Aqui nascidos e criados, raramente nos damos ao trabalho de ver com olhos de ver, as marcas da sua antiguidade, que ainda perduram.
São zonas antigas, velhas, que não fazem parte do nosso quotidiano e que por serem velhas evitamos.
Nelas, dada a sua exígua dimensão, quase não circulam automóveis, o que ainda mais as distancia.
Não me passaria pela cabeça circular por essas artérias a pé e muito menos sozinha.
Fui porém desafiada a participar num percurso guiado, visitando a judiaria do Porto, local onde, até à sua expulsão do país, no reinado de D.Manuel I, se desnvolveu o bairro judeu.
Dessa visita guiada, registei momentos, testemunhos do seu passado.
| As casas, entretanto "modernizadas" com revestimento atual, apresentam uma estrutura própria. São de pedra, com divisórias em madeira, sendo ocupadas, por piso, por famílias diferentes. |
| Estamos na Rua dos Caldeireiros. A Igreja da Nossa Senhora da Silva, apertada entre dois blocos de casas, persiste com ar festivo, invocando a religiosidade popular. |
| Muito mais rica que as restantes fachadas, não passa desapercebida. |
| A identificação para informação turística. |
| E toda a rua, estreitinha e inclinada, em sombra perpétua, se desenvolve assim, numa colmeia de habitações. |
| Na saída, o edifício magnífico da antiga Cadeia da Relação, hoje dedicada a exposições e escolas de arte, albergou famosos reclusos, como Camilo Castelo Branco. |
| Numa vista inesperada, o horizonte alarga-se em ampla varanda e ao fundo a Sé Catedral. |
| O nome da rua não surgiu por acaso. Aqui se desenvolvia a atividade relacionada com o ferro. Seria, por isso, na Idade Média, uma rua de artesãos, barulhenta e suja. |
| Atualmente, a movida noturna agita-se por aqui ... |
| ... a par com a vidinha tranquila dos seus habitantes. |
| Não me dou com paredes, não me ajeito com muros. Gosto de amplitude. Chegando ao término da rua, este postal! O Douro glorioso e, na outra margem, Vila Nova de Gaia! |
| A velha ponte de D. Luís I e , no alto, o Mosteiro da Serra do Pilar. |
| E os telhados, num jogo de faces, de orientações de ângulos. E o rio! O rio sereno e vigilante. |
Foi um percurso de 2 horas.
Foi um abrir de janelas sobre a minha cidade.
Foi uma perspetiva reveladora.
Foi como que se visse o Porto pela primeira vez.
Gostei muito!
Beijo
Nina
Estas são as regras.
Vá, concorram!
Beijo