Não gosto nem quero passar horas na cozinha, embora goste de cozinhar e ( modéstia aparte ) goste dos meus cozinhados.
Por outro lado, não me dou nada bem com pressas. Comigo conduzem fatalmente ao desastre.
Mas, é claro, isso é comigo, essa sou eu, querendo não perder tempo na cozinha e simultaneamente não se encaixando num esquema de 15 minutos - como o Jamie Olivier que o prova, comprova e demonstra na TV.
Defeito meu, está provado.
Mas então - perguntarão - como associar pretensões que se excluem?
À moda antiga, mesmo antiiiiiga - quando se iniciava a preparação do almoço às 10:00 - almoço que seria servido às 13:00.
Só que - sublinho - ninguém permanecia na cozinha adorando panelas. Não! Elas eram deixadas em paz preparando lentamente, muito lentamente o repasto.
Pois é assim que eu gosto!
Chamam-lhe slow food!
E tudo leva o seu tempo!
Concretizando:
No frigorífico tinha um abacaxi descascado. Abacaxi azedinho - ninguém lhe pegava ... Condenado ao lixo, portanto! |
Porém, além de não me dar bem com pressas, ou-me ainda pior com o desperdício ... E saiu bolo! |
Daqueles invertidos, com fruta no topo e forma forrada com caramelo! |
Num passe de inspiração, aproveitou-se o abacaxi e providenciou-se sobremesa - para várias refeições. |
Assou durante 45 minutos e, entretanto ... |
Borbulham na panela num molho de vinho tinto temperado com ervas! |
Se é rápido?
- Não, não é rápido! É demorado, que os sabores levam o seu tempo!
Porém, multipliquei o tempo!
Preparei as almôndegas enquanto o bolo assava.
Neste momento, o bolo está pronto, arrefecendo como convem e as almôndegas continuam o seu delicioso banho, numa calda que não ferve - fervilha, digamos!
Sem pressas!
Falta cozer a massa/pasta - no caso espirais/ fusili, que regados com o suculento molho serão de comer rezando!
É, pois, assim, à moda antiga, lentamente, porém sem a escravatura presencial, que se prepara a verdadeira comida portuguesa.
A melhor do mundo, como sabemos!
Beijo
Nina