domingo, 18 de novembro de 2012

Que sábado louco! Parte 2


Toda a loucura que no título da postagem de  ontem deixei transparecer, limitou-se à desusada hora da alvorada.
É que, 7 da manhã, para mim, para os meus hábitos noctívagos, é muito, é muitíssimo cedo. Estraga-me o dia uma alvorada tão precoce. Ainda mais agora com chuva e frio...
Quando, perto da meia-noite reentrei, a blogo dependente que aqui se expõe veio, lesta, deixar umas linhazinhas um tanto mal alinhavadas.
Delas ressaltou a ideia, que defendo com unhas e dentes, que viver longe dos grandes centros, aporta melhor qualidade de vida e daqui não saio, em defesa de tal convicção.
Quanto às loucuras de sábado, mais nada referi, mas que foi louco, foi.

Lamego.
À chuva!
Igreja da nossa Senhora dos Remédios

O almoço/reunião dos antigos alunos do colégio, deu-se nas Caves da Murganheira! ... Dado este esclarecimento, começa a vislumbrar-se a loucura, suponho!
Esclareço que o vídeo não reporta a nossa visita. Encontrei-o no youtube e, para os interessados, documenta a dimensão das caves

As hostilidades, começaram, portanto, com uma visita guiada pelas masmorras gélidas, onde cubas gigantescas processam o vinho. Foi giro! Mas, a dada altura, de tão técnica a explicação, levou a que as meninas presentes se agrupassem no fim da comitiva, trocando confidências, dicas e truques sobre os tesouros (compras, comprinhas...) a efetuar após o almoço.

Este, começou com a degustação das célebres bolas de Lamego, cada uma seu sabor, cada uma sua delícia. Desde a de bacalhau, à de vinha-de-alhos, frango, sardinha, queijo com fiambre e presunto, percorre-se uma galeria de sabores memoráveis.
E começa-se a beber.
O Murganheira é muito bom, qualquer que seja o tipo. O Bruto, o Meio-Seco e o Rosé fluíram, deslizaram sem entraves, escorregaram com a simplicidade das coisas sublimes.

Depois, um almoço de leitão magnificamente assado. E mais, muito mais Murganheira!

Na minha mesa, éramos quatro íntimos, os restantes acomodaram-se aleatoriamente.
Foi tão divertido!
Um dos presentes, advogado de nomeada, envolvido em casos "quentes" da atualidade, revelou-se a alma da festa, a estrela da companhia, com uma narrativa absurdamente real sobre personagens da nossa praça tidos como intocáveis. Foi delirante!
A meu lado, um simpático desconhecido.
Com o empurrão do Murganheira desenrolou um relato trágico-cómico versando a esfera conjugal. Repito, foi o Murganheira a falar, pois, é velho o aforismo, in vino veritas (não garanto a correção do latim, pois longe, muito longe, vão as aulas do Padre Ervilha, como carinhosamente nomeávamos o nosso professor de latim).
O autor da narrativa, asseguro, hoje não se lembra de nada. Ainda bem!

A sala, magnífica, na sua simplicidade requintada:

Um gigantesco painel, todo ele realizado com tampas de garrafas!

Numa parede, uma estante envidraçada exibindo obras de autores famosos, prémios, diplomas, documentos...
Tudo de uma enorme elegância!

Armanda Passos.
Em todo o fulgor da sua obra, do seu colorido.

José Rodrigues, magnífico.

Uma peça da Vista Alegre, do par que encima dois magníficos contadores ...

... como este, de uma beleza absoluta, se exibiam.

Foi, então, neste espaço, que decorreu o repasto.
As horas passaram e passaram e passaram... Eram 5 quando nos levantámos e 6 quando partimos, pois nestas circunstâncias, as despedidas tendem a eternizar-se.
Para o ano, haverá mais!

Já no centro da cidade, seguindo as indicações das locais, ainda nos aventurámos, com sucesso, esclareça-se, numa investida nas compras que ficarão para um próximo tema a explorar.

Beijo
Nina

Que sábado louco!

Começou com desusada alvorada às 7 da manhã, seguida de uma vigem a todo o vapor até Lamego. Aí, uma reunião anual de antigos alunos do colégio local. Foi bom reencontrar pessoas, almoçar muito bem, comer e beber um pouco além da conta.
Passarinhando pelas ruas antigas, com comércio tradicional, com frio, mas sem chuva, descobri que Lamego é uma terrinha  simpática onde poderia e gostaria de viver.
É provinciana quanto baste para marcar um tranquilo ritmo de vida (nem sequer tem Zara...), mas suficientemente perto de grandes centros para não forçar ao isolamento.
Com as imensas dificuldades que os grandes centros implicam, pareceu-me, assim de repente, que uma retirada estratégica para cidades do interior pode ser a solução para grande número de problemas.
Foi assim, sem magicar, que esta perspectiva de mudança de vida associada à mudança de local de habitação se me apresentou.
Vive-se com mais tranquilidade, muito mais barato e os recursos acabam por ser mais abundantes do que nos superpopulosos centros urbanos.
Não sei por que não encara esta possibilidade o batalhão dos que, em dificuldade, persistem em permanecer nas grandes cidades. Não sei!

Beijo
Nina