Naveguei por quatro canais a bordo de um moliceiro - uma réplica dos barcos que se dedicavam à recolha de moliço, uma espécie de alga que era posteriormente utilizada como adubo dos terrenos agrícolas.
É um passeio calmo, muito tranquilo, apesar do motor que faz avançar o barco, observando-se as margens dos canais, atravessando túneis e passando sob pontes.
O percurso é acompanhado por uma guia que explica, primeiro em português e depois em inglês o que de mais importante se vê.
No caso, o inglês era indispensável dado que, connosco viajava um jovem casal egípcio, com quem não tardei a meter conversa - já que, nós portugueses temos fama de povo afável, há que fazer jus a essa reputação.
Como disse era um casal jovem - na casa dos trinta.
- Estão a gostar de Portugal - perguntei certa da óbvia resposta.
- Muito, muito mesmo!
A comida, o tempo, as pessoas, a beleza natural e monumental do país, adoramos tudo - responderam.
Ficámos de imediato (quase) amigos, pelo que me atrevi a perguntar:
- Estão de férias?
- Não! disse a jovem. Estou a fazer um doutoramento em Gestão e Economia na Universidade do Minho, que no ranking mundial ocupa um lugar no topo.
Definitivamente, ficámos amigos!
O jovem falava um inglês fluente e era também extremamente simpático.
Dei-lhes umas quantas dicas:
- Há que visitar os museus de Aveiro;
- Comer ovos moles;
- Dar um pulo à Costa Nova;
- A seguir deambular por aí.
Almoçar peixe fresco.
Beber vinho branco gelado.
Comer mais ovos moles .
Acabado o cruzeiro despedimo-nos com sorrisos, gratos pelo fortuito encontro.
Feita a introdução, vejam pelos meus olhos que bonito é o passeio. |
Cruzámo-nos com outros moliceiros que navegam abundantemente nestas águas. |
Estava um belo dia de Primavera, quase Verão e eu concedi ser fotografada |
De chapéu, com a cara sombreada e não identificável |
Escolhi o vermelho e preto ... |
... e assim percorri quilómetros. |
Sob um túnel ... |
A ponte dos namorados. Aveiro é uma cidade universitária . Os jovens enfeitam a ponte com laços e juras de amor. |
Esta a zona habitacional mais cara |
Esta a mais típica, perto do mercado |
Esta a mais antiga, com exemplos de arquitetura que merecem ser perservados. |
Almoçámos perto do mercado no restaurante Legados da Ria.
Muito bem!
Com peixe fresquíssimo e atendimento para lá de afável.
Recomendo vivamente.
Depois, foi tempo de regressar.
Pelo caminho, ao longe, no alto, avistámos a mais inesperada aldeia - uma aldeia de cegonhas.
A duras penas conseguimos, tomando um atalho, estacionar fora da auto-estrada e assim fizemos as mais improváveis fotografias.
Foi um dia feliz!
Beijo
Nina