segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2013

Acaba de chegar, aqui em França, com foguetes nos ares, 12 passas e champanhe comprado no supermercado.
De gala vestida, de chinelos nos pés e pijama enfiado, formulei (sentidamente ) votos de paz e saúde para 2013. Que nos poupe, que seja benevolente! Tanto, tanta coisa que foge ao nosso controlo e nos pode abater. Não consigo, ainda, estar otimista. Estou viva, com saúde e junto de quem amo, o que é uma felicidade suprema, mas, no fundo, dorida, esperando que a mágoa passe.
Festejei no quarto do hotel, cheia de sono , mas, estóica, fazendo questão de aguardar o primeiro minuto do novo ano.
Ele aí está, aí esteve.
Força, vontade, ânimo e um bocadinho de sorte ... E vamos em frente.
Bom ano para todos!
Amo todos os que comigo interagem.
Amo muito e muito dependo da vossa existência e da vossa presença.
Luz para todos.
Feliz 2013!

Beijo
Nina

Dali...





Logo que se transpõe o portão da entrada, desembocamos numa praça espaçosa, ocupada por um majestoso Cadillac, preto e branco, com um dos vidros partidos e uma mulher gorducha no capot.
Suspenso do tecto, sobre o automóvel, um barco pingando água, em gotas de vidro azul.
Porquê?
Porque sim, porque nos encontramos em pleno universo surrealista que, tal com o nome sugere, subverte a realidade.
Assim, nessas coordenadas se desenrola a fantástica visita.
Nada é o que aparenta, nada ocupa o lugar que seria suposto ocupar no quotidiano vivenciado por cada um de nós.
É uma viagem pelo mundo do sonho.

Com pinturas ...

... detalhes ...

... que não são o que parecem!


Esculturas ...

... que assim roubam os sentidos!

E Gala ...

... sempre ela, Gala, a deusa inspiradora.

A paisagem local, Cadaqués, seu reduto, seu ninho, também eternizada.

Em cada canto uma surpresa ...
Assim e muito, muito mais é a casa de Dali. Local obrigatório, tão obrigatório como plantar uma árvore, escrever um livro, ter um filho!
Podem não se cumprir os requisitos, mas se sim, se se cumprem, é a glória!

Bom Ano!
Por favor, sejam felizes, aproveitam o momento, vivam plenamente!

Beijo
Nina

domingo, 30 de dezembro de 2012

Se eu fosse Alice ...


... não hesitaria.
Ao dar de caras com esta construção fascinante, concluiria, sem hesitação que havia chegado às portas do País das Maravilhas.


A cor é rosa, rosa forte.
As paredes revestidas de figuras que tanto podem ser tartarugas, como pães.
Ciprestes idênticos, alinhados como mudas sentinelas, alinham-se ao longo da fachada.
No topo, uma torre ...

... sobre a torre, ovos gigantescos, alternados com alvas e enormes esferas.
No beiral do telhado, figuras esguias que gesticulam num secreto código de sinais.
Noutro extremo, uma cilíndrica torre branca, rematada por uma semi-esfera formadas por milhares de vidros que encaixam em perfeito puzzle!

Mas não sou Alice!
Não sou terreno fértil para desvairada imaginação!
Não atravesso o espelho!
Não mergulho, afoita, no túnel do universo paralelo!
Sou apenas eu, estupefacta, ante o museu Dali, em Figueres!
O interior, esmagou-me.
Vou compartilhar.

Beijo
Nina

sábado, 29 de dezembro de 2012

Plaza Mayor, ruas, praças ...



A promessa de "free wifi" nos hóteis, vale o que vale, quer dizer, oferecem este serviço, mas tão com sinal tão fraquinho, tão lento, tão incómodo que actualizar o blog com fotos é um trabalho exigente e frequentemente mal sucedido. 
Sabendo daquilo que " a casa gasta", tinha descarregado antecipadamente as fotos feitas em Salamanca, já que fazer um diário de viagem quotidiano é tarefa impossível.
 Vou , por isso, mostrando recantos de Salamanca, ainda que recolhidos no passado
 ( recente...) 


Numa cidade milenar, o casco antigo, preserva ferozmente o comércio tradicional.
Os exemplos são fascinantes.
Pessoalmente , não sendo muito de doces, adoro montras de pastelarias. Obras de arte, verdadeiras jóias, é o que são .
Apetece trincar cada uma das maravilhas expostas.



