Não é que não goste, no sentido de detestar, mas dispenso, passo.
Entre doce e salgado, salgado!
Entre doce ou fruta, fruta!
Sem qualquer motivação especial, sem sacrifício, sem pena, passo!
Em compensação, perco-me por chocolate.
Mas também não pode ser um chocolate qualquer, não!
Tem que ser preto, amargo, forte, puro.
Sempre com uma taxa de cacau superior a 70%.
Se vier acompanhado com vestígios de framboesas, perco a compostura, o tino, a vergonha e, dissimulada, aos pouquinhos, posso devorar um inteirinho, assim, à socapa.
Estes são dos tais. Vêm do Equador e simples ou com frutos vermelhos são a minha única perdição, em termos de gula. |
Porque é de gula que estou falando quando confesso a irresistível tentação a que me rendo. |
Para complicar ainda mais as minhas melhores boas intenções, li, algures, que o chocolate preto é rico em flavenóides, poderoso anti-oxidante. |
Eu, desavergonhada, que não precisava de desculpas para nada, a partir desse momento, escudei-me em argumentos científicos que justificassem o meu reprovável despudor. |
É que li também, algures, que a enxaqueca, de que infelizmente, de quando em vez, padeço, pode ter vários fatores desencadeantes, entre os quais se inclui a ingestão de chocolate.
Não pode ser verdade!
Não é justo!
Mas, infelizmente, parece-me ter descoberto uma cadeia de causa/efeito.
E,assim sendo, por muito delicioso, muito irresistível que seja o chocolate, não compensa a dor lancinante que faz ver luzes no escuro e parece dilacerar parte da cabeça.
É, apenas, uma conclusão chata, não chega a ser triste.
Se com a abstenção da delícia desaparecer o incómodo, o preço é baixo.
Assim sendo, parece-me poder afirmar que ontem, dia 11 de Abril de 2012, comi o meu último chocolate.
A reserva, de que sempre dispus, e que fotografei, ganhará rumo sem demora ...
Não é por nada ... é por causa das tentações.
Beijos
Nina