quinta-feira, 9 de outubro de 2014

1218 - Sapatos


Rebobinando o percurso do Homem, desde o seu aparecimento na terra, vários marcos são considerados marcantes:
- A descoberta do fogo e a invenção da roda são dois que de momento me ocorrem!

O fogo deixou de ser ameaça divina que se abatia sobre pobres e trémulos seres indefesos, geralmente na sequência de trovoadas que, com os seus raios tudo consumiam.
Presumo que por puro acaso, os nossos antepassados tenham constatado  que o choque entre duas pedras provocava a faísca, antecessora dos atuais isqueiros, passo a maluquice da comparação.

Com a invenção da roda, processo bem mais elaborado, tudo se terá simplificado em termos de movimento, o que, numa cadeia ininterrupta de consequências, se terá refletido nos mais simples atos do quotidiano, levando ao paradigma dos nossos dias em que a roda - 4 rodas, bem entendido - são inegável símbolo de status.

Sinto que me alongo em considerações que se afastam do tema deste texto:
- Os sapatos!
É que a invenção dos mesmos não foi coisa pouca, coisa leviana de quem os venera e por eles tem fixação - falo no geral, no abstrato, em ninguém em particular, muito menos na minha pessoa ...
Temos, portanto, os nossos antepassados correndo descalços.
 E como, e quanto deveriam ser obrigados a correr!
Até que, um belo dia, descobriram que se protegessem os delicados pezinhos ganhariam, além de vantagem sobre os perseguidos/perseguidores, ganhariam também asas!
Assim nasceram os sapatos!
Assim nasceu a perdição!


Confesso, reconheço, penalizo-me:
Sou louca por sapatos!

Tenho muitos, das mais variadas cores, dos mais variados feitios, para todas as circunstâncias, nunca me achando desprevenida.

Estes foram os últimos que comprei.
Vieram da Uterque e são irresistíveis!
Acontece, porém, que a seguir aos meses de verão, em que os pés apenas calçam sandálias, tudo me dói!
Tal como a MONTANA , minha amiga algarvia muito querida, passado o verão, chegado o outono, a sensação dominante no momento de calçar sapatos fechados, ainda que inocentes sabrinas, é que os pés cresceram, que os sapatos encolheram e que o desconforto é garantido.

Estes sapatinhos em verniz preto, com laçarote de veludo e salto incrivelmente baixo, completam muito bem o look quando se pretende um "acabamento" refinado.
Porém, servem apenas para ir jantar, quando se sai do carro, se entra no restaurante, se desfila da porta até à mesa e, horas depois se faz o percurso inverso (sob o atento escrutínio das impiedosas mulheres presentes).  
Não me deixam ficar mal!
Mas deixam-me os pés latejando de dor!
É o preço!

Beijo
Nina