Mas, não só de montras é feito o charme da zona antiga da cidade.
Em cada esquina, uma surpresa:

Uma capela, no meio de prédios.

Arcadas e galerias protegem os transeuntes que circulam.


A Plaza Mayor durante a noite. Agora com direito a decoração natalícia.
A ver se consigo actualizar o blog com a resma de fotos actuais que possuo.
Até lá, ficam estes recuerdos.

Beijo
 Nina

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Fui às compras ...

Passando, inocentemente, pela auto-estrada que liga Barcelona a Girona vi, saltou-me aos olhos, assaltou-me, invadiu-me a indicação de saída para o outlet La Roca Village.
Ensonada, despertei, tive ideias e apetites.
Guinámos para a esquerda e, num ápice, estávamos lá, no outlet, carregadinho de gente, repleto de ofertas, de tentações de indispensáveis e dispensáveis tentações, mas ... há tanto, tanto tempo que não compro nadinha que, o diabinho tentador sussurrou no meu ouvido:
Por que não?
E mais, que há recessão porque o dinheiro não circula e que só se vive uma vez e que sabemos lá o que vai ser o amanhã e que não seja parva nem fundamentalista, e que olhar não custa nada e que até pode ser que encontre ofertas úteis e irresistivelmente baratas.
Estava perdida, já sei!
Pela rua principal, observei lojas de excelentes marcas, ainda sem entrar.
Depois, e já sabia que era apenas uma questão de tempo, vi um casaco comprido preto, lindo, irresistível, exactamente igual ao que povoava, desde há tempos, a minha imaginação.
Entrei! Vesti-o! Comprei-o!
Logo a seguir, (oh! maravilha das maravilhas!!!!), uma loja MBT! Marca de sapatilhas super caras, super confortáveis, super feias!
Descobri-as há uns anos atrás, indicadas pelo meu ortopedista e nunca mais deixei de as calçar para as caminhadas de todos os dias.
O preço? 50% mais baratas do que o preço de loja. Ok! são da época passada... e daí!? Duram, à vontade, 3 anos! Logo, a objecção não colhe!
Depois, caí na ratoeira da mais terrível cobiça. Comprei uma nova, linda e dispensável panela LA CREUSET!
Foi feio! Foi fraqueza, foi mau!
Mas estou feliz com a compra, também ela por metade do preço da loja. Vou cozinhar montanhas de iguarias na minha panela francesa, já para não falar no luxo que será a bancada da minha cozinha.
Em minha defesa ( ou não...) devo confessar que não estou absolutamente nada arrependida. Pelo contrário, apetece-me reincidir no pecado, o que não será nada difícil:
- Dirijo-me para Andorra!
Está tudo dito!
Andorra, paraíso das compras, comércio sem IVA, ofertas de TODAS as marcas de renome.
Eu, que não sou santa, ( nem quero ser...), ciente de que a carne é fraca, não me responsabilizo pelos meus actos!
E temo o pior!

Beijo
Nina

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Rio Tormes


É o nome do rio que atravessa Salamanca, num abraço apertado, repleto de doces afagos e breves suspiros.
A paisagem é serena, silenciosa, terna.
Ligando as margens, algumas pontes, sendo que a mais famosa é a Ponte Romana, do piso da qual fotografei o Tormes







Na ponte me perdi, imersa na pureza da paisagem.
Foquei árvores, águas serenas, tímidas cascatas e até uma branca ave perdida no frio da manhã.
Perdida eu também, num mergulho louco juntei-me ao passado, às legiões romanas que terão chegado a Salamanca, terão  aberto estradas, construído pontes.
Foi a Romanização da Península Ibérica que estudei nas aulas de história.
Porém, muito louca, consinto que Astérix e os seus guerreiros gauleses dancem na minha cabeça, protagonistas da contenda contra os romanos da qual, sempre, saíam vencedores.
Sei bem que o seu campo de batalha se situava numa pequena aldeia gaulesa!
Porém, os romanos são os mesmos e a imaginação não respeita conceitos geográficos.
Colou-se-lhes o rótulo que Astérix inventou com a frase conclusiva:
"Estes romanos devem estar loucos!"
Tudo isto, na minha memória, em que o interessante da banda desenhada se sobrepõe à monotonia da aula de história.
Por isso, subvertendo as regras, imaginei centuriões romanos, em farrapos, depois da contenda com Obélix, humilhados na sua estatura de vencedores por um insignificante grupo de guerreiros comilões e mal organizados.
A alucinação deu cor, movimento e vida à belíssima ponte e trouxe um rasgado sorriso à minha face, misterioso e incompreendido por quem, então, me olhava.

