Só hoje senti ânimo e capacidade para voltar ao registo do percurso da viagem, porque, contra todas as minhas próprias expectativas, fiquei num estado de exaustão verdadeiramente incapacitante, adormecendo durante o dia - assim que me sentava - e acordando pelas 3 ou 4 da madrugada completamente desperta.
Foi uma adaptação difícil e, principalmente, muito mais demorada do que imaginava.
O facto é que começo a sentir-me normal e com vontade de registar uma experiência incrível que, seguramente não repetirei - não porque não tivesse gostado (adorei) -, mas porque há muito mundo ainda para ver.
Curiosamente, na chegada ao Vietname não senti diferença horária e acompanhei todos os percursos atenta e desperta.
Aí e então, a grande surpresa foi o trânsito, o caos absoluto, o oceano de motas, a total desobediência face a semáforos ou passadeiras. Incrível.
Grande parte da população desloca-se de mota. São aos milhares ziguezagueando pelas ruas. Sem colidirem. Sem atropelarem ninguém.
Numa das noites, distrai-me e fiquei isolada do grupo, do outro lado da rua. Era preciso atravessar. Pus um pé fora do passeio. Dei dois ou três passos e gelei. Petrifiquei no meio das motas. Todas apitando. Todas avançando.
Um polícia que me observava, gritou:
-Keep walking!
Don't look!
Não consegui.
Então, o polícia, num gesto raro, mandou parar o trânsito para que eu atravessasse.
- Obrigada! Muito obrigada, senhor polícia vietnamita!
Não fosse ele, desconfio que ainda hoje lá estaria no meio do enxame das motas - passo o exagero!
Nas motas seguem pessoas, famílias inteiras, animais, fardos, montanhas, resmas de tralha!
A par com o caos, em cada canto e recanto, a natureza exuberante:
Esta a imagem tristemente famosa da menina nua , fugindo aos bombardeamentos americanos... muito impressionante! |
Multidões de turistas, na sua maioria orientais, na sua maioria chineses |
Nesse mesmo dia, embarcámos para Hué, num curto voo doméstico.
De Hué, darei informações no próximo post.
Beijo
Nina