Esta não é uma revista.
Esta é a REVISTA!
Os tons de capa não se
afastam muito desta combinação de rosados, lilases, um ou outro
toque de roxo, em harmonia perfeita com outras tonalidades que sempre
aparecem como detalhe e não como pano de fundo.
Esta é uma conjugação
acolhedora, diria mesmo apaziguadora que associo a ambientes
intemporalmente confortáveis e vivos, testemunhando a presença da
mão de quem os cria e cuida, que nada têm a ver com figurinos
pré-fabricados por profissionais da decoração.
Que me perdõem tais
profissionais, seguramente utilíssimos em trabalhos de grande
escala ou como orientadores de todos os que preferem, porque não
querem ou porque não sabem, entregar-se nas mãos experientes e
preparadas dos decoradores de interiores.
Acontece que eu, jamais,
abdicaria da minha possibilidade de escolha, de erro, de acerto, de
fazer e refazer, já que é assim que encaro a casa, uma entidade em
progressão contínua, refletindo a personalidade de quem a ocupa.
Por isso, gosto de
revistas de decoração e da Wohnen & Garten, em particular,
inspiradora como poucas e vocacionada para o amplo domínio
doméstico, com inclusão de sugestões culinárias que, também
elas, refletem a personalidade de quem se dá ao trabalho de as
preparar.
Pena que não se encontre
à venda em Portugal, grande pena!
Este recanto pode ser
adaptado a um terraço, a uma varanda, a um jardim interior ou a um
exterior para quem tiver a sorte de o possuir.
A mistura de plantas
envasadas, a mesa de vime pintada de branco, com tampo de vidro, as
aves que espreitam por entre a folhagem, formam um delicioso recanto.
Impossível não procurar
reproduzi-lo.
É apenas um vaso de crisântemos,
banal, barato, sem pretensões a planta rara.
Porém, se protegido por um também
banal cesto de vime, brilha com outro brilho e irá alegrar e dar
vida a um qualquer cantinho, quer seja uma bancada na cozinha ou na
casa de banho, ou , com maior destaque, uma mesa de apoio na sala.
Acho que não existe casa onde não vivam uns trastes velhos, uns móveis feiosos que por inércia ou por falta de inspiração, agridem diariamente os olhos que neles pousam
Na minha opinião,
transmitem até energia negativa.
E afinal é tão fácil
dar-lhes cara nova, como nesta espécie de cómoda vestida de azul
turquesa.
As portas foram forradas,
as laterais pintadas complementando os puxadores o look romântico.
Nuns copinhos simples,
que também podem ser frascos reaproveitados, três florzinhas
afirmam que ali vive gente, gente imaginativa e criativa.
Gosto de cortinas, cortinados,
reposteiros!
Gosto de janelas vestidas!
Que os vidros estejam imaculadamente
limpos e transparentes, é uma questão de honra.
Que as janelas estejam vestidas, de
preferência, muito bem vestidas, uma debilidade que alimento.
São metade da decoração, mais de
metade do conforto.
Na casa de banho, tons suaves, por
favor.
E perfume ténue de sabonetes.
E velas que transformam o banho, antes
de dormir, num ritual, num momento único.
E flores, tem que haver flores, sejam
secas ou frescas.
Flores nunca são de mais.
Ah! e as compotas!
Não esquecer as compotas!
De frutos vermelhos são magníficas.
Há que conservá-las co carinho, com
todos os cuidados, em frascos reciclados, pois claro, engalanados com
retalhos e rendas.
Depois, é saboreá-las sem disfarce,
na torrada matinal, ou glorificando os crepes que, na sobremesa farão
com que o ar se encha de suspiros de pura delícia, de puro prazer.
Beijo
Nina