Rebobinando o percurso do Homem, desde o seu aparecimento na terra, vários marcos são considerados marcantes:
- A descoberta do fogo e a invenção da roda são dois que de momento me ocorrem!
O fogo deixou de ser ameaça divina que se abatia sobre pobres e trémulos seres indefesos, geralmente na sequência de trovoadas que, com os seus raios tudo consumiam.
Presumo que por puro acaso, os nossos antepassados tenham constatado que o choque entre duas pedras provocava a faísca, antecessora dos atuais isqueiros, passo a maluquice da comparação.
Com a invenção da roda, processo bem mais elaborado, tudo se terá simplificado em termos de movimento, o que, numa cadeia ininterrupta de consequências, se terá refletido nos mais simples atos do quotidiano, levando ao paradigma dos nossos dias em que a roda - 4 rodas, bem entendido - são inegável símbolo de status.
Sinto que me alongo em considerações que se afastam do tema deste texto:
- Os sapatos!
É que a invenção dos mesmos não foi coisa pouca, coisa leviana de quem os venera e por eles tem fixação - falo no geral, no abstrato, em ninguém em particular, muito menos na minha pessoa ...
Temos, portanto, os nossos antepassados correndo descalços.
E como, e quanto deveriam ser obrigados a correr!
Até que, um belo dia, descobriram que se protegessem os delicados pezinhos ganhariam, além de vantagem sobre os perseguidos/perseguidores, ganhariam também asas!
Assim nasceram os sapatos!
Assim nasceu a perdição!
Confesso, reconheço, penalizo-me: Sou louca por sapatos! |
Tenho muitos, das mais variadas cores, dos mais variados feitios, para todas as circunstâncias, nunca me achando desprevenida. |
Estes foram os últimos que comprei. Vieram da Uterque e são irresistíveis! |
Acontece, porém, que a seguir aos meses de verão, em que os pés apenas calçam sandálias, tudo me dói! Tal como a MONTANA , minha amiga algarvia muito querida, passado o verão, chegado o outono, a sensação dominante no momento de calçar sapatos fechados, ainda que inocentes sabrinas, é que os pés cresceram, que os sapatos encolheram e que o desconforto é garantido. Estes sapatinhos em verniz preto, com laçarote de veludo e salto incrivelmente baixo, completam muito bem o look quando se pretende um "acabamento" refinado. Porém, servem apenas para ir jantar, quando se sai do carro, se entra no restaurante, se desfila da porta até à mesa e, horas depois se faz o percurso inverso (sob o atento escrutínio das impiedosas mulheres presentes). |
Mas deixam-me os pés latejando de dor!
É o preço!
Beijo
Nina