...aos poucos, retomo rotinas, afasto-me da estupefacção da tragédia.
Aos poucos.
Continua a doer, mas a dor aceita-se com resignação, aprendendo-se a tê-la por perto, a olhá-la com imensa tristeza, mas agora com calma, com aceitação perante o que não tem volta, o que é para sempre.
Foi um final de ano horrível e, posta a pensar, constato com mágoa, todas as mágoas que em vários finais de ano passados me atingiram.
Das tristezas imensas, das alegrias transbordantes é feita a pessoa que sou.
Não se escapa incólume a estes confrontos, que, se não nos matam, nos fortalecem, dizem os ombros amigos que nos acalentam. Mas se é para ficar forte, antes ser fraca, débil e exposta, mas escapando às provações.
Ainda se pudéssemos escolher!!!
Nesta fictícia liberdade, ocasiões há em que dançámos conforme a música que, poderosa e irresistível, nos comanda e manipula.
Passada a tormenta, sem apelo, sem recurso, o eu suspira pela tranquilidade quieta dos dias sem história, das repetidas rotinas, dos feitos discretos e modestos.
E quando apetecem, significa que o caminho da redenção se iniciou.
Claro que as lágrimas ainda assolam, sem querer, prestes a rolar. Não vale a pena negar. Mas, agora, apetece ficar bem, apetece colo, apetece! Apetecer é vital! |
Esta passa pela paz.
Esta convive, placidamente com o desgosto que o tempo amainará e com a vontade de ficar bem, de melhorar sempre, cada dia um pouco mais.
Beijo
Nina