Domingo é, tradicionalmente, dia de grande neura, véspera de segunda, quando recomeça o corre-corre.
Penso que a melhor maneira de espantar o mal estar é ocuparmo-nos.
Aliás, a ocupação espanta tudo, desde o tédio ao sofrimento por antecipação.
Não que precise desta terapia, porque ocupada estou eu sempre, nem que a ocupação se limite à leitura, mas, na verdade, escolhi a tarde de domingo, quando nada nem ninguém me faz sair de casa, para a costura.
É uma atividade muito gratificante. Tudo aparece feito num instante, ao contrário do crochê ou do tricô, nos quais o trabalho se vai fazendo.
Há contudo, um aspeto chatinho... suja muito, há muita linha, muito fiapo e, por maior que seja o cuidado, sempre escapam uns quantos, agarrados com unhas e dentes aos tapetes.
Por isso, costuro ao domingo. Sujo tudo e limpo tudo.
Acabei de fazer uma almofada, de um conjunto de três que oferecerei a uma amiga.
Os tecidos utilizados são retalhos, sobras de outros trabalhos que guardei.
Comprei apenas os fechos e o recheio.
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Combinei o branco pérola com um estampado laranja, em chenille, tecidinho abençoado que desfia assim que se lhe toca. |
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A cor dominante é o marfim que completei com uma tira em laranja. |
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Gostei do resultado final. |
Se me apetecesse, poderia costurar uma segunda almofada, mas, para dizer a verdade, precisei de um intervalo e, quando assim é, melhor não insistir ou o que pretendia ser momentos agradáveis transforma-se numa grande maçada.
Está tudo ali, em cima da mesa a olhar para mim.
Não prometo retomar a tarefa.
Veremos.
Do jantar de ontem, posso dizer que foi agradável pela companhia e mediano quanto ao restaurante que não vou nomear porque não me parece que mereça publicidade.
Comida tradicional portuguesa razoavelmente confecionada, serviço muito lento e espaço demasiado acanhado para as mesas que comporta, o que implica um barulho de fundo muito cansativo.
O grande pecado, porém, é outro.
É um restaurante para fumadores!
Eu, ex-fumadora, como todos os ex-fumadores, não suporto, sou absolutamente intolerante ao fumo.
O que mais queria era pagar e sair dali para fora.
Nesse aspeto, a culpa da escolha foi nossa, desatentos ao detestável detalhe.
A noite acabou num bar de um hotel com música ao vivo.
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No lobby, situa-se uma joalharia que aqui já mostrei, com as peças mais maravilhosas que alguma vez vi. É o Luís Ferreira, uma casa centenária, que geração após geração, mantem a beleza, originalidade e um bom gosto irrepreensível em cada peça que produz. |
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Este conjunto de colar , pedras semi-preciosa e anéis é um deslumbramento. |
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Será um gafanhoto ou um louva-a-Deus? Resulta da conjugação de osso com prata e é assim, lindo, lindo! |
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Esta taça em prata martelada com fundo em lápis lazuli dispensa comentários. À frente, uma caixinha do mesmo material. |
Os preços destas maravilhas estão de acordo com elas. Altos, muito altos, altíssimos, mas quem puder tem um local certo e seguro onde aplicar o dinheiro.
E, quem não puder, pode, gratuitamente, deleitar o olhar.
Beijos
Nina