Retomando rotinas, depois de encaixar no respetivo nicho cada elemento deslocado durante o fim de semana prolongado, tarefa que só a mim cabe, retomei as rotinas e ontem a tarde foi de costura.
Uns arranjos mais ou menos chatinhos, mas que alguém tem que fazer e, depois, o gozo puro de costurar porque sim, porque me apetece, ao sabor do impulso e da imaginação
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No fundo de uma gaveta repousava este paninho bordado. Desconheço em absoluto como entrou na minha posse, mas, observando-o, conclui que poderia ter um destino muito mais risonho do que o descanso eterno no fundo da gaveta. |
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Assim sendo, voou para a capa de uma almofada, irmã gémea de outra que aqui já mostrei. |
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E cá estão elas, as duas meninas vestindo pintas sobre um fundo de libélulas. |
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O acabamento é rigorosamente igual, com laçarotes prendendo a capa à almofada. |
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Com um zig-zag branco, concretizei a sutura. |
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O bordado singelo parece-me manual. Interrogo-me sobre a autoria do feito. |
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A cor não é absolutamente real. Parece amarelada, quando, de facto, é de um intenso verde pistachio. |
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Sobre o sofá branco resultam em cheio e convidam ao descanso, a uma leitura tranquila num mundo verde. |
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Num recanto, uma secretária que atravessou e sobreviveu a gerações. Estava na garagem, feia, riscada, medonha. Depois de limpa e pintada, recebeu um vidro grosso que cobre todo o tampo. Aí irá instalar-se a máquina de costura. |
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A cadeira, também ela velha, recebeu o mesmo trato, bem como a almofadinha de retalhos que já aqui mostrei. |
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O espelho pertencia a uma velha mobília de quarto, há muito desmantelada. Foi igualmente pintado e, em breve, ocupará lugar de destaque na parede de cor sobreponível. |
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Esta estante sobreviveu, igualmente, a mais que uma geração, Agora aloja a minha coleção de Burdas e tudo o mais que a minha " perícia" de costureira vier a exigir. |
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Ei-las, as minhas Burdas adoradas, promessa de façanhas incríveis.... |
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Os meus quadrinhos em ponto de cruz, que tanto trabalho me deram, prontos, aguardam oportunidade para, lampeiros, saltarem para uma parede. |
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Esta espreguiçadeira exibe almofadas que constituíram a minha primeira incursão no mundo dos tecidos, linhas e agulhas. |
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Lá fora, espreitam as primeiras hortênsias. |
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Cá dentro, num ambiente quente e luminoso, é isto que se vê! As plantas crescem ao Deus Dará! |
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Tropicais ou não, competem entre si numa disputa de mata cerrada. São maravilhosas! |
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E, do nada, surge uma rainha, linda como esta! |
Um pouco mais de arranjo e teremos atelier, um pouco mais de paciência e, dentro do meu mundo, outro surgirá.
O meu mundo verde!
Beijos
Nina