sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Come-se muito mal na Europa



Continuando ainda com o tema do último post, reitero a impressão que se come mal, muito mal na Europa.
Convem, no entanto esclarecer este assunto de vital e primordial importância - ou haverá coisa mais interessante e vital do que uma bela refeição?

Penso assim:
Será absurdo e de total despropósito, além de revelar profunda ignorância, afirmar assim, a seco, que se come mal na Europa. 
O que acontece é que, por exemplo, em França, reino indiscutível da altíssima gastronomia, se come miseravelmente nas cadeias de restaurantes que, não sendo "trash food" são igualmente péssimas.
Aí, em França, para comer bem, há que conhecer o território e escolher os locais adequados ou optar por um restaurante estrelado e sair de lá arruinado.

Quero com isto dizer que o meio termo - boa comida caseira por preço módico - não está ao alcance dos estrangeiros.

Aqui, em Portugal, a situação é inversa, isto é, come-se (quase) sempre bem, prescindindo das estrelas Michelin. 

Entra-se num restaurantezinho de estrada sem medo, porque o resultado é (quase) sempre satisfatório.



Desta semana passada fora, guardo excelentes recordações do primeiro almoço em Portugal  e, no regresso, de um restaurante de estrada, perto de Burgos.

Vamos, então aos factos:

Decidimos iniciar a viagem, programando uma pausa em Mirandela, distante 150 Km do Porto, utilizando a A4 - diga-se o que se disser (e maioritariamente com muita razão ...), as autoestradas vieram aproximar imenso o interior do litoral.
Antes da A4, viajar para o nordeste era uma aventura perigosa.
 Atualmente tudo se simplificou, cruzando-se vilas e cidades inegavelmente interessantes - penso em Amarante e em Vila Real.


Chegados a Mirandela dirigimo-nos ao restaurante Flor de Sal, nas margens do rio Tua.

O ambiente é agradável, quase sofisticado e a comida excelente:



Chovia !
Mas o rio ali ao lado, alegrava o cenário.



O ambiente - como já referi - é agradável, de muito bom gosto





Enquanto a decisão não é tomada, servem estas coisinhas boas ...


Para entrada - que partilhámos - uma (divina) açorda de alheira - não esquecer que estamos na terra das melhores alheiras que algum dia foram pensadas e  preparadas



... prosseguindo com um ensopado de perdiz!

A lista de sobremesas era extensa e original, mas, foi com lágrimas nos olhos que rejeitei a oferta - incapaz de ingerir uma migalha mais que fosse.
Terminámos com café e muita, muitíssima vontade de voltar.
Aliás, voltaremos!
Há muito a descobrir nestas paragens - Miranda do Douro, Vila Nova de Foz Côa, Bragança ...
Numa próxima saída , será um fim de semana de descanso e comida de superior qualidade.


Justificada fica, portanto, a minha convicção de que para comer bem, nada como a santa terrinha.
Comer e comprar delícias - azeite, vinho, queijo, alheiras e presunto, fruta e legumes - compras que me arrebatam!


Quanto às "outras" compras, as tais de que falei ontem, serão devidamente expostas, conforme o prometido, não tarda nada!
Há que ler tudo o que esta escriba debita!
(Olha eu a autopromover-me!)

Beijo
Nina