Toda a loucura que no título da postagem de ontem deixei transparecer, limitou-se à desusada hora da alvorada.
É que, 7 da manhã, para mim, para os meus hábitos noctívagos, é muito, é muitíssimo cedo. Estraga-me o dia uma alvorada tão precoce. Ainda mais agora com chuva e frio...
Quando, perto da meia-noite reentrei, a blogo dependente que aqui se expõe veio, lesta, deixar umas linhazinhas um tanto mal alinhavadas.
Delas ressaltou a ideia, que defendo com unhas e dentes, que viver longe dos grandes centros, aporta melhor qualidade de vida e daqui não saio, em defesa de tal convicção.
Quanto às loucuras de sábado, mais nada referi, mas que foi louco, foi.
Lamego. À chuva! Igreja da nossa Senhora dos Remédios |
O almoço/reunião dos antigos alunos do colégio, deu-se nas Caves da Murganheira! ... Dado este esclarecimento, começa a vislumbrar-se a loucura, suponho!
Esclareço que o vídeo não reporta a nossa visita. Encontrei-o no youtube e, para os interessados, documenta a dimensão das caves
As hostilidades, começaram, portanto, com uma visita guiada pelas masmorras gélidas, onde cubas gigantescas processam o vinho. Foi giro! Mas, a dada altura, de tão técnica a explicação, levou a que as meninas presentes se agrupassem no fim da comitiva, trocando confidências, dicas e truques sobre os tesouros (compras, comprinhas...) a efetuar após o almoço.
Este, começou com a degustação das célebres bolas de Lamego, cada uma seu sabor, cada uma sua delícia. Desde a de bacalhau, à de vinha-de-alhos, frango, sardinha, queijo com fiambre e presunto, percorre-se uma galeria de sabores memoráveis.
E começa-se a beber.
O Murganheira é muito bom, qualquer que seja o tipo. O Bruto, o Meio-Seco e o Rosé fluíram, deslizaram sem entraves, escorregaram com a simplicidade das coisas sublimes.
Depois, um almoço de leitão magnificamente assado. E mais, muito mais Murganheira!
Na minha mesa, éramos quatro íntimos, os restantes acomodaram-se aleatoriamente.
Foi tão divertido!
Um dos presentes, advogado de nomeada, envolvido em casos "quentes" da atualidade, revelou-se a alma da festa, a estrela da companhia, com uma narrativa absurdamente real sobre personagens da nossa praça tidos como intocáveis. Foi delirante!
A meu lado, um simpático desconhecido.
Com o empurrão do Murganheira desenrolou um relato trágico-cómico versando a esfera conjugal. Repito, foi o Murganheira a falar, pois, é velho o aforismo, in vino veritas (não garanto a correção do latim, pois longe, muito longe, vão as aulas do Padre Ervilha, como carinhosamente nomeávamos o nosso professor de latim).
O autor da narrativa, asseguro, hoje não se lembra de nada. Ainda bem!
A sala, magnífica, na sua simplicidade requintada:
Um gigantesco painel, todo ele realizado com tampas de garrafas! |
Numa parede, uma estante envidraçada exibindo obras de autores famosos, prémios, diplomas, documentos... Tudo de uma enorme elegância! |
Armanda Passos. Em todo o fulgor da sua obra, do seu colorido. |
José Rodrigues, magnífico. |
Uma peça da Vista Alegre, do par que encima dois magníficos contadores ... |
... como este, de uma beleza absoluta, se exibiam. |
Foi, então, neste espaço, que decorreu o repasto.
As horas passaram e passaram e passaram... Eram 5 quando nos levantámos e 6 quando partimos, pois nestas circunstâncias, as despedidas tendem a eternizar-se.
Para o ano, haverá mais!
Já no centro da cidade, seguindo as indicações das locais, ainda nos aventurámos, com sucesso, esclareça-se, numa investida nas compras que ficarão para um próximo tema a explorar.
Beijo
Nina