Diariamente, entrando ou saindo do meu quarto, em plena luz do dia, cruzava-me com a mais improvável das criaturas, uma magnífica coruja, ave noturna por excelência, que, empoleirada num pequeno poste ou mesmo rente ao chão, seguia, com toda a dignidade, os meus movimentos, sem exteriorizar o menor sobressalto.
Estranho!
Até que um dia, surpresa!
No mesmo local, encontrei duas,um casal!
Com mil cautelas, aproximei-me e que vi?
Escavado no solo, um túnel por onde uma das aves desapareceu, fazendo-se, de repente, luz para o enigma.
O macho, sentinela atenta, vigiava, enquanto a fêmea acalentava os ovos ou as recém nascidas crias.
Por momentos abandonara o ninho e, juro que vi, que se espreguiçava, primeiro uma asa, depois a outra, repetindo com as patas os mesmos exercícios.
Sorte incrível, ter presenciado esta cena, eu, que achava a ave solitária, meio neurótica, cismando sozinha no mesmo local, desrespeitando os hábitos da sociedade a que pertence.
A seguir, permiti-me romancear, comovida perante a devoção masculina.
Seguramente que, como as araras azuis, são monogámicas, de uma fidelidade a toda a prova, de uma cumplicidade que ultrapassa as as mais elementares medidas de segurança e que, vivem em sintonia absoluta, uma em função da outra, ambas em função da preservação da espécie.
Deus me livre de pretender fazer comparações com elementos de espécies diferentes, concretamente, com a espécie que se auto considera rei da criação!
Observei, a seguir, este intruso que ousou aproximar-se, sendo despachado por um voo rasante , acompanhado por gritos estridentes.
Ainda vi um gato, que infelizmente não fotografei, rondando a área e a quem foi aplicada a mesma técnica de dissuasão que, também com o felino, resultou em pleno, pondo-se o bichano em fuga para outras paragens.
Parece que os gansos, uma certa espécie de gansos, funciona também assim:
cumplicidade absoluta, ligação perpétua, contrariando as palavras de Vinicius que proclamam
" ... que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure..."
Beijos
Nina
Adorei tuas observações e principalmente a coruja se espreguiçando,rsrs
ResponderEliminarLindo! beijos, ótimo dia!chica
Nina adoro i gufi,sai che una volta ne ho visto uno sul mio terreno.....
ResponderEliminarI nostri sguradi si sono incrociati....
Non è scappato subito.....
Ma è durato poco!!
Che bellissima esperienza!!
Baci
Sabry!!
Olá Nina.
ResponderEliminarA natureza dá banho de civilidade e sabedoria, muitos machos de nossa espécie deveriam aprender um pouco com os bichos não é mesmo?
Temos que ter olhos de ver,para poder apreciar essas belezas.
bjão e um linda sexta.
Mari
Nina
ResponderEliminarAdorei saber da fidelidade e dedicação à família deste pássaro que também achava que estava alheio a tudo. Mas você provou que não é, e que este belo exemplo sirva de exemplo a outras espécies!
Beijos e um ótimo final de semana.
Nina, gosto tanto de te ler.. E das fotos!
ResponderEliminarBeijinhos e bom fim-de-semana :)
Nina, adorei a crônica sobre fidelidade, algo escasso atualmente. Alguns animais como você disse não abrem mão dela. Bom final de semana.
ResponderEliminarOlá Nina!!! Primeira vez aqui. Gostei e estou seguindo. Parabéns pelos posts e olhar apurado mostrando suas impressões...
ResponderEliminarEstamos sempre a aprender! Bom fim de semana! Bjs
ResponderEliminarQue coisa mais linda... que fofo o pequeno cheio de preguiça!
ResponderEliminarBeijos!
Oi, Nina!
ResponderEliminarPrimeiro quero te agradecer pela deliciosa visita no blog e pelo comentário efusivo. Você é das minhas e isto me enche de esperanças. Quanto mais pessoas determinadas a serem felizes, melhor este mundo ficará.
Agora conheci teus blogs e digo que gostei muito da tua forma de expressão. O de culinária traduz muito bem a alegria que ronda todas as cozinhas. E sem culpas! "Coma como se não houvesse amanhã". Sensacional! E neste temos a sensibilidade e a poesia ao observar os detalhes. Que gostoso!!!!!!
