... aproveitei a trégua para fotografar as flores do inverno.
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Imperturbáveis, estas orquídeas florescem, pontualmente, no pino do inverno, quando mais chove, mais venta, mais frio faz.
Dentro de casa, amuadas, mantêm-se estéreis, meras fitas, folhas verdes, desinteressantes. |
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No rigor dos elementos encontram o seu acalento.
Todos os anos.
Pontualmente. |
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Os bolbos das Íris começam a espreitar, tímidos, curiosos.
Um pouco mais de tempo, um pouco mais de luz, um pouco mais de calor e serão uma mancha roxa, forte, perfumada. |
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Adultas, altivas, vistosas, vestindo rosa, são deslumbrantes. |
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Limões obesos, pesados, dourados, multiplicam-se, oferecidos. |
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Num arbusto anão, em pura magia, enfeitam o espaço, sugerem delícias. |
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As limas verdes, de casca finíssima, reluzente, vidrada, insinuam sabores, frescuras de caipirinhas divinas. |
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As vizinhas, nuas, tristes, desoladas, fingem-se de mortas. |
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Alfaces engordam, num solo húmido, rico de nutrientes. |
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Couves-roxas ganham cor. |
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Estrelas de Natal, sobreviventes do passado ano, exibem vestígios vermelhos, promessa do que virão a ser. |
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Ah! E as camélias, lindas, amantes e amadas do inverno.
Ei-las, felizes, ao frio. |
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Manchas fúcsia no verde profundo. |
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No calor da casa, as estrelas de Natal, vaidosas, exibem-se.
Quando todas as flores e folhas caírem, irão para o exterior, ganharão endurance e, no próximo ano, voltarão a brilhar. |
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As azáleas abriram, numa festa salmão.
Adoram, exigem, solo muito bem regado.
Estão no paraíso com as chuvadas permanentes. |
Se não interferirmos, a natureza trabalha na perfeição.
Se não estragarmos, a natureza não decepciona.
Se não perturbarmos, em cada estação, a natureza representa o seu mais perfeito papel.
Beijos
Nina