Beijo
Nina

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Estas são as ruas de Salamanca...


... por onde vagueei no fim de semana que antecedeu o natal.
Foi lindo. Foi bom. Foi bom e lindo. E delicioso, que a comidinha local é de se comer rezando.
Resolvi dar folga à dieta e à vigilância sobre as calorias deglutidas, já que atravessar esta época, sem cometer o pecado da gula, é impossível.
Por isso dei rédea solta à tentação. E comi e bebi o que me apeteceu. Sem culpa e sem réstia de remorso.

Na cidade, palmilhei quilómetros, num passinho miúdo, de pescoço torcido, focando
maravilhas, de máquina em punho, não perdendo pitada dos encantos locais, que registei assim:

Cidade universitária, oferece aos jovens, espaços de lazer que se multiplicam ...

...num apelo, num convite permanente, à paragem, à entrada, ao copo e ao petisco!

As faculdades desdobram-se em edificios magníficos, com arcos ...

...pátios interiores ...

... galerias ...

... e detalhes fascinantes, tudo erigido numa pedra quase dourada, quase rara, quase inacreditável de tão bela!

A rã, o batráquio verdinho, pegajoso e viscoso, está presente em todos os lugares!
Rãs de pano, de plástico, de madeira, de porcelana, entendámo-nos!
Vendem-se rãs em tudo o que é loja de souvenir!
Porquê?
Porque existe uma rã esculpida em pedra numa das fachadas da catedral.
Simboliza o pecado e continua a provocar grande controvérsia a sua real simbologia.

Impossível capturar num disparo toda a beleza, toda a grandeza, toda a imponência da catedral.
Fica um apontamento.

Caminhando por  ruas e ruelas, emparedados pela magnificência monumental, sentimo-nos pequenos, perecíveis e felizes, muito felizes por nos ter sido dada a oportunidade deste convívio com a história da humanidade.

A visita foi, mas terminou.
Agora repasso memórias, preencho os últimos dias do ano em atmosfera de lazer.
No blog, continuarei a depositar momentos.
Quando Janeiro chegar, há que fechar a tampa deste baú de recordações, iniciando então novo ciclo, reiniciando-me, atualizando-me para, mais apta,  a novas lutas e a novas conquistas dar a cara.

Beijo
Nina

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Natal!


Eis-nos chegados!
Hoje a ceia, amanhã o almoço!
Acho bem! Gosto de rituais! São marcos importantes no percurso de vida.
Ainda que não consiga evitar que o clima pré-Natal decorra envolto numa certa dose de ansiedade, confesso que não seria capaz de cortar amarras e afastar-me, fugindo para o sol, para águas  cálidas e azuis com palmeiras oscilantes.
Não sou assim tão radical, não!
E lá vamos, ano após ano, reunindo a família e repetindo o menu. Nem mesmo, nesse capítulo consigo cortar com a tradição.
Assim, no jantar de hoje, come-se o bacalhau  e o polvo ( de influencia transmontana ...) cozidos com batatas e legumes, enquanto que, amanhã, se repetirá o peru recheado de todos os almoços de Natal.
Cozinheira previdente, tratei hoje do passaroco.
Mostrarei as imagens, prevenindo os mais sensíveis para a sua potencial crueza, já que a operação se aproxima de um ato cirúrgico:


O recheio ...

... operação delicada que requer vagares para que a cavidade fique plenamente preenchida.

A sutura!
De agulha e linha fecha-se a cavidade, aprisiona-se o recheio!

O tempero.
Uma papa de Becel, sal, pimenta, muito alho, molho inglês e vinho do Porto.
Com esta mistura se barra o peru e, no caso, também uma porção de lombo de porco, que os comensais são furiosos apreciadores do assado.
Assim permanece, à espera, absorvendo sabores, durante 24 horas.

As sobremesas, obedientemente, repetem-se também: as rabanadas,a aletria, o leite creme, os formigos, os sonhos, o bolo-rei ... Para mencionar apenas algumas, da orgia de doces que, qual, tsunami, nos assola.
Em criança, o ritual recriava-se no fim do ano e nos Reis. Dessas obrigações, libertei-me!
Bem como da tortura de comprar presentes. Agora, prendas, só para as crianças, o que,salvaguarda em grande medida,  parte da minha  sanidade mental.

