... é um local mágico.
Já em criança criava nichos em locais e na alma e neles guardava tesouros.
Não me passou a mania e, por isso, crio nichos.
Neles conservo objetos que são lembranças e que são preciosos porque são lembranças.
Não há nada como um nicho!
Melhores, mil vezes melhores que o mais impenetrável cofre.
Guardam e mostram. Mostram e enfeitam e alegram e fazem nascer sorrisos nos meus lábios.
Por isso, adoro nichos!
Só eu, mais ninguém, sabe,ler o conteúdo dos meus nichos.
Com eles viajo no tempo e no espaço, aperto aperto laços, envolvo abraços, encontro e reencontro momentos, deixo voar o meu louco pensamento.
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Neste nicho repousam pedaços turcos, russos, holandeses e agora, um afago, um leve toque de dedos da minha querida Adriana. Foi ela, foram as suas mãos, a sua mente quem criaram esta sucessão de roxos e lilases que comportam luz, me envolvem a alma. Sempre que o olho penso em Adriana, a querida Adriana, tão linda, tão doce, tão amiga... |
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Juntam-se sugestões de Veneza, na ânfora verde, bem como o impressionante rigor alemão, de Dusseldórfia, na jarra em degraus verdes. A vermelha veio de Ulm, uma minúscula e magnífica cidade de artesãos vidreiros alemães. Em primeiro plano, repito, um pouco da minha linda Adriana. |
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Da Índia, da Tailândia, de Cuba, da Grécia, de França, outros momentos se exibem. Todos lindos, todos importantes, todos com raízes profundas no meu ser. O mais recente, repito, recebi-o das mãos da doce Adriana. |
O nosso reencontro será logo, será já, que o tempo dissolve-se face à eternidade e ao cruzamento de duas vidas com muito de irmãs.
Até já, linda Adriana!
Beijos
Nina