Vesti todas as minhas janelas.
Gosto do conforto que aportam cortinas, cortinados, reposteiros e estores, de modo que, se em algumas (poucas) apenas tenho estores que subo ou desço de acordo com a incidência solar, noutras, tenho cortinas e reposteiros - o que acontece com o quarto que acabei de reformar.
É tudo muito bonito, muito confortável, mas, chegada a hora de retirar, lavar e recolocar, é que são elas!
Eu que o diga que acabei de enfrentar todas as fases, uma vez que todos foram lavados e para isso retirados, para, mais tarde, serem recolocados.
Vou contar:
As cortinas de tecido fininho colocadas junto ao vidro lavam muito bem na máquina, ainda mais se a sua natureza original for ligeiramente enrugada, como é o caso.
Então é só subir ao escadote, retirá-las dos ganchos em que estão presas, lavá-las a 40 graus com centrifugação forte e recolocá-las sem a menor necessidade de secagem.
Muito fácil, embora a operação "dependurar" seja tudo menos agradável, mas ... faz-se!
O pior, o verdadeiramente penoso, está para vir .
Tem o nome de reposteiros.
Estes são forrados, são pesados, são imensos!
Retirei-os com esforço.
Depois olhei-os e avaliei-os, concluindo ser tarefa impossível para a máquina de lavar com capacidade de 5 Kg.
Levá-los à lavandaria para limpar a seco estava fora de cogitação, atendendo ao absurdo que cobram - quase valeria mais a pena investir em reposteiros novos.
Lembrei-me - e bem - da lavandaria self service!
Lá fui, com os monstruosos dos reposteiros enrolados em trouxa na mala do carro.
Chegada, falei com a funcionária pedindo ajuda, solicitando sugestões - o que sempre se tem revelado de uma utilidade imensa. Elas é que sabem! Eu não!
Aconselhou-me a lavá-los a 30 graus, secando seguidamente a 50. Aceitei, correndo o risco de que se estragassem.
Paguei 12€ e esperei que, pelo telefone me avisassem logo que prontos.
1 hora mais tarde, depois de avisada, passei a recolhê-los, ainda ligeiramente húmidos.
Passá-los a ferro era, verdadeiramente, missão impossível, portanto, continuando a ouvir os conselhos da empregada, tratei de os pendurar, assim mesmo, chegada a casa.
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Foi penoso.
Foi extremamente cansativo.
Foi doloroso, ouso dizer! |
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Largos minutos com os braços erguidos,
uma mão tentando encaixá-los nos respetivos ganchos,
a outra, segurando-os, suportando peso considerável |
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Finalmente o primeiro ficou no sítio ... |
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... e depois, o segundo! |
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Acho-os ligeiramente "quebrados" em relação ao aspeto anterior ... |
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... mas estão escrupulosamente lavados, sem sombra de pó. |
Ainda por sugestão da senhora da lavandaria, hoje, já completamente secos, beneficiarão de aspeto se, sobre eles passar o vapor da "vaporetta".
Fá-lo-ei mais tarde.
Para já, assim a quente, com os braços doridos, asseguro que não volto a submetê-los a nova lavagem, na medida em que me recuso a submeter-me a tão medieval tormento - braços no ar, insuportável peso nos ombros, tudo em instável equilíbrio sobre um escadote, sugere-me, assim de repente, a tortura da Inquisição.
Credo!
Não quero mais!
Beijo
Nina