Já explico este título promissor!
Faço um interregno na narração da viagem, não só porque demasiada informação cansa, mas também porque o tema que aqui hoje trago é candente, digamos que muito próximo de um drama existencial - que cada um saberá dos seus, com todo o direito e legitimidade.
Falo de cabelo, no caso, do meu!
No meu dia a dia é acessório que muito prezo e que - faça-se justiça ... - não me dá desgostos.É uma idazinha semanal ao cabeleireiro para lavar e secar, o corte das pontas cada dois meses, as madeixas 2 vezes ao ano, uns retoques quando a (Drª) Márcia determina e hidratação segundo prescrição da mesma.
Então sim, mantem-se lindo e sedoso.
Longe da Márcia, carrego múltiplos produtos, artefactos e a sensação de absoluta incapacidade para tratar do assunto de forma minimamente aceitável. Não sei, não tenho jeito, o meu cabelo é difícil, em suma, só impossibilidades e estradas sem saída.
Durante a primeira semana circulo livre e solta, sem remorso e sem vergonha.
Depois ... depois é que são elas!
O meu belo e sedoso cabelo transforma-se em juba indómita de leão - sem ofensa para o leão!
É que não me obedece, selvagem!
É que me desafia, pérfido!
É que não há nada a fazer ... a não ser ...
Isto! Sobre cabeleira de palha, chapéu da mesma! |
O chapéu até dá jeito, durante o dia, com o calor tórrido que tem feito.
O pior são as noites! O jantar!
Sinto-me mesmo infeliz.
O meu marido (bonzinho ...) diz que eu sou muita injusta com o meu pobre cabelo e que até prefere este arzinho natural (leia-se, desgrenhado), ao meu look impecável. |
Só que não me convence!
E - confesso - já cheguei a sonhar com a Márcia!
Não entendendo o meu drama e desistindo de acompanhar o meu (tortuoso) raciocínio, vencido, aconselhou: |
Mas eu não! Eu carrego estoicamente a minha cruz de cabelos indomavelmente encaracolados!
Nasci para sofrer!
Beijinhos
Nina