Quem entra em Ronda, desavisado, não suspeita o que o espera.
Parece uma terrinha como tantas outras.
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Com igreja matriz, |
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A iglesia de la Merced, |
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Estátuas de toureiros, |
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em pose de faena, |
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e identificação devida, |
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e mais poses emblemáticas. |
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De repente, avançando um pouco, num clarão, o chão abre-se. |
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E, lá ao fundo, o abismo alarga-se. |
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A perder de vista. |
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O Parador Nacional, equilibra-se, no limiar do abismo, |
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que se agita, vivo, lá no fundo, com repentes de catos e veludos de musgos. |
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Visitantes, suspendem-se, numa varanda, sobre o buraco sem fundo. |
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Antes de nós, famosos encheram o olhar com este deslumbramento. |
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Sempre medonho, sempre magnético. |
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Do nada, uma árvore lançou raízes e cresceu. |
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Impávido, um riacho corre no mesmo local onde , desde o princípio dos tempos, correu. |
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As encostas esboroam-se, matizam-se de cores. |
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E nas fendas de pedra viva, a vida insiste e persiste em crescer. |
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A ponte!
Esguia, colossal, liga as margens. |
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O conjunto é avassalador.
Reduz-nos à nossa ínfima dimensão. |
Não é cenário, não!
Não é o produto alucinado de uma mente delirante.
É, apenas, Ronda.
Beijo
Nina