quarta-feira, 21 de março de 2018

A minha absoluta incapacidade de fazer malas bem feitas




É um facto comprovado de cada vez que viajo - a mala revela-se um total desastre. Ou levo tralha a mais - o que é  muito irritante, pois tudo se baralha e me baralha - ou levo a menos, ou levo errado - peças quentes inadaptáveis ao calor, ou frescas inapropriadas ao frio.
Além disso, o que levo, por estranho que possa parecer, não  sou eu, isto é,  considero que no dia a dia me visto com "a minha cara", com o meu gosto.
Quando viajo, não! 
Tudo falha. 
Tudo.
E sinto-me quase andrajosa, sussurando interiormente que "não  faz mal, que ninguém me conhece".
Uma tristeza!

Desta vez aconteceu de novo.

Queria uma mala pequena e pouca tralha - afinal seria só  uma semana passada fora!

Sem confiar no meu péssimo instinto, recorri à  ciência,  informei-me nos locais próprios e verifiquei que nevava em Itália. 
Preenchi a mala com dois conjuntos queeeeeentes!
Muito quentes!


Só  que, ao desembarcar em Palermo, capital da Sicília,  confrontei-me com estivais 26 graus e praias repletas de acalorados sicilianos.

Que fazer, então?
Improvisei.
Com uma t-shirt e com mais duas que acabei por comprar, sobrevivi estes 7 dias, repetindo uma vez mais :
-Ninguém me conhece!
( Só eu! Eu conheço-me e não gostei do que em mim vi.)

Para complicar ainda mais a situação, o estado do tempo mudava ao longo do dia, havendo mesmo momentos glaciares.

E assim, igual a mim mesma, mais uma vez, fiz uma mala lastimável.

Tirando isso, que é mal sem remédio, o percurso foi belíssimo e recomendo com o maior entusiasmo.

Escolhemos um circuito que incluía guia falando espanhol, hotéis, entradas em monumentos, bem como pequeno almoço e almoço. 
Creio que foi uma excelente opção - tudo decorreu sem problemas, tudo muito bem organizado.
Chegámos a pensar na hipótese de apenas comprarmos o avião e, à chegada, alugando um carro, fazer o percurso livremente. Não teria sido boa ideia porque o trânsito é absolutamente caótico (perigoso, mesmo)
A criticar, aponto a qualidade dos hotéis, teoricamente de 4*, mas, na realidade, fraquíssimos.

Quanto ao circuito, começámos por passar os 2 primeiros dias em Palermo, com visitas programadas e tempo livre para descobrir a cidade.



Catedral de Monreal  foi a primeira visita e enorme surpresa perante a impressionante beleza do local. Todo o interior (barroco bizantino) é composto por mosaicos - um deslumbramento


Foi uma visita impressionante, totalmente diferente de tudo o que até agora vi.

Acrescento que no local, no alto de um monte, soprava um vento gélido ... e eu de t-shirt!

Descemos das alturas e, de novo na cidade, encaminhámo-nos para a Capela Palatina, tão deslumbrante como a Catedral, só que em ponto pequeno.










Extraordinário, não é?
Digamos que se não tivesse visto mais nada, estas duas visitas fariam valer todo o circuito.

Por fim, dirigimo-nos à catedral, que sendo bonita não ascende ao grau  extraordinário dos dois últimos templos.






Com a tarde livre, circulamos pela cidade.

No início da artéria principal, o teatro Massimo ...



... ponto de encontro de turistas

Continuando pela tal artéria, chega-se a uma belíssima praça - Quattro Canti:


Como o nome indica, apresenta 4 cantos monumentais ...


Muito perto, a Praça da Vergonha:



... assim chamada por óbvios motivos!

Num dos topos desta via ...


A porta nova, antiga porta de entrada na cidade, atravessando a muralha

No extremo oposto ...


O mar com a sua marina

Neste primeiro dia calcorreámos a cidade até ao jantar!
A avaliação foi muito positiva, porque há muito para ver, sente-se que há segurança, existem imensos pontos de apoio, bares, cafés e restaurantes, onde se come razoavelmente ( não como em Portugal ...) a preços módicos.

Regressámos cedo ao hotel, porque no dia seguinte (e em todos os outros dias) a alvorada seria às 7 horas locais, 6 horas portuguesas.
Isso doeu!

Beijo
Nina