Um grande abraço,
Adriana.
Se as pessoas fossem como as araras azuis/corujas, a nossa sociedade era outra :)!
ResponderEliminarBjos
Nina querida,boa tarde!!!
ResponderEliminarBela e surpreendente,tua crônica retrata,com perfeição o cavalheirismo,o donaire,a elegância do macho a proteger a fêmea indefesa da aproximação e possível ataque de outro espécime.E a fidelidade,matéria rara,hoje em dia,quando os machos humanos?,se vangloriam de suas proezas extra conjugais.E,convenhamos,são imitados com perfeição,por suas parceiras...
Linda,leve e amena tua crônica.Me encantou.
Obrigada pelo carinhoso comentário.
Bjsssss,amiga Nina e um lindo final de semana,
Leninha
Olá querida, que casamentos legais. Não sabia que alguns bichinhos eram tão fiéis. Vivendo e aprendendo. Bom fim de semana. Bj grande
ResponderEliminarQue maximo ;)) Adorei as fotos e as tuas descriçoes
ResponderEliminarEssa natureza sempre a nos ensinar Nina, pena que a maioria dos seres humanos não param para observá-los assim como você, só teríamos a ganhar se os observássemos mais. Bjs!!! Cris!
ResponderEliminarInteressante. Não sabia que corujas eram monogâmicas como nós.
ResponderEliminarNina, a ver se já consigo comentar. Com os problrmas dos blogues deixei de poder comentar no teu. Vai mais uma tentativa.Beijinhos
ResponderEliminarJá consigo. Finalmente. É que estava mesmo trite de perder o teu contacto. Entretanto vi que fizeste mais umas férias. Olha aproveita, porque
ResponderEliminardaqui por uns tempos não sabemos como vai ser.
Beijinhos
Nina...cheguei!
ResponderEliminarAdoro pássaros, eu também já fotografei uma coruja e elas fazem mesmo bucaros na terra como ninhos. Não sei como você não ficou com medo, porque elas podem avançar na gente, mas não vai acontecer isso, relaxe! Você está atenta a tudo, hem Nina? Cada foto, cada história, muito legal! Bjo da Ivana.
Oi Nina, tudo bem?
ResponderEliminarAdorei as corujinhas, bem interessantes.
um beijo carinhoso
Regina Célia
Nina, já me pego todos os dias ansiosa aguardando "cenas do próximo capítulo" dessa sua vida, cujo seu olhar tão especial, tranformar tudo em um conto interessantíssimo no qual ficamos aqui inertes e vidradas tornando real em nossa imaginação cada elemento de seus contos. Não pude deixar de comparar a outras espécies kkkk, mas amei tudo mesmo assim... Tb me deu vontade de ser uma coruja, eu amo a noite e prefiro ela que o dia. Beijos, Gabi.
ResponderEliminardescedoponei.blogspot.com
Oi Nina,bateu uma saudades de uns tempos atras mais ou menos 10 anos, quando trabalhava numa regional de prefeitura, era um lugar grande com muita terra e vegetação,acompanhei por meses atividade de corujas num barranco perto da janela em que trabalhava,era apaixonada por elas cheguei a ver 2 ninhadas, brigada pela lembrança . beijos.
ResponderEliminarOlá querida, houve uma época em que morei no campo e presenciei imagens assim.
ResponderEliminarA maioria dos pássaros são monogamicos, e dão um show de atenção e cuidados.
Mas tem também o revés...por aqui temos um pássaro chamado "xupim" que tira fora os ovos do "tico-tico" e bota os seus no lugar.
O coitado do "tico" cria uns xupins grandões e negros achando que são seus. Enquanto isso os xupins passeiam e não tem trabalho.
Isso também não lhe lembra algo? a mim lembra Brasilia. rsrsrs
Beijos, adorei sua postagem!
A natureza é misteriosa e linda!... Quanto à natureza humana... ahh... também lá tem os seus mistérios e belezas... bjsss, Nina!...
ResponderEliminarAh, adorei a história das corujas, era exatamente dessas que estavam no parque, "corujas de toca" como são chamadas. Um abraço!
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