Aletria!
Ou deverei dizer, a volúpia da aletria?
Acho que é mais rigoroso. Temos, portanto, a volúpia da aletria!
Só de pensar que nunca gostei, sem nunca ter provado - atitude comum às crianças e aos preconceituosos. Pois, era assim- odiava sem nunca ter provado. Detestava o aspeto compacto e denso que associava a uma barra de sabão. Aliás, o doce era cortado às fatias e em fatias se mantinha, pujante de personalidade.
Era doce infalível na ceia de natal, juntamente com o leite creme - mas desse sempre gostei muito.
Até que um dia, a pedido, preparei a minha aletria.
Consultei o Pantagruel que sempre me livrou de dificuldades e nele li que, antes de cozer a aletria em leite, se deveria dar-lhe "uma fervura" em água.
Discordei!
Demasiadas etapas e muita louça para lavar.
Tentei nova estrtégia que consistiu em aumentar o líquido, diminuindo a quantidade de "massa".
E não é que resultou?
A minha aletria é cremosa, com um não sei quê de ovos moles.
Entretanto, procedi a outros upgrades fruto da disponibilidade de produtos.
O último revelou-se mesmo muito bom.
E é esse que vou agora dividir:
INGREDIENTES:
1/2 litro de leite
1 lata de leite condensado
5 meadas de aletria
6 gemas
casca de 1 limão, 3 paus de canela e canela em pó para polvilhar.
Nenhum açúcar que o do leite condensado é mais que suficiente. |
Fervemos o leite, o leite condensado, a casca de limão e os paus de canela.
Quando começa a entrar em ebulição, juntamos as meadas de aletria que, entretanto, partimos entre os dedos.
Deixamos que ferva muito lentamente por 5 minutos, mexendo sempre.
Despejamos o preparado numa travessa baixinha e, quando arrefecer, polvilhamos abundantemente com canela em pó. |
- Não, não é bom! É divino!
Se esqueci a dieta?
- Apenas por escassos minutos, enquanto deglutia umas quantas colheradas.
Se não tenho palavra?
- Tenho! Claro que tenho!
Mas não sou de ferro e uma pessoa feliz emagrece muito mais depressa do que uma pessoa amarga e amargurada.
E é isto!
A volúpia da aletria!
Beijo
Nina