Está, até ao momento, a salvo e, por
isso mesmo, não é desperdício de tempo o tempo que se gasta a
percorrê-la.
O melhor mesmo, será partir sem
relógio e ir ficando onde se gosta, onde o mar e as praias impolutas
nos prendem.
Depois, há o apelo irresístivel dos
trilhos a percorrer por matas e florestas.
Parece que são os mesmos que pastores
e gado atravessam.
Estão cartografados e divididos em
etapas que garantem o pernoitar em porto seguro.
Tenho, guardado no repositório das
minhas vontadaes, projetos e apetites, esse.
Hei-de percorrer esses trilhos, encher
o olhar de deslumbramento e o espírito, liberto, de paz.
Hei-de!
A vontade reacendeu-se na última
viagem para o sul.
A Costa Vicentina entrou-me na alma,
prendendo os meus sentidos.
Da Comporta, ao acaso, desci e cheguei
à Zambujeira do Mar, este assombro:
Foi praia ganhadora na disputa das 7
marvilhas das Praias de Portugal, na categoria de praia de arribas,
creio.
Terá este sido um presente envenenado?
Será que este pedaço de paraíso não
irá, agora, pagar o preço da divulgação mediática?
Que os responsáveis tenham o
discernimento de não se venderem, cegos pela ambição, em nome de
uma coisa perversa chamada desenvolvimento.
Que a Maravilha continue intocável e
que dos seus encantos se desfrute sem a destruir.
Beijo
Nina