Será que o domingo dos outros é igual, ou, pelo menos, parecido com o meu domingo?
O meu, sempre sobrecarregado de projetos, voa! Mesmo!
São agora 18 horas e, com a noite caindo, só agora consegui uma pausa para escrever.
Acoradámos com chuva, chuva à Porto, daquela bem chata, pegada, sem tréguas, gelada, ameaçando molha a quem se atreve sair.
Saí, ainda assim.
Jornais lidos no café de sempre, com vista para o Douro e expresso fumegante.
Estava frio, como se a chuva não fosse, só por si suficientemente deprimente. Vesti-me de Inverno, com vestido de lã, casaco de malha, meias opacas e botins. |
Tudo o que tenho em cima é antigo. Nada é velho. Sou muito cuidadosa com as roupas que, por isso, duram e duram e duram, sem nunca envelhecerem. |
Poderão virar antiguidade, mas jamais velharia. Que bom seria se o mesmo ocorresse com a dona! |
Para sobremesa, depois de um peixe grelhado, desencantaram-se do fundo do congelador , estes pecados de côco e gemas! |
A chuva, entretanto, parara.
Virei-me para a agricultura, semeando este pacote de coentros, erva da minha especial predilecção.
Entretanto, havia que regar os bolbos, no caso, estes de jacinto, que a casa aquecida exige esse cuidado. Mal posso esperar o nascimento da primeira flor! Será bela e amarela. |
A chuva, entretanto, voltara.
Quando bate nas vidraças, sugere, quase exige, lareira acesa.
Aninhada no meu canto, tricotei uma gola para esta camisola. Está quase, quase pronta.
É uma camisola antiga, cuja gola perdeu o formato e a graça. Desmanchei-a e reformulei-a , que merece o trabalho. Está quase pronta! |
Finalmente, preparando-me para a minha próxima, primeira aula de costura, tirei moldes do modelo que pretendo reproduzir.
Até aí ainda chega o meu conhecimento! |
Assim desliza, veloz, o tempo, se o interesse e a atenção se envolvem em tarefas gratificantes, prova provada de que o tempo é o que cada um faz dele, que o tempo cronológico não é, para aqui, chamado nem havido e que, o tempo psicológico de carácter subjectivo e abstracto, é o verdadeiro e único motor da vida.
Tenho dito!
(Que ainda tenho um monte de tarefas para despachar, entre as quais se inclui refastelar-me comodamente no sofá enquanto o domingo for domingo!)
Beijo
Nina