É tempo de começar a pôr a mesa. Muito trabalho ainda me espera, portanto, a todos desejo um Natal de paz e amor e,  que o seu espírito se prolongue pelos próximos 365 dias.

Beijo
Nina

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Salamanca ...



e o fim do mundo!
Salamanca é um local lindo para enfrentar a vida e, eventualmente, o fim do mundo, que de acordo com o calendário Maia, ocorrerá hoje. O horário é incerto, mas pode ser que coincida com a chegada do Inverno às 12 horas e 12 minutos.

Abri o jornal e, espantada, constatei que há quem leve a ameaça muito a sério. Só aqui, em Espanha, foram construídos 700 bunkers que garantiriam a sobrevivência, ao mesmo tempo que, géneros de primeira necessidade esgotaram nas prateleiras dos supermercados.

Enquanto que o holocausto não ocorre, circulo por Salamanca, cidade monumental, viva, repleta de universitários. 

Com grande dificuldade em descarregar as fotos ( problemas do wifi do hotel que nada têm a ver com o fim do mundo ...) deixo meros apontamentos:



Aqui não chove, embora o frio corte!
Vaguear por ruas e avenidas, é programa para hoje.
A reportagem seguirá completa e exaustiva, se o mundo ...

Beijo
Nina

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

ESCORRIPICHA ANA!!!!


... ou como se come gato por lebre.
Explico!
Mas antes de explicar esclareço que é da minha natureza ajudar, empurrar para cima, dar uma força,  não ser estritamente exigente,
É a minha natureza!
Mas não sou parva!
Então, foi assim...
Todos os anos, por circunstâncias que não importa referir, nesta data, costumo sair, dar uma volta, fazer um fim de semana prolongado, antes do jantar de Natal.
Com os voos low cost, num instantinho e por quase nada, nos pomos em qualquer capital europeia.
Acontece que os últimos dias foram atribulados... prefiro nem relembrar e, nessas circunstâncias, esqueci tudo, até de marcar o voo.
Quando procurei fazê-lo era tarde de mais. Nada de voos compatíveis, nada de lugares disponíveis! Daí que a opção foi o automóvel, rumando a Espanha, aqui ao lado.
Salamanca! Salamanca seria a opção!
A pouco mais de 200 kms, num pulo chegaríamos.
Apanhando a A25 em Aveiro, não tem que enganar. É seguir sempre em frente.
Acontece que a meio do percurso, chegou a hora de almoçar.
Consultando o BOA CAMA, BOA MESA, edição do Expresso, a opção recaiu no ESCORRIPICHA ANA, com luzinhas de sucesso e promessas de esplendor.
Fomos.
A primeira promessa centrava-se no bufffet de entradas.
Onde está o buffet de entradas?
Ah!, que não, que só ao fim de semana, que só quando o movimento o justifica!
Não gostei!
Cheirou-me a publicidade fraudulenta. Detestei a esperteza saloia.
Que venham, então os grelhados!
Vieram!
Banais, sofríveis, mal acabados.


Numa sala com três mesas ocupadas, era de esperar outra presteza no serviço.
Veio a sopa e muito, muito depois, os grelhados.


Sobremesa?
Não, obrigada! Um café e a conta e ala que se faz tarde.
Antes da debandada, uma passagem pela casa de banho.
Indescritível a experiência!
Um cubículo inundado, sem autoclismo!
Imperdoável e indesculpável.
No que depender de mim, a informação  correrá sem limites.
Gato por lebre, não funciona, quando há tanta gente capaz que não consegue concretizar o seu talento e dar azo à sua capacidade.
Fica o aviso!
Não faz por merecer a visita.
Não os visitemos, pois!

Beijo
Nina

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Ai! que saudades que eu tenho...


