Programara-me, há quase uma semana, para, nesta manhã de sexta-feira, comprar as alças para a bolsa.
O pior estava feito:
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Concluído o crochê, havia que a forrar. |
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Seguindo, religiosamente, as instruções, cortei, cosi e apliquei o forro. |
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O PAP era claríssimo e, foi com prazer, que o dei por terminado. |
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Caprichando nos detalhes, a própria linha com que apliquei o forro, casava com a cor dominante. |
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Para forrar a bolsa, usei este tecido às florzinhas, acetinado, que repousava no meu armário, esperando ser útil. |
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E, então, como estava dizendo, esta manhã seria destinada a providenciar as alças. Numa velha, estreita, medieval rua do Porto antigo, fica a CASA CROCODILO. |
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A razão do nome torna-se evidente assim que transpomos a porta. Este feroz exemplar, suspenso junto ao teto, observar indiferente a clientela. |
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Na Casa Crocodilo resolvem-se todos os problemas. Se uma carteira se descose, eles cosem. Se uma alça se estraga, eles substituem. Se o cinto perde a fivela, eles resolvem. |
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Fui, por isso, de peito feito, com a minha bolsa concluída, requerendo umas alças. Porém, oh! surpresa cruel! - Que não, que não faziam, que o crochê não permitia ser cosido à máquina, que utilizar "cravos" nem pensar ... Que não! |
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Impreparada, psicologicamente, para a recusa, tanto insisti, que tornei o meu problema, problema da Casa Crocodilo que, em todos os anos da sua história, jamais se confessou incapaz de satisfazer um pedido. Veio o staff, veio o expert, veio a costureira, veio o patrão e o não manteve-se. Só se ... -Só se, o quê? -Só se levar um cordão dos que se utilizam no interior das alças e o revestir em crochê! Trouxe! Um metro de cordão, um €! Vou revesti-lo com ponto baixo, aplicando, depois as alças. |
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Palpita-me que resulta e a bolsa vai exibir-se com o vestido. |
Beijo
Nina