Chove, chove tanto!
Metade do país encontra-se em alerta laranja, o que equivale a tempestade.
Por aqui, perto do mar, a inclemência é assustadora e sair de casa, ainda que de carro, impensável.
Estou, pois, por aqui, sem grande empolgamento, sem projetos importantíssimos inadiáveis, como sempre são os meus projetos.
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Cirandando, dei de caras com esta taça, bonita, húngara de nacionalidade, pousada sem graça no canto de uma mesa de apoio e , sem saber como nem por quê, acendeu-se a lampadinha das ideias, das tais inadiáveis e importantíssimas... |
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Com esta miserável tesoura de poda - que clama, infeliz, por aposentação - cortei os caules de umas quantas rosas brancas ... |
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... artificiais, infelizmente, daquelas que só sabem acumular pó! Ainda assim, bem bonitas e quando a poeira chegar logo se vê o que fazer, que eu cá não quero, não gosto e não posso fazer projetos ad aeternum! |
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Sem medo, cortei os caules! Ficaram curtinhos, que essa era a intenção... |
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... e compus o arranjo ... |
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... nascendo na taça triste, - linda, mas triste, como frequentemente ocorre -um novelo de rosas brancas, concluindo então que menosprezar os impulsos nem sempre é sinal de sensatez. Às vezes, a inércia, a reflexão ponderada, limita-se a matar à nascença felizes projetos. Numa palavra, limita-se a ser chata. |
Beijo
Nina