... dos meus 12 anos ... como canta Chico Buarque!
Encontrei hoje  o blog da Camila que, por outras palavras, com outros instrumentos remexe no passado, no tempo da inconsequência, da festa permanente.
Ela, como eu, teve a sorte de nascer numa família que lhe permitiu ser criança e esse foi o maior legado que poderia receber.
Com o Natal à porta, pesquiso no ar, entre o fumo da memória os cheiros da festa, o clima de excitação instalado, face à chegada dos presentes, a alegria e o calor da família reunida, da noite infindável que só o sono escurecia.
Eram noites de luz as que antecediam o grande dia.
As ruas em festa enchiam-se de  uma multidão que, sem ânsias de compras, passeava, olhava as montras e parava para lanches memoráveis nas pastelarias apinhadas.
Gostava desses Natais como nunca mais na vida  vou gostar de outra festa.
São tesouros guardados na memória.
Remexer-lhes faz bem, é um aprendizado, um reaprender  a como ser imensa, inquestionavelmente feliz, apenas por ser Natal e não por ter, por adquirir, por ganhar o que quer que seja.
Cedo, infelizmente, perdi esse invólucro cor de rosa com que embrulhava o Natal.
Partiu-se o pacote, destruiu-se o colorido, sumiu a magia, com perdas que na alma deixam abismos.
Foi assim que me perdi do Natal.
Calmamente, placidamente, aceito a inevitabilidade dos ciclos da vida.
Mas que, comigo, foram mal concluídos, foram!
Por acasos tristes  têm ocorrido, predominantemente, nesta época!
Então, chegado Novembro, sem querer, sem fatalismo, sem propósito expresso, assustada, não me mexo, semelhante aos povos indígenas, que não festejam as bençãos, tentando iludir a vigilância dos deuses invejosos.
E, otimista, desejo Janeiro como quem busca porto seguro.
É claro que nada disto é racional. Isto é uma grande maluquice, uma aberração do racional em que , pequenina de novo, me refugio. E finjo de morta, não me queixo nem festejo. Finjo de morta, repito. Para não dar ideias ao azar. Para não provocar o destino.
Já disse que isto é uma grande maluquice!?

Beijo
Nina

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Não saí da cozinha ...


... desde que acabei de almoçar. E já são quase 20 horas!
Resolvi, adiantar detalhes para a ceia e para o almoço de Natal e, enquanto a cozinha se encontrava ainda na fase do mete louça na máquina e limpa bancadas, custa menos desarrumá-la.
Nada pior, para mim, do que chegar a uma cozinha imaculadamente resplandecente e começar a balbúrdia
.
Gosto mais assim, gosto de rentabilizar o trabalho, custa-me menos e, enquanto a batedeira se esfalfa, aproveito e enfio umas coisas na 
máquina, arrumo aqui, ajeito ali, sem perder tempo.



Para começar com a antecipação, preparei o recheio para o peru, com calma, sem atropelos e enquanto tapadinho estufava,

... pensei na minha vegetariana preferida ( amor do meu coração ) e inventei uns cogumelos com tomate e ervinhas aromáticas.
No entretanto, um bolo de amêndoa e chila assa em forno médio. Se pudesse, fotografava o cheirinho.

A louça que não coube na máquina, recebeu, entretanto atenção e já está lavada e arrumada.

Depois, sem sair da cozinha, fui-me aos papéis, à papelada a que há que dar destino, impedindo-a de crescer e nos engolir.
Tenho, num cantinho da cozinha, o meu office. Dá-me jeito e fica à mão. Prefiro este cantinho ao formal escritório.
Só me apercebi do passar das horas quando comecei a ter frio.
Foi uma tarde muito produtiva.
A comida cozinhada vai, agora, para o congelador.
Os papeis estão arrumados.
E eu estou com uma valente dor nas costas.
O jantar não tarda, bem como o momento zen que se lhe segue, o momento da lareira e do crochê que lá vai avançando, quadradinho após quadradinho.

Não gosto de papéis, mas ainda gosto menos de os ignorar.
Por isso, após horas  de verifica, confere, arquiva e responde, a sensação de dever cumprido até que não é má.
E, como dizia o outro, o que tem que ser, tem muita força!

Beijo
Nina

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Mostras, esclarecimentos, novidades...


... de tudo isto, um pouco, forma o conteúdo deste post.

Quero mostrar o xaile azul, que, se calhar, será echarpe, dado o formato retangular que pretendo dar-lhe.



Fiz seis quadrados, cada um com 25 centímetros de lado, cada quadrado um novelo, um conjunto incrivelmente bonito.
Parece-me, no entanto, que dada a espessura do fio, resultará mais leve se não for usado dobrado.
Daí a tentação para o formatar em retângulo, rematado com a renda sugerida.
O efeito é de tal modo espetacular que merece uma segunda versão em fino fio de algodão para usar nos lindos dias de Primavera ou nas frescas noites de Verão.
Lá iremos!

