Na manhã de Ano Novo, com um céu azul sem vestígio de nuvens e um arzinho gelado, quase cortante, saí para desentorpecer as pernas junto ao mar, tomar o primeiro café do dia, ler o jornal e passar os olhos pelo correio.
Vivo muito perto da praia, mas, ainda assim, desloco-me de carro.
Lá chegada, estranhei a quantidade imensa de automóveis estacionados... porque seria?
Lá consegui encontrar um lugar e, arrepiadíssima, dirigi-me para a beira-mar.
Logo ali, de caras, sem anestesia, esbarrei-me com um "rabo" envergando fio dental. 
Um rabo?
 Um rabo, sim!
 Eram duas nádegas brancas, arrepiadas, atravessadas por um farrapo vermelho, que me contemplavam.
O rabo era masculino, esclareço.
O dono, um sujeito descalço e quase nu, passeava pelo passeio.
Estranho!!!!
E ninguém, mesmo ninguém,  merece começar o novo ano contemplando um fio dental vermelho, adjacente a um rabo arrepiado.
Pensei que estava bêbado!
Ou a ressacar uma bebedeira do réveillon. 
Só podia ser essa a explicação.
e segui em frente...
| ... atravessando a Praça da Anémona. | 
| Muita gente na praia, muito mais do que seria de esperar numa manhã gelada com mar bravo | 
| Ao longo do percurso, uma multidão ... | 
| Até que se fez luz! | 
| Era um ritual ... | 
| ... uma espécie de banho santo ... | 
| ... para receber o novo ano. | 
| Na praia, os friorentos e os outros ... | 
| ... os destemidos. | 
| Homens e mulheres ... | 
| ... gordos e magros ... | 
| ... enfrentando uma aguinha a 12 graus. | 
| A criatura de fio dental vermelho, a mais sensual de todas, não a vislumbrei de novo. Terá congelado? | 
| Um dia de menos espantos, de mais normalidade ... | 
Apenas para comprovar que não exagero quando refiro um dia frio, aqui têm como me equipei para o enfrentar:
| Casaco, calças e botas. | 
| Senti a falta de um chapéu, que o vento exigia ... | 
| ... e eu - está-se mesmo a ver - não tenho espírito viking ... | 
| ... para enfrentar as gélidas ondas. | 
| O mais que consegui foi despir o casaco ... | 
| ... mas apenas para a fotografia. | 
| Rapidamente o voltei a vestir. | 
| À cautela, a vigilância ... | 
| ... de banheiros e paramédicos. | 
Que me conste não foram necessários, porque, está visto, provado e comprovado, somos um povo guerreiro, dado a aventuras ... desde os descobrimentos.
Provado fica ainda que a alguns essa bravura, essa coragem destemida para enfrentar os elementos, persiste!
Pergunto, no entanto, cética:
- Quantos estarão hoje de cama, vítimas de brutal constipação?
Muitos, deduzo, ou nenhum, que quem tem brio não tem frio.
Mas valeu a pena!
Beijo
Nina
 
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