sexta-feira, 23 de março de 2018

Continuando e concluindo o circuito ...

 Preciso de grande poder de síntese para não eternizar este relato. A ver se sou capaz!

Chegados a Catânia, onde pernoitámos duas noites no tal Hotel Nettuno (para lá de manhoso, diga-se), visitámos a cidade, toda ela em dois tons - branco e preto.


O preto visível na arquitetura deve-se à natureza vulcânica da pedra, fornecida pelas erupções do Etna que, inclusivamente, destruiu completamente a cidade, num dos seus ataques de fúria (meeeedo!!!!).
O branco da pedra é fruto de manipulação humana, que pretendia "alegrar" a cidade.
O certo é que temos uma cidade de amplas avenidas, todas paralelas e perpendicuilares, traçadas a régua e esquadro, após um terramoto que a destruiu.

Gostei particularmente da cidade, não tanto pelos monumentos, mas pelo clima vibrante que nela se vive - há gente, movimento, muitos cafés e esplanadas, convidando a não fazer nada! Gostei.

Gostei ainda e muito do mercado, da sua cor e variedade de produtos - que esta é uma terra muito fértil .

Espaço!
Amplitude!
Esta a praça central

E agora o mercado.


Abundância e variedade a preços muito baixos.




Nunca tinha visto couve-flor roxa - ei-la!

Peixe e marisco!
Tanto!
Tão barato!
Tão fresco - algum ainda mexia.





 


Aceitei depois o convite preguiçoso das esplanadas e como os locais parei para não fazer nada, que, como toda a gente sabe, é o melhor da vida.

Informara-me da história de Santa Águeda, a padroeira da cidade e mártir cristã, a quem, como suplício haviam cortado os seios.
A santa é venerada com a máxima devoção, o que não impediu que a sua fama fosse transposta para a doçaria.

Estes bolinhos de inequívoca forma prestam homenagem a Santa Águeda e dela recebem o nome.

Quem quiser provar um bocadinho de céu, é só pedir.
São maravilhosos, na sua mistura de suspiro, biscoito e pistáchio.
Só os encontrei aqui, embora os tenha procurado (em quase desespero) durante o resto do circuito

Para trás ficou Catânia e seguimos para Siracusa, cidade riquíssima em vestígios gregos e romanos.
Para não me repetir, mostro apenas a Orelha de Dionísio:
 


Que era, o quê?

Uma imensa gruta artificial com a característica acústica de permitir ouvir no exterior o sussurrado lá dentro!
Tal funcionalidade servia os propósitos do tirano Dionísio que aí encerrava os prisioneiros, mantendo-se a par das conjuras, dizem! Era terrível, o sujeito! Com fama daí ter encerrado milhares de gregos que deixou morrer à fome.


O circuito avançou rumando a Noto, Ragusa e Agrigento, sucedendo-se os impressionantes monumentos: 








Até que regressámos a Palermo.
Aí, com uma manhã livre, circulámos pelas principais artérias e registei o testemunho do extraordinário bom gosto dos italianos - ninguém se lhes compara em termos de estilo e moda.



O nude em toda sua sua força 




E pronto!
Circuito concluído.

Gostei muito, muito!
Recomendo com o maior entusiasmo.

Beijo
Nina