Esta sugestão de estrela, sugestão de búzio, sugestão de cornucópia é uma criação notável.
As minhas homenagens a quem teve o bom gosto e o talento para, brincando com arquinhos, jogando com abertos e fechados, atingir este resultado.
Verdadeiramente relaxante, o trabalho cresce, evolui, sem esforço, sem hipótese de engano, de tal forma é lógica a concepção.
Não sei se já referi o aspeto altamente aditivo da atividade.
Sabe-se quando se começa, mas não se sabe quando se acaba, tal é a vontade de  prolongar o prazer, num arquinho mais ...

Os esclarecimentos mencionados no título referem-se aos belos dos collants opacos em algodão.

A minha amiga Montana  perguntou-me qual a marca dos ditos cujos que tanto me agradaram.
Aqui tens, amiga,

...a embalagem ...

... fotografada nas duas faces.
Comprei-os em Cerveira, por uns incríveis 5 € o par!

As novidades, como o nome indica, são uma descoberta e consequente compra que fiz, vítima de irresistível impulso.
Não me arrependo nada.

Uma gola em pele sintética, rematada por duas "jóias" cintilantes, em cada extremidade.
Prende com um colchete e usa-se sobre casacos, camisolas, vestidos de malha ... eu sei lá!


Hoje, que o dia amanheceu em amenos 15 graus, enfeite-me de gola retro.

Saltou para o meu pescoço, ornamentando e valorizando o casaco de malha castanha, agasalho mais que suficiente para circular lá por fora.

Ficou lindo.
Valorizou o tricô e provou algo que defendo desde sempre.
Os detalhes, a importância dos detalhes,  é decisiva. Para o bem e para o mal!
Os detalhes valorizam ou destroem, nas calmas, o conjunto mais simples ou o mais requintado.
No caso, o meu casaco subiu degraus, ascendeu ao estatuto de peça única e por isso, cara.
Quanto à golinha, custou pouquinho e, não sabendo quanto, ao certo, garanto que foi menos de 30 €.
E como serão rentabilizados os euritos! Prevejo que a gola saltará de casaco em casaco, emprestando de cada vez o tal toque de coisa única e exclusiva.
Ah!, esqucia de referir:
Veio da Zara!

Beijo
Nina

domingo, 16 de dezembro de 2012

Não percebo nada de moda ...


... e cada vez compro menos.
Não que me tenha colocado na posição radical do não às compras. Nada disso. Não compro porque não me apetece, porque a oferta não me seduz, porque o que vejo é mais do mesmo.
Se, esporadicamente, sem procurar, acho o tesouro, aí não hesito.
Mas, repito, não percebo nada de moda, não conheço tendências, must have, nada!
Se sou despreocupada, descuidada, desligada do look?
Não! Definitivamente não sou. Não combino o que não me agrada e recuso o que me me agride visualmente.
Se o resultado final é um sucesso, não sei. Se calhar não é. Se calhar é desinteressante. Mesmo assim,corro o risco. Aposto nos clássicos atualizados, arrisco uns toques atrevidos e, tal como a Gabriela, eu nasci assim ...


hoje, dei nova cara ao casaco castanho.
Com a mesma blusa de seda, uma saia de couro clarinha, meias e sapatos castanhos e uns berloques à mistura.
Tudo antigo.
 Só as meias são novas e já delas falarei.


O colar de pérolas douradas, reside na gaveta dos colares.
Deles não me desfaço ciente de que, mais tarde ou mais cedo terão utilidade.
Ressalvando o  escusado ar natalício, traz luz e alegria ao conjunto.

O cinto em castanho e dourado é Zara e tem completado um número imenso de conjuntos

A grande novidade são as meias.
Collants  100% algodão, absolutamente opacas, indiscutivelmente confortáveis.

Sendo extremamente finas cabem em qualquer sapato.
São as minhas mais recentes aquisições, em preto e em castanho.
Ficam lindas mesmo com sapatos de salto alto, impecáveis quando a saia termina acima do joelho.
Duráveis que só elas, bem diferentes dos collants clássicos que, a cada lavagem perdem o brilho, puxam fios e ganham um ar insuportavelmente surrado.
No que de mim depender, a indústria do usa e deita fora que sustenta as fábricas de collants, está em maus lençóis.

O domingo, como todos os domingos voou.
De lareira fumegante, bebi chá e trabalhei no meu xaile.
Não mostro, por enquanto, não mostro.
É preciso dar-lhe tempo para que brilhe.
Amanhã, talvez ...

Beijo
Nina