims - aprecio imenso o conceito e dele retiro o que me convem.


Portanto, inesperadamente, nesta viagem, enchi os olhos (também) com estilo e moda.
É que para além de ser muito observadora, sou terreno (muito) fértil para este tipo de influencia - que levo na conta da cultura, que o é!
Moda é também cultura, sem sombra de dúvida!












Mesmo quando o visual é mais contido, percebe-se que houve ali cuidado, preocupação com a comodidade e com um bom resultado visual. Esta senhora, na sua simplicidade, está o que se pode chamar, muito gira!


A poucos quilómetros de Gordes situa-se a Abadia de Senanque, uma beleza imperdível.
Foi aí que pela primeira vez nos confrontámos com uma plantação de lavanda - embora de médias proporções, nada que se compare ao oceano que atrás mostrei. Ainda assim foi chocante vislumbrar o conjunto Abadia / plantação.







O mar roxo, o tal que mexeu com todos os meus sentidos, seria avistado no dia seguinte.
No primeiro, foi assim - algumas dezenas de quilómetros, um calor sufocante, pausas reconfortantes e observação do microcosmos que connosco se cruzou.
Já disse que moda também é cultura, não disse?


Beijo
Nina